Combate às desigualdades

A Câmara dos deputados aprovou na madrugada desta quinta-feira (23), após horas de intensas discussões e acusações, o texto base de um projeto que prevê o mês de agosto como o de combate às desigualdades. O autor da proposta, deputado Guilherme Boulos (PSOL/SP), foi duramente criticado por diversos parlamentares, entre eles, Marcel Van Hattem (Novo/RS), Luciano Zucco (Republicanos/RS), Bibo Nunes (PL/RS), Marcos Pollon, (PL/MS) e Professor Paulo Fernando (Republicanos/DF).

Eleições municipais

As críticas tinham como alvo principal o autor do projeto, Guilherme Boulos, por ser candidato a prefeito de São Paulo, com apoio do PT. Parlamentares argumentaram que ele quer se beneficiar do projeto de lei para sua candidatura à prefeitura paulista. As batalhas pelas eleições municipais começaram mais cedo no Parlamento.

Questão de ordem

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL/RJ), que presidia a sessão, foi alvo de “disparos de diversos calibres”, até mesmo de seus companheiros da bancada evangélica, tendo que se defender a cada momento. Questão de ordem, e consulta ao regimento interno, era o que mais se ouvia durante as discussões e as tentativas, mesmo que veladas, de obstruir a votação.

Bancada evangélica

O coordenador da bancada evangélica, deputado Eli Borges (PL/TO), fez várias intervenções questionando o projeto. Cobrou detalhamento de quais desigualdades seriam tratadas na campanha de conscientização proposta. Argumentou que se tratava de “caminho para política de governo de gênero no Brasil.”

Monstro mitológico

O Professor Deputado Paulo Fernando (Republicanos/DF), que tem recebido elogios dos parlamentares, entre eles do gaúcho Marcel van Hattem, pela sua atuação e conteúdo em plenário, classificou o projeto como: “Quimera: monstro mitológico com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente.”

Bancada feminina

Os debates sempre acalorados, com críticas fortes ao projeto, eram sustentados pelos deputados de oposição. De outro lado, na defesa da proposta de Guilherme Boulos, estava principalmente o PSOL, com sua “bancada feminina”, atuando fortemente, tendo à frente a deputada carioca Jandira Feghali (PSOL/RJ).  Parlamentares questionaram a ausência de grande parte dos deputados do PT. A deputada Erika Kokay (PT/DF), uma presença constante no plenário e na tribuna, defendeu o projeto de lei com várias intervenções.

Dino não vai à Comissão

Alegando ser alvo de ameaças de parlamentares, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, não compareceu pela terceira vez à Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. Ele havia sido convocado pelos parlamentares para prestar esclarecimentos sobre diferentes temas. Flávio Dino sugeriu novamente uma comissão geral no Plenário da Câmara. Vai ser denunciado pelo deputado Ubiratan Sanderson (PL/RS), à PGR, por crime de responsabilidade.

Devolução de impostos

O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, que calcula o índice de retorno de bem-estar à sociedade, revela que o Brasil está entre os piores países em devolução de impostos na forma de serviços à população. Pelo quinto ano consecutivo, a Irlanda apresentou o melhor desempenho. Na sequência, aparecem Suíça, Austrália, Estados Unidos e Coreia do Sul. Foram colhidos dados de 30 nações, e o Brasil ficou em último lugar.

Repórter Brasília/Edgar Lisboa

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