Alexandre Padilha (Crédito: Fabio Rodrigues Pozzobon)
A semana começa em Brasília com expectativa de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomar a reforma ministerial. O reinício das mudanças, previstas anteriormente só para depois do carnaval, deve acontecer esta semana com a ida de Alexandre Padilha para o Ministério da Saúde. A substituição de Nísia Trindade por Padilha ainda não foi oficializada, mas já é dada como certa por interlocutores do Palácio do Planalto.
Centrão no Planalto
A mudança abre espaço para a chegada do Centrão dentro do Palácio Planalto. Isso porque para o lugar de Padilha, que comanda a Secretaria de Relações Institucionais, deve ser convidado Sílvio Costa Filho, do Republicanos, atual Ministro de Portos e Aeroportos. Ele é do mesmo Partido do presidente da Câmara, Hugo Motta, e deverá ser o nome do Centrão que ficará cuidando da articulação política junto ao Congresso Nacional, onde o presidente Lula sempre enfrentou dificuldades.
Ajustes para 2026
Outros nomes são cotados para pasta dentro do Planalto, que são os nomes de Jaques Wagner e José Guimarães, ambos do PT. Dois líderes do governo, um no Senado, outro na Câmara. Mas diante da pressão e das circunstâncias de costuras políticas já de olho em 2026, o mais provável é que Lula entregue essa articulação política a um parlamentar do Centrão de Arthur Lira (PP/AL).
Movimentos sociais
Outra mudança dada como certa é a ida da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para a Secretaria- Geral da Presidência da República, uma pasta importante, que cuida dos movimentos sociais e que também despacha dentro do Planalto ao lado do presidente. A deputada Gleisi Hoffmann pode dividir as atenções no Planalto com Rui Costa, ministro da Casa Civil e, que comanda a chamada, cozinha do Planalto.
Presidência do Ibama
Neste jogo de xadrez que irá muito além do carnaval, Lula precisa garimpar um lugar para Márcio Macedo, o atual ministro da Secretaria-geral. Uma alternativa seria indicar Macedo para a presidência do Ibama, em meio a esse desgaste do governo com o pedido de liberação de estudos para a exploração de petróleo na margem equatorial. A mudança passa a ter uma importância maior, às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas de 2025 (10 a 21 de novembro), em encontro também chamado de COP 30, em Belém, quando o mundo estará com os holofotes do meio ambiente voltados para o evento.
Tábata pode ir para Ciência e Tecnologia
No meio desta troca de cadeiras na Esplanada dos Ministérios, o atual presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho (PSB/SP) poderia voltar à Câmara. Ele é suplente da deputada Tábata Amaral (PSB/SP) que pode ir para a Ciência e Tecnologia, deslocando a atual ministra Luciana Santos para o Ministério das Mulheres. Portanto, a expectativa nesta semana aqui em Brasília é a retomada da mudança de ministros anunciada pelo presidente Lula, e que, agora, parece que vai.
Apetite do Centrão

No final, o que fica é que o Centrão aos poucos, ocupa mais espaço no Governo, e as mudanças, na visão do cientista político Melillo Dinis, “tendem a melhorar a relação do Planalto com o Congresso, mas o governo deve ficar atento ao apetite do centrão, que é insaciável na busca de mais espaços na Esplanada.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa