Por Ivanir Jose Bortot
O crescimento da economia em 2024 poderá ser resumido a imagem de voo de galinha: sobe, mas não consegue se sustentar nas alturas por muito tempo. Nesta segunda feira (10) foram unanimes as previsões das instituições financeiras. O Banco Central (BC) poderá elevar dos atuais 10,5% para 11,25% as taxas básicas de juros até o final de 2024.
É uma coisa que não se esperava no mercado. Ao contrário, os juros deveriam cair, para estimular investimentos, o consumo pelo crediário.
O cavalo de pau que deverá ser dado pelo BC, frusta o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, mas deve trazer muitos prejuízos aos poupadores que adquiriram papéis do Tesouro Nacional com rentabilidade mais baixa do que será fixado daqui para frente. Instituições financeiras também devem sofrer prejuízos, especialmente aquelas que acreditam em juros de um digito em 2025 em diante.
Já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária do BC (Copom) os juros podem subir. A dosagem restritiva da política monetária dependerá da decisão que o FED (Federal Reserv) tomara sobre os juros dos Estados Unidos. La a esperança é de queda. Se os juros americanos caíram bastante, o aumento aqui do Copom pode ser menor.
Os juros aqui poderão subir para sinalizar que a autoridade monetária vai manter mão firme no controle da inflação. É que a boa notícia de um crescimento da economia equivalente a 2,68% do PIB em 2024 veio acompanhada de uma pressão inflacionária. A expectativa de inflação do sistema financeiro para este ano passou de 4,26% para 4,30%. Há indícios de que aumento da inflação e crescimento da economia tem relação direta com elevação dos gastos públicos: injeção de dinheiro sem lastro na economia, como pagamento dos precatórios (R$ 100 bilhões) destinação de R$ 170 bilhões ao Bolsa Família e outras frentes de despesas.
Com esta injeção de recursos públicos na economia, sem lastro na arrecadação de impostos, as atuais taxas de juros, mesmo elevadas que são, tem pouco efeito para manter os preços controlados. O resultado desde desiquilíbrio fiscal que afeta a política monetária pode ser verificado em números com a previsão de um déficit fiscal primário neste ano o equivalente a 0,60 % PIB. Fernando Haddad esperava zerar este déficit. Com jutos mais altos a dívida pública que hoje anda no patamar de R$ 8,8 trilhão cada dia mais difícil de cair, pois o Tesouro Nacional não consegue pagar os juros com receitas tributárias. O único jeito da economia crescer saudável é com controle fiscal para ter juros menores e aumento do investimento em bens de capital. Com uma estrutura produtiva mais robusta, haverá uma maior oferta de produtos, alimentos para fazer frente a demanda de consumo da população, sem que com isso gere inflação.
Portal Repórter Brasília, Edgar Lisboa/ Por Ivanir Jose Bortot