Era uma das maravilhas da natureza. Milhares de turistas ficavam espantados com sua beleza e grandiosidade. Mesmo com a extinção legal e desativação da estrutura que o abrigava, as visitas continuavam com fluxo enorme de visitantes. Estou falando do Parque Nacional das Sete Quedas, criado em 1961 situado na cidade de Guaíra, no Estado do Paraná. As 19 cachoeiras, divididas em sete partes, formavam um lindo conjunto de quedas naturais, com um canal principal de quatro quilômetros de cumprimento e, em alguns locais a profundidade alcançava 170 metros. Toda aquela beleza era um verdadeiro turbilhão de água, com uma vazão de 13,3 mil metros cúbicos por segundo, quase dez vezes mais do que as Cataratas do Iguaçu, com 1,5 mil metros cúbicos por segundo. Infelizmente a falta de manutenção ocasionou, nos últimos dias de sua existência, uma grande tragédia. Uma das estruturas rompeu causando a morte de 32 pessoas. Sua inundação ocorreu em devido a construção da Hidrelétrica Itaipu.
Ficou na história (Apeles Pacheco)
Em 1982, as Sete Quedas ficaram na História.
E vamos para mais um acontecimento…
Era um paredão de concreto e ferro com 110 quilômetros de extensão dividindo uma cidade em duas e provocando a separação de famílias, amigos e patrícios por um motivo extremamente doloroso: uma guerra. Ainda hoje estão preservadas partes de sua construção e guardo comigo um souvenir contendo um pedaço do famoso Muro de Berlim, presente de um amigo muito querido. Sua construção foi um acordo entre a União Soviética e a Alemanha Oriental e iniciada na madrugada de 13 de agosto de 1961. Era uma barreira física erguida com arame farpado, câmeras, 310 torres de guarda, 65 trincheiras, 40 mil tropas de fronteira treinadas e fortemente armadas. O mais triste disso tudo é que mais de cinco mil cidadãos da República Democrática Alemã (comunista), tentaram fugir das agruras de um regime ditatorial extremamente cruel e corrupto, ocasionando aproximadamente 140 mortes. A queda do muro ocorreu na passagem do dia 9 para o dia 10 de novembro de 1989 e foi um evento marcante e festivo da história mundial, dando início ao processo de reunificação daquele País.
Em 1989, o Muro de Berlim ficou na História.
Mais um fato…
Eram duas enormes torres que formavam talvez os mais belos e imponentes arranha-céus, que faziam parte de um grande complexo de edifícios, denominado World Trade Center, no centro financeiro da cidade de Nova Iorque. Ao serem inaugurados no dia 4 de abril de 1973 eram os edifícios mais altos do mundo. As famosas “Torres Gêmeas”, cada uma com 110 andares – a WTC 1 com 417 metros de altura e a WTC 2 com 415 metros de altura –, foram alvo de diversos ataques e incidentes: um incêndio em 1975, um atentado à bomba em 1993 e um assalto a banco em 1998. Mas o pior e mais devastador ocorreu na manhã do dia 11 de setembro de 2001, quando terroristas da Al-Qaeda, organização fundamentalista islâmica, sequestraram e jogaram aviões Boeing 767 com os tanques cheios de combustível contra os edifícios, provocando um incêndio de enormes proporções e o desmoronamento deles e várias edificações vizinhas. Um lamentável e doloroso episódio na história da humanidade onde foram ceifadas 2606 vidas na cidade de Nova Iorque e dezenas de vítimas nos outros ataques que se seguiram.
Em 2001 as “Torres Gêmeas” de Nova Iorque ficaram na História.
E mais outro…
Era uma pequena igreja na cidade satélite de Guará, aqui no Distrito Federal que marcou de forma peculiar a minha vida. Passei alguns anos da adolescência convivendo com amigos e irmãos queridos, que ainda hoje fazem parte do meu dia-a-dia e ajudando o Pastor Jorge Pacheco, meu querido pai, nos trabalhos administrativos, na Escola Dominical e nos cultos regulares. A singela fachada, idealizada por ele, era composta por uma porta, uma marquise em curva sustentada por três pilares de concreto, simbolizando a Trindade Divina amparando a humanidade e os dizeres logo acima: “Assembleia de Deus”. Lembro, emocionado, que no início de sua construção fui encarregado de jogar o primeiro carrinho de concreto em um dos pilares da fundação. Em meados do ano passado fui ao local e, decepcionado vi que o prédio foi demolido e em seu lugar está sendo construído um novo edifício com um novo layout.
Em 2023 aquela igrejinha e sua fachada ficaram na minha História.
Por fim…
Era um homem simples, nascido de família humilde. Um profeta assim descreveu Jesus e revelou toda a sua nobre e divina missão entre os homens: “…não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos. Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca. Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido. E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca. Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão. Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si. Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores”. (Isaías 53; 2-12)
De eternidade a eternidade, Jesus não ficou na História. Ele é a História!
Apeles Pacheco é bacharel em Direito e Especialista em Legislativo e Políticas Públicas (LPP).