O professor José Fogaça, presidente do Conselho Editorial e de Formação Política, da Fundação Ulysses Guimarães, fez para o Repórter Brasília, uma análise do uso excessivo de novas tecnologias nas escolas, que vem abalando o ensino na França. Segundo autoridades francesas e de outros países europeus, vem causando efeitos nocivos em crianças e adolescentes, pelo uso excessivo de tecnologia no desempenho escolar.
Diferentes realidades
José Fogaça afirmou que “a realidade brasileira é outra, mas vale como um alerta para todos”. Ele revelou que está sendo feito um trabalho na Fundação Ulysses Guimarães sobre educação do futuro. Para Fogaça, “a realidade brasileira é bem diferente da realidade francesa. Enquanto os franceses estão extrapolando, já ultrapassando os limites, o nosso ensino público é muito pobre, é muito precário, não investe quase nada em tecnologia.”
Viver num mundo artificial
Na visão de José Fogaça, “não se aplica à escola pública brasileira, basicamente é o que interessa do ponto de vista político, mas a gente tem que ter a noção do equilíbrio. Não dá para transformar a educação num processo exclusivo de digitalização da aprendizagem. Não dá para fazer o mundo virar, um mundo virtual, como quer Mark Zuckerberg, dono da Meta, do Facebook. Criar um mundo artificial em que as pessoas passam a viver nesse mundo”. Para o Professor, “é uma coisa completamente estrambelhada. No próprio universo do Vale do Silício estão dizendo que não vai dar certo. Não é o caminho.”
Não perder o sentido de humanidade
No entendimento de José Fogaça, “tem que ver no ponto de vista do humanismo também. Esta é uma questão essencial. Começa a perder o sentido de humanidade.”
Alerta para todos
José Fogaça destacou a abordagem do tema, pelo portal, “é um alerta para uma coisa que quase ninguém no Brasil chama atenção. O fato é que isso é um mundo extremamente desconhecido e gerador de uma certa artificialidade. Até agora a humanidade viveu 500 anos com o livro, só tendo avanço e progresso moral e intelectual. Agora começar a entrar num processo como esse pode viajar o ódio que existe. Revela-se, uma coisa que, até então, não se conhecia na humanidade”, acentuou.
Formação Política
O Conselho Editorial define o conteúdo das aulas, dos cursos de formação política da Fundação Ulysses Guimarães. Dia 27 vai realizar a entrega dos diplomas para a chamada Escola de Líderes, que dura, praticamente, todo o ano letivo. Em 2023 teve mais de 1.200 alunos desde o Acre, Rio Grande do Sul, Tocantins, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro e vários Estados do Nordeste. Fogaça atua fortemente, dando rumo aos jovens que querem conhecer melhor a política e alguns futuros candidatos. Questionado sobre a hipótese de ser candidato, foi direto. “Estou com 76 anos, e pretendo continuar fazendo o que faço.”
Experiência política
José Fogaça é professor, ex-senador, ex-prefeito de Porto Alegre, em dois mandatos; deputado estadual e federal, duas vezes, atual Presidente do Conselho Editorial e de Formação Política da Fundação Ulysses Guimarães.
Edgar Lisboa/Repórter Brasília