Relação Congresso, Governo e Judiciário

Afonso Motta (Crédito: Mário Agra, Câmara dos Deputados)

Depois de um ano de muita tensão, com polêmica envolvendo as emendas parlamentares, que provocou um ambiente negativo, desgaste, porque juntos vieram com corte de gastos. Os deputados e senadores retornam do recesso, com muitas pendências para resolver. O deputado Afonso Motta, líder do PDT, na Câmara dos Deputados, fez para a coluna Repórter Brasília, um balanço e uma pequena análise das ações do Parlamento, na relação com o Governo, com o Judiciário, que de certa forma impactam na atuação dos parlamentares.

Dificuldade para governabilidade

Na opinião do congressista, o final de 2024, mostrou “a dificuldade de governabilidade e a dificuldade do próprio governo na relação com a sua base. Isso é indiscutível”. acentuou, Afonso Motta. “Na Câmara em particular, nós tivemos uma liderança como a do Arthur Lira, que garantiu a governabilidade, porque a essência de tudo passa pela articulação”.

Desgaste do Presidente

Na visão de Afonso Motta, no fim, a base do governo resistiu e acabou resultando num desgaste do próprio Presidente da República, na hora de sancionar, vetou uma parte da proposta que tinha sido muito desgastante para os deputados”.

Reforma tributária

“Acho que o ponto maior desse ano foi a aprovação da reforma tributária, isso é indiscutível”, avaliou Afonso Motta, lembrando que “a gente acabou, assim, tendo na última hora também a aprovação na Câmara daquilo que tinha sido aprovado pelo Senado”.

Avanço, mas longe do ideal

Na opinião do deputado, “apesar do avanço, ainda está muito longe para que a gente tenha segurança, mas dá um sentimento generalizado de que vai haver nesse período até a implementação, vai haver uma simulação por parte importante da sociedade, não é algo meio empresarial na sua grande maioria, foi favorável”.

Tributação com transparência

O parlamentar defende que seja estabelecida uma tributação com transparência, em cima do consumo, “é um avanço importante na sociedade”, assinalou.

Impasse será superado

Para o líder do PDT, “essa relação do Parlamento, com o Supremo, com o ministro Flávio Dino, será superada. Esse problema, aponta Afonso Motta, “acho que é obrigado a ser superado, acho que ninguém pode ser contra a transparência e a individualização”.

Sem alianças

Na avaliação, do parlamentar, “sem as alianças, sem a articulação do centro, se mesmo estivesse um outro governo com uma posição de direita, estaria, digamos, dentro dos mesmos desafios, como se compõe, como se organiza, como faz as trocas. E isso o presidente Arthur Lira sabe fazer muito bem”.

Três hipóteses

Na visão de Afonso Motta, existem três hipóteses para o caminho de Arthur Lira: “ou ele fica na Câmara como parlamentar por esses dois anos de mandato, digamos liderando o maior bloco da Câmara, que é o Centrão, ou ele se desinteressa pela dinâmica e cumpre seu prazo como parlamentar, ou ele vai ocupar um espaço no governo”, concluiu.

A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.

Edgar Lisboa

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