Senador Luís Carlos Heinze (Crédito: Pedro França/ Senado Federal) e Deputado Alceu Moreira (Crédito: Mário Agra/ Câmara dos deputados)
A Polícia Federal está atrás de pessoas do agronegócio. Rastreia transações em espécie em Goiânia e Brasília para identificar financiadores da “trama golpista”. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que reúne 340 deputados federais e senadores, defende uma investigação conduzida com urgência e rigor a respeito da suspeita de que o “pessoal do agronegócio” tenha financiado uma tentativa de golpe em 2022. A coluna Repórter Brasília ouvir o senador Luis Carlos Heinze (PP/RS) e o deputado federal Alceu Moreira (MDB/RS), ambos da FPA sobre a acusação.
Narrativa infundada
Para o deputado Alceu Moreira, “não passa de uma narrativa completamente infundada com viés ideológico. Querem atingir o agronegócio, mas que na verdade não tem nenhum fundamento. O agronegócio jamais esteve como segmento empresarial ou setor empresarial envolvido nesse processo”.
Posição ideológica
“O nosso pessoal tem posição ideológica, mas se teve algum ato dessa natureza, e ainda precisa comprovação disso, porque por enquanto nós temos uma nuvem de fumaça, vai ser de pessoas isoladas que devem ser tratado na forma da lei”, acentuou Moreira.
Dinheiro do agronegócio
A declaração aparece na decisão sobre a prisão preventiva do general, Braga Netto, realizada no sábado (14) e foi dita em depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal) em 21 de novembro, pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Ele mencionou a entrega por Braga Netto de dinheiro obtido “junto ao pessoal do agronegócio”.
O rigor da lei
À Frente Parlamentar quer que “os responsáveis sejam identificados e punidos com o máximo rigor da lei, independentemente da atividade econômica de eventuais envolvidos”.
Ações isoladas
A FPA chamou o suposto financiamento de ações isoladas. “É inadmissível que ações isoladas sejam usadas para generalizar e comprometer a imagem de um setor econômico composto por mais de 6 milhões de produtores e que desempenha papel fundamental no desenvolvimento do país”.
Investigação legal e equilibrada
As lideranças da FPA, cobram que as investigações sejam conduzidas “de forma legal, transparente, equilibrada e em estrita observância ao que determina a Constituição Federal”.
Agronegócio não, diz Heinze
O senador Luís Carlos Heinze, não acredita que o agronegócio tenha financiado a trama golpista. Na opinião do progressista, “se alguém contribuiu com isso, foi um ato isolado e não o agronegócio. Caso alguém tenha feito isso, que seja identificado e responsabilizado”.
Decisão particular
Na visão de Luís Carlos Heinze, agora “eles estão forçando a barra, para pegar o Bolsonaro, já pegaram o Braga Netto, tem uma lista daqueles militares e não militares que querem pegar. Eu não sei nada desse assunto. Se alguém botou dinheiro nisso, é particular, não o agronegócio”.
“Nheque-nheque” pra cá e pra lá
“Agora eles começam o ”nheque-nheque” pra cá e pra lá, não tem nada de sacanagem, eu não acredito que tenha acontecido isso”, assinalou o senador integrante da Frente Parlamentar da Agricultura.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa