O Congresso Nacional aproveitou o carnaval e esticou mais um pequeno recesso, só vai retomar aos trabalhos na próxima semana. Os 513 deputados federais e 81 senadores da República, voltam a se reunir para comissões ou sessões no Poder Legislativo federal, a partir do dia 19, é o que mostra as agendas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Lula e Lira vão negociando
Enquanto isso, os embates entre governo e deputados não param. Os protestos de Arthur Lira (PP/AL), presidente Câmara, contra o ministro das Relações Internacionais, Alexandre Padilha, que faz o meio campo entre o Palácio do Planalto e o Parlamento, surtiram efeito. Depois das reclamações do comandante do Centrão, Lula escalou para o meio campo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Além disso, abriu uma linha direta com Lira para temas urgentes. Um número que fica com o ajudante de ordens do presidente da República, e que está sempre ao lado de Lula, permitindo assim, acesso direto ao Chefe da Nação.
Diálogo, “sem clima de tensão”
O ministro Alexandre Padilha minimizou as reclamações de Arthur Lira, e disse que o importante é o governo manter o diálogo com o Parlamento. Destacou que “não existe qualquer clima de tensão” entre os Poderes.
Reforma tributária
Na volta aos trabalhos do Congresso Nacional, na próxima semana, o Governo tem como prioridade os projetos que regulamentam a reforma tributária. Parlamentares vão também pressionar o comando do Legislativo a discutir o veto de Lula às emendas de Comissão, uma soma nada desprezível que chega a 5 bilhões de reais, motivo de várias crises ao longo das últimas semanas, e que podem fazer a diferença, em obras das bases eleitorais, em ano de eleições municipais.
Saidinha de presos
A famosa saidinha de presos, e as plataformas digitais, estão entre os temas que terão continuidade no retorno dos parlamentares. A matéria mais polêmica é a que reonera a folha de pagamento de 17 setores da economia. Outras dez proposições liberam R$ 96 bilhões para a quitação de precatórios e o enfrentamento de desastres climáticos. As pautas prioritárias voltadas para a área econômica serão colocadas em votação com prioridade até o primeiro semestre, devido às eleições municipais.
Escolas públicas e privadas
O Brasil apresenta uma profunda diferença entre as escolas privadas com desempenho dos alunos similar ao dos norte-americanos. A esmagadora maioria que vem da escola pública já enfrenta outra realidade, mostram as pesquisas. Ingressam na vida profissional só com as frágeis ferramentas do ensino básico. “É o resultado de más escolhas públicas”.
Auxílio-doença por alcoolismo
O número de beneficiados pelo auxílio-doença por alcoolismo cresceu 19,5% no ano passado. Os dados são do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Pelo menos 4,3 mil benefícios foram concedidos a segurados que estão impossibilitados de trabalhar por conta do vício no álcool. O número de benefícios deste tipo vem aumentando gradativamente desde a pandemia. “É provável que a necessidade desse tipo de benefício continue crescendo”, afirmou a mestra e doutoranda em direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Carla Benedetti. Lamentável.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa