Afonso Motta (Crédito: Bruno Spada, Câmara dos Deputados)
Depois de um recesso branco de uma semana, com os deputados e senadores viajando, os presidentes da Câmara e do Senado, no exterior, aconteceu pouca coisa no Congresso Nacional, no que diz respeito a votações. Só barulho. Na semana passada, a oposição entrou em obstrução “e enquanto houver obstrução, como a que vem sendo feita pela oposição, a maioria das matérias para votar, que tem uma repercussão maior, não vão ser votadas”, avalia o deputado Afonso Motta (PDT/RS).
Entendimento de lideranças
Na opinião do parlamentar, “enquanto não tiver um entendimento de lideranças sobre a pauta, não acontece muita coisa e daqui a pouco, nós estamos em junho e logo vem o recesso”. Sem rodeios, Afonso Motta disse à coluna Repórter Brasília, que nesse momento o que está parecendo é uma tentativa de não deixar o congresso funcionar. Na quarta-feira (21) foi aprovado no Senado, uma flexibilização na questão ambienta. Tudo bem, mas aí tem que vir para a Câmara e tem que ver como é que a política vai tratar esse assunto. A política, que eu digo de fora do Congresso”, explica.
Polarização vai impactar
O parlamentar acredita que a polarização ainda vai impactar no que diz respeito as coisas não fluírem mais facilmente. “Acho que a oposição tá num grande dilema nesse momento. Vamos dizer assim, o governo tem candidato, é o Lula, ninguém tem dúvida disso. Ele pode até eventualmente nem ser candidato, mas hoje é ele. A oposição tem o Bolsonaro, só que o Bolsonaro não é candidato”.
Candidatura cada dia mais inviável
Para Afonso Motta, “enquanto tiver esse dilema e a tentativa de manter a candidatura do Bolsonaro, que cada dia que passa, ela fica mais consolidada como inviável, pouco vai acontecer. Cada dia que passa o que acontece? Tem que constituir uma outra candidatura lá na polarização”, aconselha o pedetista,
Último suspiro
Com tudo o que está acontecendo, considera Afonso Motta, “a Oposição não deixa votar, impede que as matérias mais importantes vão a plenário, é o último suspiro da candidatura do Bolsonaro. A obstrução hoje é o último suspiro do Bolsonaro, o projeto de anistia, está quase morto, disparou o parlamentar. O primeiro semestre, concorda o deputado gaúcho, está praticamente morto. “Está muito difícil. Tem aí agora essa discussão, vai ter a CPI, do INSS? isso aí não é nada, não é a razão de ser do congresso”, acentuou.
Candidatura sintomática
A confirmação da candidatura do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, para disputar a Presidência da República, com a concordância do PSD, parece bastante sintomática. Se fosse só o Eduardo Leite falando, tudo bem. Mas o PSD aceita ou admite a candidatura do governador gaúcho, aí a dimensão é outra.
Pode viabilizar uma candidatura
Questionado sobre o que Afonso Motta acha, o que isso pode parecer? Disse: “Bom, daqui a pouco, como o Eduardo do Leite fez um movimento para o PSD e o PSD tem uma identidade também de centro-direita, daqui a pouco, pode viabilizar uma candidatura do Eduardo do Leite contra o governador de Goiás, contra o Zema, contra, sei lá quem”, apontou Motta. Além disso, o PSD tem prefeitos, principalmente de São Paulo e tem um líder como o Gilberto Kassab que é esperto”.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa