Grandiosidade e necessidade do projeto chamaram a atenção dos estudantes e dos auditores
Representantes do Tribunal de Contas da União (TCU), do Senado Federal e alunos de engenharia civil do Centro Universitário DF (UDF) participaram de uma apresentação técnica do Drenar DF no auditório do edifício-sede da Terracap, na tarde desta sexta-feira (16). Em seguida, o grupo se dirigiu para a bacia de detenção, no Setor de Embaixadas Norte, momento em que puderam conhecer in loco, os túneis do fim do percurso.
Para a professora de geotecnia do UDF, Nathália Boaventura, uma visita técnica é a grande oportunidade de aprendizado para os estudantes. “Quando atuo em sala de aula, repito com frequência para meus alunos que é muito bonito ver a estrutura, o prédio ‘pra cima’, a ponte levantada, mas quando falamos em fundação, como obras de drenagem, o que está abaixo do solo é que encanta”, disse.
Ela explica que aquilo que não vemos, é fundamental. “Então, quando um governo tem a coragem de investir em uma obra que não vai ser vista pela população, é um enorme benefício trazer os alunos para que entendam a grandeza da obra”, finalizou.
Segundo o diretor da área de saneamento na Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Urbana do Tribunal de Contas da União (TCU), Victor Moraes, é enorme a vantagem desta obra para a população. “O Drenar DF vai resolver um problema crônico na cidade. Visitamos obras em todo o país e estamos bem impressionados com o método utilizado, o tunnel liner”, sintetizou.
O Drenar DF
“Quando um governo tem a coragem de investir em uma obra que não vai ser vista pela população, é um enorme benefício trazer os alunos para que entendam a grandeza da obra”
Nathália Boaventura, professora universitária
A obra foi dividida em cinco contratos, que iniciaram as escavações em datas diferentes. Ao todo, são 7,68 km de túneis, dos quais 6,7 km já estão escavados. Além disso, dos 107 poços de visita (PVs) previstos, 104 estão concluídos. O Drenar DF utiliza o método tunnel liner, em que o acesso às galerias é feito por essas aberturas. A cada 46 cm de solo escavado, chapas de aço corrugado são montadas para sustentar o túnel aberto. As placas, com espessuras que variam de 2,2 mm a 6,5 mm, são parafusadas umas às outras conforme a escavação avança. Além disso, 5,4 km foram concretados.
A nova galeria, em construção na Asa Norte, passa paralela às quadras 902 (perto do Colégio Militar), 702, 302, 102, 202 e 402, cruzando a W3 Norte e o Eixo Rodoviário Norte (Eixão), além da via L2 Norte, chegando à L4 Norte, próximo ao Setor de Embaixadas Norte.
Apenas os poços de visita estão ao alcance dos olhos da população. A escavação e estruturação da nova galeria subterrânea – entre 6 m e 22 m de profundidade, é realizada com ferramentas manuais, com pás, picaretas e martelos hidráulicos. Desta forma, os transtornos são mínimos, sem desvios no trânsito e abertura de valas, por exemplo.
Bacia de detenção
Para receber as águas das chuvas captadas no início da Asa Norte, ao fim do percurso, está sendo construído um reservatório de qualificação de água pluvial no Setor de Embaixadas Norte, local visitado pelo grupo.
Implantado em uma área de 36 mil m², dentro do Parque Urbano Internacional da Paz, o reservatório terá dupla função. A bacia de detenção, munida de dissipadores na sua entrada e vertedores na saída, vai reduzir a pressão da água que chega ao Paranoá. Além disso, a sujeira trazida pela chuva vai decantar no fundo da lagoa, resultando na melhoria da qualidade da água lançada no Lago.
A lagoa vai comportar até 96 mil m³ de água. Por estar dentro de um parque urbano, o acesso à bacia ficará protegido. O reservatório será totalmente cercado por alambrados de aço galvanizado com 1,10 m de altura.
Além da bacia de detenção, o Parque Internacional da Paz contará com ciclovia e projeto paisagístico. Serão mais de 200 árvores e arbustos plantados em uma área livre de 5 mil m², entre espécies para sombreamento, como magnólias do brejo, aroeiras vermelhas e copaíbas; e frutíferas, a exemplo da aceroleira, pitangueira, amoreira, jabuticabeira e goiabeira.
Repórter Brasília/*Com informações da Terracap