Para Hugo Motta e Davi Alcolumbre, a viagem à Tóquio tem um interesse bastante focado; ajustar os ponteiros com Lula para ver quem ocupará às cadeiras da Esplanada, na reforma ministerial (Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Acompanhado de um grande número de ministros do próprio governo, além dos atuais presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos) e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), Lula está no Japão para discutir acordo com Mercosul e comercialização de carne brasileira no país. A viagem tem como objetivo, ampliar parcerias comerciais na Ásia. O governo considera estratégico diversificar as correntes de negócios e sinalizar equilíbrio na guerra comercial travada atualmente entre chineses e americanos.
Brasil isolado

O deputado Bohn Gass (PT/RS) destacou a importância da viagem de Lula que, “está pensando no Brasil”. Na opinião do petista, “nós tínhamos um período anterior que o presidente da República isolava o Brasil, apequenava o país”.
Mostrando a força do Brasil
O congressista disse à coluna Repórter Brasília que, “nós estamos mostrando a grandiosidade do Brasil e buscando relações mundiais, é isso que o presidente tem que fazer. Logo, nós já estaremos tendo, o Brasil colhendo os resultados dessas relações.
Abrindo mercados
“Nós abrimos mercado para produção agrícola, frigoríficos, a produção da carne, nós abrimos mercado para relações tecnológicas, nós abrimos mercados em todos os sentidos, então nós já estamos colhendo resultado”, acentuou Bohn Gass, acrescentando que “a economia brasileira já está crescendo, o Brasil ocupa espaços importantes no mundo”.
Recondução de Dilma

A recondução de Dilma Rousseff à presidência do Brics, no ano em que a Rússia indicaria o presidente, “é uma expressão de grandeza do Brasil”, considerou Bohn Gass.
Ação articulada do governo
Na visão do parlamentar gaúcho, “isso não aconteceria se fosse um outro presidente. Só acontece porque o Lula tem essa referência e ele constrói isso, apostando na presença, na força do Brasil. Não podemos vacilar, isso é resultado concreto de uma ação articulada do nosso governo brasileiro, e essas viagens fazem parte disso”.
Conjunto de ações
Para Bohn Gass, “nenhuma viagem individualmente ou separadamente resolve isso, é um conjunto de ações, e no conjunto de ações o Lula tem jogado como um grande mestre”.
Tarifaço de Trump
“O tarifaço que vem sendo anunciado por Donald Trump, “é uma ameaça que ele não vai conseguir levar adiante. Ele vai ter dificuldades no próprio Estados Unidos, e os países vão ter também as suas respostas. É muito blefe para poucos resultados, Trump não conseguir levar a cabo todas as ameaças e chantagens que ele está fazendo hoje”, disparou Bohn Gass.
Terceiro maior parceiro comercial

Em 2024, o Japão foi o terceiro maior parceiro comercial do Brasil na Ásia e terceiro maior destino de exportações brasileiras à região, com intercâmbio comercial de US$ 11 bilhões e superávit de US$ 148 milhões para o Brasil, segundo o Itamaraty.
Reforma ministerial
Lula deve articular também, durante a viagem, novas fases da reforma ministerial com os presidentes da Câmara, do Senado, parlamentares, com o Centrão representado, e aproveitar para discutir a votação de pautas prioritárias para o governo no Congresso.
Reuniões em Hanói
A comitiva presidencial deve deixar Tóquio na quinta-feira (27) e seguir para Hanói, capital vietnamita. No dia seguinte, estão previstos encontros com o presidente do Vietnã, Luong Cuong, e o primeiro-ministro do país, Pham Minh Chinh.
Parceria estratégica
“O Vietnã consolidou-se como o quinto destino global das exportações do agronegócio brasileiro e se destaca como um dos principais produtores mundiais de café, arroz e produtos eletrônicos, setores nos quais há potencial para ampliar a cooperação bilateral”, registra o Itamaraty. Os dois países pretendem estabelecer uma parceria de nível “estratégica”, definida para ampliar a cooperação e o fluxo comercial.
STF decide de Bolsonaro vira réu
Com forte esquema de segurança na Esplanada dos Ministérios, e aumento da proteção contra ataques cibernéticos, começa nesta terça-feira (25), no Supremo, o julgamento se os magistrados aceitam ou não, os acusados de 8 de janeiro, virarem réus. Entre eles, o ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-ministros como Braga Netto, Anderson Torres e Augusto Heleno.
Aceitação da denúncia
No meio jurídico já é praticamente dada como certa a aceitação da denúncia. O advogado Camilo Onoda Caldas, que é pós-doutor em democracia e direitos humanos pela universidade de Coimbra, “diante das provas e do clima político da atualidade seria impossível o STF não aceitar a denúncia, porque a não aceitação seria uma absolvição imediata dos acusados. Já a aceitação é a possibilidade de se examinar o caso e julgar”.
Descrição detalhada dos fatos
“Certamente o STF vai aceitar a denúncia contra os acusados, porque existe uma descrição detalhada dos fatos que ocorreram, quem são os autores e quais teriam sido os crimes praticados”, apontou Camilo Caldas, enfatizando que, “não há dúvida que o STF tem elementos suficientes para aceitar a denúncia”. O julgamento será transmitido pela TV justiça.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa