Israel declara secretário-geral da ONU ‘persona non grata’ e o acusa de apoiar ‘terroristas, estupradores e assassinos’

António Guterres/Wikicommons

Declaração foi protesto após ONU não condenar ataque do Irã a Israel com mísseis na terça (1º). Chanceler acusou António Guterres de ser anti-Israel e apoiar o Hamas. ONU ainda não comentou. Em fevereiro, Lula também foi declarado ‘persona non grata’ em Israel.

Israel declarou nesta quarta-feira (2) o secretário-geral da ONU, António Guterres, como “persona non grata” e disse que ele está proibido de entrar no país.

A decisão, inédita na guerra no Oriente Médio, é um protesto pelo fato de a ONU não ter condenado “de forma inequívoca” o ataque com mísseis lançado pelo Irã ao território israelense na terça-feira (1º).

“Qualquer um que seja incapaz de condenar de maneira inequívoca o ataque hediondo do Irã contra Israel não merece pisar em solo israelense. Este é um secretário-geral anti-Israel, que dá apoio a terroristas, estupradores e assassinos”, declarou o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, em um comunicado.

Na terça (1º), após o ataque do Irã, o secretário-geral da ONU condençou “a ampliação do conflito no Oriente Médio, escalada após escalada”, mas não se referiu diretamente ao lançamento de mísseis por Teerã.

Na diplomacia, a classificação de alguém como “persona non grata” significa que essa pessoa — geralmente um chefe de governo ou um diplomata — não é bem-vinda em um país. A “persona non grata” não é necessariamente proibida de entrar no país.

No caso de Guterres, no entanto, sua entrada em Israel também foi banida, ainda de acordo com o chanceler israelense.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também foi declarado persona non grata por Israel em fevereiro. Na ocasião, o governo israelense retaliou após Lula comparar os bombardeios na Faixa de Gaza ao Holocausto, quando milhões de judeus foram exterminados pelo regime nazista de Adolf Hitler.

A ONU ainda não havia se manifestado sobre a classificação de Israel a Guterres até a última atualização desta reportagem.

Repórter Brasília/G1

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