Governador Ibaneis Rocha comemora compra do Master pelo BRB
Banco de Brasília recebeu autorização para comprar parte do Banco Master por R$ 2 bilhões
O governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha comemorou a compra de parte do Banco Master pelo BRB: “Achavam que estava vendendo, mas estou comprando”.
“Fiz um compromisso de fazer o BRB um banco nacional. Estamos eu e o Paulo Henrique cumprindo”, afirmou.
A operação está estimada em R$ 2 bilhões e ainda depende da aprovação de instituições competentes, como Banco Central e Cade.
A partir dessa aquisição, o BRB passa a ter 15 milhões de clientes, R$ 112 bilhões em ativos, R$ 72 bilhões em carteira de crédito e mais de R$ 100 bilhões em captações.
É uma das maiores operações financeiras dos últimos tempos.
Com a mudança, segundo Ibaneis, o BRB “será um banco público nacional e que atuará em áreas de investimento” .
Leia entrevista do presidente do BRB sobre compra do Master

O presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, falou com o Metrópoles com exclusividade sobre a autorização do conselho de administração para a compra e venda de 58% das ações do Banco Master. Leia a entrevista.
Qual o objetivo da compra do Banco Master?
O nosso objetivo é ampliar o tamanho do BRB, ampliar nossa atuação no mercado em segmentos que o Master opera e que trará complementariedade de negócios ao BRB. Este movimento vai fortalecer a nossa governança e dar ao BRB acesso a recursos especializados de tecnologia, inovação e de atuação nos setores de mercados de capitais, câmbio, middle e corporate e de cartão de crédito consignado.
Quanto o BRB está pagando na operação?
Nós estamos pagando 75% do valor patrimonial ajustado do Master. Isso equivaleria hoje a aproximadamente R$ 2 bilhões, já que o banco está avaliado em R$ 4,2 bilhões, segundo o mais recente balando da instituição.
O que o BRB está comprando exatamente?
Estamos comprando a expertise, o posicionamento em segmentos de interesse do BRB e criando um novo conglomerado prudencial maior, mais forte e mais competitivo, capaz de disputar no mercado financeiro brasileiro oferecendo uma experiência completa e única a seus clientes. Nosso objetivo é ser um banco completo, moderno, inovador para todos os segmentos de clientes pessoa física e pessoa jurídica.
Pergunta
A operação será paga em dinheiro, quando concluídas todas as diligencias, um conjunto de condições estabelecidas em contrato de compra e venda e a operação aprovada pelos órgãos competentes. A forma de pagamento consiste em 50% à vista, no mínimo 25% será depositado em uma conta escrow, dinheiro que ficará retido por até seis anos para cobrir contingências identificadas na diligência.
O Master como marca deixa de existir?
Sim. Após as aprovações legais, os dois bancos atuarão sob a marca BRB. Depois da confirmação da compra, o Banco Master passa a ser parte integrante do conglomerado do BRB.
A operação terá de passar pela avaliação do BC?
Sim. Neste momento, o que estamos anunciando é a assinatura do contrato de compra e venda, de um acordo de acionistas e de um plano de transição que serão submetidos ao Banco Central e ao Cade para análise.
O banqueiro Daniel Vorcaro é o principal acionista do Banco Master. Qual a função dele a partir desta operação?
Após a aprovação desta operação pelos órgãos competentes e o cumprimento das condições contratuais, Daniel Vorcaro passará a compor o conselho de administração do antigo Banco Master.
O modelo de negócios do Banco Master tem sido criticado por envolver operações não usuais. O Master carrega entre seus ativos precatórios e ações de empresas em dificuldade financeira, cujos papéis tiveram valorizações astronômicas, gerando questionamentos. A compra do Master é de fato vantajosa para o BRB?
Na operação de aquisição destas ações do Banco Master foi definido um novo posicionamento para o novo conglomerado em que um conjunto de determinados ativos, entre esses precatórios, direitos creditórios oriundos de ações judiciais e ativos de renda variável não fazem parte da operação e serão retirados do escopo antes da entrada no BRB. Todos estes ativos objetivo de discussão pela CVM não farão parte do escopo da operação com o BRB.
O BRB é um banco público do Distrito Federal originalmente. O que a população da capital federal ganha com esta operação?
A população do DF ganha em várias frentes. Um banco maior, mais competitivo e mais rentável vai desempenhar melhor as suas funções de banco público de fomento, vai oferecer mais produtos e serviços a todos os clientes e à sociedade e vai pagar mais dividendos ao acionista controlador que é o Distrito Federal. Estes recursos serão direcionados ao bem-estar da população e mais investimentos em obras, escolas, hospitais.
Portal Repórter Brasília, Edgar Lisboa/ Fonte: Grande Angular, Metrópoles