O presidente do PP defende um projeto de país de longo prazo. Revelou a intenção de construir candidatura nacional de centro-direita
Por Edgar Lisboa

As eleições de 2026 estiveram no centro do almoço-debate do Lide Brasília com o senador Ciro Nogueira (PP-PI), realizado nesta terça-feira (6). Presidente nacional do Progressistas, ele fez duras críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pediu o fim das hostilidades políticas no País, assim como fez o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Os empresários que integram o grupo também se mostraram dispostos a construir uma alternativa para deixar no passado a polarização política atual.
“Não estaremos no palanque com Lula”
O progressista garantiu que o PP não estará no palanque, com o governo Lula, no próximo ano. “Eu dou essa garantia ao país e a todos. Podem vir com 50 ministérios, com o que for, mas nós não estaremos com o projeto do presidente Lula. Nós não acreditamos no atual governo, mas infelizmente temos que conviver com ele até o próximo ano. Nós iremos fazer de tudo, para diminuir os danos que o atual governo possa fazer ao país”.
Não tem projeto político sem Lula e Bolsonaro

No painel aos empresários, lideranças classistas e políticos de diversos partidos, Ciro Nogueira disse que “não tem como fazer nenhum projeto político no Brasil sem a participação de Lula e Bolsonaro. Mas também é verdade que hoje temos 30% da população com a esquerda, 30% com a direita, e 40% no centro. Esse recado foi dado nas últimas eleições. Nós precisamos pensar no Brasil, sem preconceitos ideológicos”, acentuou.
Reformas estruturantes

O senador progressista criticou o tamanho da máquina pública e defendeu reformas estruturantes. “Não temos mais como gastar 47% do nosso PIB com a máquina pública. Precisamos de um pacto entre Executivo e Legislativo para diminuir o tamanho do Estado”, defendeu.
Unificação nacional
Ciro Nogueira sugeriu a criação de um fundo soberano voltado para inovação e capacitação profissional e disse que está dialogando com governadores e lideranças políticas para a construção de um projeto de unificação nacional. “Chega dessa disputa absurda, de discutir o 8 de janeiro o tempo todo. As facções estão tomando conta do Brasil enquanto perdemos tempo com pautas que não melhoram a vida das pessoas.”.
Ciro: “Sou favorável à anistia”
“Sou radicalmente favorável à anistia. Um dos homens mais sábios desse país, o ex-presidente JK sempre defendeu isso. Quando assumiu a Presidência, também teve uma conspiração contra ele, e a primeira atitude que ele teve foi anistiar todos e olhar para frente. Infelizmente, hoje, não temos um Juscelino Kubitscheck na presidência. Temos Luiz Inácio Lula da Silva”, lamentou.
Discursos de JK
Logo após a fala, o senador foi agraciado com a coleção completa dos discursos de JK na Presidência, entregue em mãos por André Kubitschek, bisneto do fundador de Brasília e vice-presidente do Memorial JK. Na sequência, Ciro destacou o potencial do Brasil, pedindo pela renovação da fé dos empresários no País. Em resposta a uma pergunta da presidente do Lide Mulher Brasília, Janine Brito, ele ressaltou: “Nenhum país no mundo tem um potencial tão grande quanto o Brasil atualmente. Precisamos acreditar”.
Críticas ao PT

O governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou que “o País já não aguenta mais tanto sofrimento” e fez duras críticas aos governos petistas. “Nascer, morrer, votar no PT, como diz o velho Monsanto, só se faz uma vez. Eles não têm projeto, não têm articulação, não gostam de empresários. A grande maioria nunca assinou uma carteira de trabalho”, disparou Ibaneis Rocha.
Força empresarial
Comandado pelo ex-senador, Paulo Octávio, o Lide Brasília reúne os maiores empresários e lideranças classistas do Distrito Federal. Paulo Octávio defende a criação de um projeto de Brasil. “A eleição é o ano que vem, 2026. E sem um projeto de Brasil, um projeto que não seja de partido político ou de candidato, mas que seja um projeto de país, ou nós estaremos sem rumo”, alertou.
Maior participação empresarial
“Por isso eu quero clamar para que as entidades empresariais, todas as entidades empresariais, se reúnam mais, conversem mais, participem mais, discutem mais”, salientou o líder empresarial.
Meio sem rumo
Paulo Octávio afirmou que “a gente sente que o Brasil vive em um momento meio sem rumo, a gente não sabe para onde vai, e isso é muito triste. É chegado o momento de nós apresentarmos o Brasil que queremos. Chega de omissão, mais participação”.
Menos Estado e mais trabalho
Presidido pelo empresário, ex-senador e ex-governador Paulo Octávio, o Lide Brasília reuniu mais de 200 empresários e parlamentares, na residência de Fernando Cavalcanti, presidente do NW Group. E logo na apresentação do palestrante foi feito o primeiro manifesto em defesa de uma participação maior do empresariado nas questões nacionais. “Nos pronunciamentos feitos na criação da Federação União Progressistas, uma coisa me chamou a atenção, que foi o seguinte recado: menos Estado e mais trabalho, menos Estado e mais liberalismo, menos Estado e mais incentivo ao setor produtivo”, destacou Paulo Octávio.
Recado da Federação
Na opinião do ex-senador Paulo Octávio, presidente do PSD, no DF, o recado dado pela criação da Federação (PP/União Brasil) foi muito importante, porque nós sentimos que ali foi dado um recado claro que o Brasil precisa, a federação precisa do setor produtivo para criar um projeto de Brasil”.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa