
A pesquisa conduzida pela Universidade de Stanford em parceria com a Secretaria de Educação do Rio de Janeiro confirmou o que já se intuía: a proibição do uso irrestrito de celulares em sala de aula elevou em 25,7% o desempenho em matemática e 13,5% em língua portuguesa. Os dados reforçam a tese defendida pelo deputado Alceu Moreira (MDB/RS), autor da lei que restringe o uso dos aparelhos nas escolas.
Disciplina e tecnologia
Moreira lembra que não se trata de demonizar a tecnologia, mas de discipliná-la. O celular, quando usado sem critérios, desvia a atenção e corrói a capacidade de concentração dos alunos. Mas, quando incorporado a um projeto pedagógico inteligente, pode ser poderoso aliado. “O avanço tecnológico veio para ficar. O desafio é colocá-lo a serviço da educação, transformando a tela em fonte de curiosidade e aprendizado”, afirma.
Descobrir o caminho
O parlamentar destaca que a escola não pode se limitar a retirar celulares das mãos dos jovens, mas sim criar laboratórios digitais que despertem o interesse e usem a tecnologia como ponte entre conteúdo e atenção. “Se o celular consegue prender o aluno por horas, é porque encontrou um caminho para a curiosidade. Cabe à educação descobrir esse mesmo caminho.”
A favor da aprendizagem
No fundo, a proposta não é banir a tecnologia, mas devolvê-la à sua função original: ferramenta de conhecimento. Ao equilibrar disciplina e inovação, a escola ganha um aliado poderoso contra a distração e a favor da aprendizagem.
Ganho real para o aluno
Alceu Moreira disse ao Repórter Brasília que, “quando nós fizemos a lei nós tínhamos a consciência de que a concorrência com o professor, com a professora, com a internet aberta seria algo absolutamente desleal porque tiraria a atenção completa do aluno, mas nós não tínhamos nenhuma medição para saber o que isso daria de ganho real para o aluno”.
Melhora o rendimento
Segundo o parlamentar, “agora, quando nós vimos aquela pesquisa, eles fazem a conta de que um aluno ganha no período letivo, primeiro grau ele ganha um ano de atenção no processo, melhora enormemente o rendimento a capacidade de absorção de conteúdo”, comemorou Alceu Moreira.
Mais atenção na aula
Na avaliação do deputado, o aluno, com a nova regra,” ele na verdade presta muito mais atenção na aula, dedica-se muito mais a aula. E acrescenta: “mas tem outros dados que é a interação ao modelo recreacional, a interação entre os alunos, a comunicação entre eles, a possibilidade de brincar no recreio, voltar ao relacionamento entre a turma como era antes porque com o telefone celular e com tudo que ele tinha ele saía da sala de aula em pleno intervalo, sentava num banco e ficava conversando com quem estava no relacionamento no celular e esquecia das brincadeiras”.
Lei aceita em todo o país
“Tem uma série de vantagens que a gente fica sabendo que as escolas mandam de todos os lugares”, afirmou Alceu Moreira. Ele destaca que outra questão, “é quando nós fizemos a lei e tinha muita resistência com relação a isso, levou dez anos para ser aprovado mas mesmo quando foi aprovado a gente imaginou que nos lugares onde tivesse nas periferias, onde tivesse um ambiente mais agressivo com relação ao relacionamento entre aluno e professor tivesse uma resistência e o que nós temos de notícias é que, em todo o país é que nada disso acontece”, festeja o autor da lei dos telefones nas escolas..
Mudança de comportamento
Alceu Moreira destaca que, “é uma questão aceita por quase todo mundo com grande adesão, os próprios alunos que eu tenho conversado, eu estive por exemplo uma escola em Alvorada, no Rio Grande do Sul, e os alunos mesmo ficam muito felizes com isso porque eles mudaram o comportamento”.
Voltaram as brincadeiras
Voltaram as brincadeiras na escola, voltou aquelas coisas antigas como jogo de taco, voltou tudo outra vez as crianças voltaram a conversar sobre temas que são normais da infância das crianças, possibilidade de fazer exercícios e eventos coletivos”.
Acertar as brincadeiras
“Todos conversam para acertar os programas as brincadeiras”, acentua Moreira. “Cheguei a ouvir por exemplo de alguns alunos que antes diziam que saiam já com o pensamento de o que fazer com o telefone à tarde e que agora durante a tarde depois nem toca no telefone. O aluno almoça e já tem uma combinação com os colegas para fazer algo junto”.
Resultado além do imaginado
Tenho a impressão, assinalou Alceu Moreira, que “de tantas coisas que se faz lá no Parlamento, esta é uma marca que definitivamente modificou a vida de milhares de crianças no país”. Segundo o parlamentar, a avaliação dos órgãos internacionais sobre isso, inclusive com cópia da própria lei que é uma legislação relativamente simples, copiada por outros países gerou um resultado bem além do imaginado”.
Reforma administrativa

O presidente Hugo Mota (Republicanos/PB), anunciou nesta segunda-feira (25), que a Câmara vai formar uma comissão geral no dia 3 de setembro para debater a reforma administrativa. O parlamentar afirma que” o Estado brasileiro não está funcionando na velocidade da sociedade e que a cada dia a vida real cobra mais do que a máquina pública consegue entregar”.
Comissão geral
Segundo o presidente da Câmara, em acordo com o relator da reforma administrativa, deputado Pedro Paulo (PSD/RJ), ele está anunciando a realização de uma comissão geral no plenário da Câmara, para debater a reforma administrativa. “O tema não pode mais ser adiado, pois, desrespeita a espinha dorsal da República, a capacidade do Estado de servir de forma eficiente e justa”, disse Motta.
Juízes e promotores
O deputado Pedro Paulo anunciou que vai incorporar ao texto uma proposta que proíbe a aposentadoria compulsória como forma de punição a juízes e promotores. O texto deve ser divulgado na próxima semana. O relatório que reúne cerca de 70 itens, para melhorar a questão do serviço público ainda não foi oficialmente apresentado.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa