O país precisa de conciliação, não de palanque

Zucco (Crédito: Bruno Spada, Câmara dos Deputados)

O Brasil vive com mais de um ano de antecedência, um ambiente de palanque eleitoral que pode comprometer a governabilidade. A recente decisão do presidente Lula, de acionar o STF para restabelecer o decreto do IOF, derrubado pelo Congresso, reacendeu o clima de confronto entre os Poderes. Embora constitucional, o gesto acirrou ânimos e foi classificado como “afronta” e “atentado à democracia”, pelo líder da oposição, deputado Luciano Zucco (PL/RS).

Congresso e setor produtivo reagem

Mais de 17 Frentes Parlamentares do setor empresarial repudiaram a medida, alertando para o impacto sobre o crédito e o consumo. O presidente da Câmara, Hugo Motta, cobrado por acordos não cumpridos, agora pede “convergência harmônica” entre os Poderes, e diálogo com respeito institucional.

Clima eleitoral antecipado

Na Bahia, Lula reforçou sua retórica contra o Congresso e usou eventos públicos para lançar mensagens de cunho eleitoral, como a placa “taxação dos super-ricos”. O problema é que esse tipo de postura estimula a polarização e antecipa o clima de vale-tudo típico do período eleitoral, sem ganhos concretos para o país.

Campanha disfarçada

Nas redes sociais, vídeos anônimos gerados por IA atacam figuras do Legislativo, como Hugo Motta. O Planalto, por meio da Ministra Gleisi Hoffmann e do líder do governo José Guimarães, condenou os ataques. Mas o episódio evidencia que a pré-campanha já está em campo. E isso desvia o foco do que realmente importa: estabilidade e reformas.

Estilo Robin Hood

A tentativa do governo de emplacar uma agenda distributiva, como a taxação dos super-ricos, pode até agradar parte do eleitorado, mas não resolve a insatisfação generalizada com a alta carga tributária. IOF, impostos e a narrativa de Robin Hood não é o melhor caminho. O Brasil já é um dos países que mais arrecadam e onde mais se gasta — e é isso que precisa mudar.

Reforma e responsabilidade fiscal

A reforma tributária está em andamento, mas sua implantação será gradual. Até lá, o desafio é não buscar arrecadação extra às custas de quem produz ou consome. Como apontam especialistas, o país precisa cortar despesas e não aumentar a cobrança sobre trabalhadores e empresas.

Governar ainda é possível

O presidente Lula, deputados e senadores, precisam priorizar a construção de um ambiente de governabilidade. Não há espaço para campanhas antecipadas, nem enfrentamentos teatrais. O povo quer solução — e não mais um capítulo de disputa política que paralisa o país.

Plano Safra

Dionilso Marcon (Crédito: Kayo Magalhães/ Câmara dos Deputados)

O deputado Dionilso Marcon (PT/RS) destacou o novo Plano Safra, com R$ 89 bilhões para a agricultura familiar, e juros de 2% a 7% favorecendo produtores de alimentos sem agrotóxicos. O total investido soma R$ 605 bilhões, quase 50% acima do governo anterior. Marcon ressaltou o apoio do presidente Lula à agricultura familiar e ao agronegócio, com foco na produção de alimentos e na abertura de mais de 380 mercados internacionais.

A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.

Edgar Lisboa

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