Bohn Gass (Crédito: Site do PT)
O deputado Bohn Gass (PT/RS) continua trabalhando fortemente, contra o projeto que dispõe sobre o uso herbicidas hormonais contendo princípio ativo 24d, que está tramitando na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, principalmente, para aplicação em plantas que produzem alimentos.
É contra a saúde
“Vou trabalhando, lutando contra isso pois é contra a saúde, e é o mercado que se fecha no mundo para o Brasil”, assinalou Bohn Gass ao Repórter Brasília, garantindo que acompanhará, de perto, o trâmite do projeto para a utilização de veneno nos herbicidas.
Competência dos Estados e municípios
O Deputado alerta que o projeto coloca atribuições de competências aos estados, e municípios e a União para regulamentar, controlar o uso de herbicidas hormonais contendo 24d.Ele argumenta que se esse controle não for feito poderá, de maneira temporária ou definitiva nos locais da origem da deriva ser proibido o uso.
Bohn Gass afirmou que foi procurado por várias entidades ao ver esse projeto tramitando na Câmara e deu um parecer contrário a essa regulamentação.
Pedido de vistas
O congressista afirmou que fez um pedido de vista na comissão de agricultura, “eu realizei reunião com as entidades, com agricultores, principalmente, na serra gaúcha, que estão preocupados com a deriva dos venenos em cima das plantações de uva, do pêssego, de outras plantas. Na região da oliva, o pessoal me procurou mostrando que também é altamente prejudicial à deriva desse veneno, matando as árvores. Quem é agricultor sabe o quanto o uso de venenos é prejudicial para a agricultura, para o conjunto do ambiente e das pessoas”.
Regras devem ser cumpridas
Bohn Gass chegou a conclusões: “Primeiro, nós temos que ser contra o uso do veneno, essa primeira parte. Mas enquanto ele é usado nós temos que ter uma regulamentação, e essas regras precisam ser cumpridas, e não são em boa parte”. Foto Ilustrativa.
Aviso prévio
Na opinião de Bohn Gass, o aviso prévio “é uma ideia muito interessante, então aquela pessoa que vai usar o herbicida ele precisa avisar, fazer um aviso prévio, que tal dia vai fazer aplicação para que o regramento do tempo, da temperatura do vento e que todos os temas que são correlatos na análise da aplicação sejam respeitados”.
Voto contrário
Bohn Gass destaca a importância do aviso previamente. “Eu quero dizer que esse pedido de vista que eu fiz, eu vou fazer meu voto contrário ao relatório apresentado para podermos ter a regulamentação e trabalharmos pelo banimento do uso de venenos”.
Passar por outras comissões
“É importante que não só a comissão da agricultura faça esse debate, eu estou solicitando para que haja a distribuição também em outras comissões”, afirmou Bohn Gass. O parlamentar defende que o projeto seja examinado também nas comissões do meio ambiente e na comissão de saúde, e que depois vá para a Comissão de Constituição e Justiça. “Não é possível que a gente use o veneno e ainda use de forma inadequada prejudicando a vida das pessoas e do meio ambiente, temos que promover um debate amplo”.
Inteligência artificial
Consultado sobre os danos da utilização de veneno, na agricultura, o ChatGPT respondeu:
O uso de veneno na agricultura (agrotóxicos ou pesticidas) é amplamente debatido, pois apresenta impactos negativos em diferentes aspectos. Abaixo estão alguns argumentos contra esse uso, considerando tanto a saúde quanto a exportação de produtos brasileiros:
Prejuízos à saúde humana
Consumidores: Resíduos de agrotóxicos nos alimentos podem causar intoxicações agudas e doenças crônicas, como câncer, problemas hormonais e neurológicos.
Trabalhadores rurais
A exposição direta a esses produtos coloca agricultores em risco de intoxicações graves e doenças de longo prazo.
Comunidades locais: O uso indiscriminado de venenos pode contaminar água e ar, afetando a saúde de comunidades próximas às plantações.
Contaminação de solos e água
O uso de agrotóxicos pode levar à degradação do solo e poluição de rios, lagos e lençóis freáticos.
Biodiversidade
Agrotóxicos afetam organismos benéficos, como abelhas (importantes para a polinização), além de outros animais e plantas não-alvo.
Resistência de pragas: O uso excessivo pode levar ao surgimento de pragas resistentes, exigindo doses maiores ou novos produtos químicos.
Impactos econômicos e na exportação
Rejeição de produtos no mercado internacional: Muitos países têm legislações rigorosas sobre resíduos de agrotóxicos. Produtos brasileiros com níveis elevados de resíduos podem ser rejeitados, prejudicando as exportações.
Perda de competitividade: A insistência em práticas agrícolas baseadas em agrotóxicos pode colocar o Brasil em desvantagem no mercado global, onde cresce a demanda por alimentos orgânicos e sustentáveis.
Custos ambientais: A degradação ambiental gerada pelo uso de venenos pode levar a gastos adicionais para recuperação de áreas degradadas e tratamento de recursos hídricos.
Alternativas viáveis e sustentáveis
Agricultura orgânica e agroecologia: Métodos sustentáveis podem reduzir a dependência de agrotóxicos, mantendo ou aumentando a produtividade.
Inovações tecnológicas: Uso de bioinsumos, controle biológico e práticas integradas de manejo de pragas são soluções mais seguras e eficazes.
Esses argumentos mostram que, além dos riscos à saúde e ao meio ambiente, o uso de venenos na agricultura pode afetar diretamente a imagem do Brasil como exportador, comprometendo a economia e a sustentabilidade agrícola a longo prazo.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa