Cestas cheias de histórias (Apeles Pacheco)

Um dos esportes mais bem pagos do mundo é o Basquetebol. Criado em 1891 por um professor de educação física canadense residente nos Estados Unidos, foi inspirado na mania das pessoas acertarem objetos e papéis em coletores de lixo. Observando esse tipo de brincadeira, James Naismith teve a feliz ideia de pregar cestas de frutas em umas pilastras para seus alunos arremessarem bolas e marcarem pontos ao acertarem o alvo. Inicialmente usou locais fechados, devido ao rigoroso inverno americano. Em seguida foram usadas também quadras ao ar-livre, proporcionando uma atividade física em qualquer estação do ano. A aceitação do “Basketball” (“bola ao cesto”, em inglês) foi tão contagiante e imediata que, 5 anos depois a modalidade passou a fazer parte dos Jogos Olímpicos de Berlim (1896).
Nos dias atuais, a mais famosa liga de basquete é a bilionária NBA (National Basketball Association), composta por 29 times dos Estados Unidos e 1 time do Canadá. Na última temporada (2023-2024) estima-se que tenha movimentado mais de 13 bilhões de dólares (R$ 74 bilhões), tendo o Boston Celtics como campeão, que alcançou 18 conquistas. Um recorde histórico!
De bilhões de dólares para milhões de brasileiros que buscam alcançar uma condição alimentar minimamente adequada. Me refiro à Cesta Básica, criada através de um Decreto-Lei de Getúlio Vargas em 1938, cujo objetivo era garantir preços acessíveis a alimentos essenciais que pudessem manter uma pessoa adulta alimentada. De lá para cá, inúmeras regulamentações, ingerências políticas e modificações foram inseridas na legislação. Uma das mais curiosas é uma lei aprovada em 1998 que permite a distribuição de cestas básicas como forma de cumprimento de uma pena, desde que o crime seja de menor gravidade. Infelizmente alguns governos exploram essa valiosa política pública como moeda de troca eleitoral. Uma lástima!
Um pouco mais dispendiosas e sofisticadas, as famosas cestas-presente são dedicadas a pessoas especiais. Namorados, cônjuges, pais, mães, avós, professores, colegas de trabalho e até mesmo crianças são surpreendidos com flores, pães, doces, bebidas e tantas outras guloseimas cuidadosamente embaladas em luxuosas cestas, destinadas a trazer um pouco de alegria nos cafés-da-manhã ou chás da tarde. Um mimo de pura felicidade!
Quando o assunto é decoração, uma quantidade imensa de materiais, tais como bambu, fibra, vime, palha e outros, são utilizados com esmero e arte por talentosos artesãos, produzindo cestas de todos os tipos, tamanhos, cores e preços, tornando ambientes mais bonitos e acolhedores.
​A Bíblia registra dois episódios peculiares sobre livramentos de pessoas através de cestas:
​O primeiro está relacionado a uma das principais figuras na história de Israel: Moisés! Seu nome significa “salvo das águas”, e em sua biografia podemos anotar diversos títulos: líder religioso, profeta, legislador, escritor e juiz. Foi personagem-chave na libertação do povo judeu, que enfrentava uma situação de preconceitos, escravidão e aflições no Egito. O livro de Êxodo cita com detalhes as tentativas de Faraó mandar matar recém-nascidos meninos, preservando só as meninas hebreias e também a emocionante história do nascimento de Moisés, que, por providência de Deus, foi poupado do sanguinário decreto real:
​“Um homem e uma mulher da tribo de Levi casaram. A mulher ficou grávida e deu à luz um filho. Ela viu que o menino era muito bonito e então o escondeu durante três meses. Como não podia escondê-lo por mais tempo, ela pegou uma cesta de junco, tapou os buracos com betume e piche, pôs nela o menino e deixou a cesta entre os juncos, na beira do rio”. Êxodo 2.1-3.
​O que aconteceu em seguida foi que a filha do rei viu a cesta no rio com uma criança dentro, adotou-a como filho, deu-lhe o nome de Moisés e, mais uma vez a intervenção da mão divina fez com que a própria mãe do menino fosse nomeada para todos os cuidados do rebento.
​ O segundo episódio, no Novo Testamento, conta sobre Saulo de Tarso, que, de perseguidor dos cristãos passou a ser perseguido pelos líderes religiosos da época, após a sua conversão:
​“E tendo passado muitos dias, os judeus tomaram conselho entre si para o matar. Mas as suas ciladas vieram ao conhecimento de Saulo; e, como eles guardavam as portas, tanto de dia como de noite, para poderem tirar-lhe a vida, tomando-o de noite os discípulos, o desceram, dentro de um cesto, pelo muro”. Atos 9.23-25.
​Após isso, Saulo passou a ser chamado de Paulo, o Apóstolo, e foi um dos principais anunciadores das boas novas do Evangelho de Cristo.
​Ao finalizar, meu caro leitor, minha cara leitora, o meu desejo é que você busque uma comunhão cada dia mais completa com nosso Mestre Jesus. Além de desfrutar de seus doces e perfeitos ensinamentos, milagres acontecerão na sua vida. Assim como, lá no passado, multiplicou cinco pães e dois peixinhos para alimentar uma multidão e, quando todos estavam satisfeitos ainda foram recolhidas doze cestas cheias do que sobrou, Ele hoje está sempre pronto a saciar nossa fome e preencher o vazio espiritual de cada um de nós, com cestos carregados de justiça, bondade, fé e sabedoria.

Apeles Pacheco é bacharel em Direito, com Especialização em Legislativo e Políticas Públicas (LPP).

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