O deputado Eduardo Bolsonaro (PL/SP), disse ao Repórter Brasília, que “entre os projetos em voga no momento, no Congresso Nacional é essa pauta do aumento de impostos. Nós temos que segurar ao máximo o ímpeto do governo Lula em arrecadar dinheiro”.
Dívida no nível da pandemia
Eduardo Bolsonaro (Crédito: Mario Agra, Câmara dos Deputados)
Para Eduardo Bolsonaro, “a dívida hoje que o Governo conseguiu contrair está no mesmo nível da pandemia. Só que hoje nós não temos pandemia”. O parlamentar questiona: “para onde está indo esse dinheiro? As pessoas não estão sentindo o retorno desse dinheiro para elas”, cobra.
Enchentes no Rio Grande
Eduardo Bolsonaro fez críticas fortes também com relação as providencias do governo quanto às enchentes, no Rio Grande do Sul: “uma resposta fraca, morosa, lenta. Aponta que “ o governo não aceitou inclusive, anistiar o Rio Grande do Sul pelos próximos três anos, apenas suspendeu a dívida. Ele salienta que, “se a pessoa não tiver emprego, se a pessoa não tiver como colocar uma comida na barriga, ela não vai ter condições de tratar de nenhum outro tema”, apontou o congressista, destacando que, “ultrapassado isso, outros temas que são caros a nós, importantíssimos também, são a questão do aborto”.
Criminalização do Aborto
Eduardo Bolsonaro afirmou que é coautor de um projeto que “talvez vá entrar em pauta, para a gente criminalizar, de maneira mais forte a prática do aborto, principalmente por parte dos médicos”.
Lei das armas
A pauta das armas também foi citada pelo parlamentar. Disse que “a gente tem que aprovar agora aqui na Câmara e mandar para o Senado. Está tramitando na Câmara, o projeto de lei das armas, para dar legítima defesa ao cidadão de bem. Tudo isso daí é receita de sucesso do governo Bolsonaro”.
Candidato à Presidência
Questionado sobre candidato do PL, à Presidência da República, em 2026, Eduardo Bolsonaro, foi taxativo: “só temos um candidato e é Jair Messias Bolsonaro. Enquanto houver a esperança de reverter a inelegibilidade dele dentro do TSE, ele será o nosso candidato”.
“Ele indica e nós votamos”
Para Eduardo Bolsonaro, “se por ventura no futuro, ele não tiver sucesso nessa reversão da inelegibilidade, aí ele vai indicar a pessoa em quem todos nós votaremos”, adiantou.
Aborto: Mulher relatora
O projeto que equipara o aborto, acima de 22 semanas, ao crime de homicídio, será relatado por uma mulher, anunciou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL). O recado já foi dado à bancada evangélica. Depois dessa urgência para criminalização do aborto, com pressão da “bancada da bíblia”, parece que, agora, os evangélicos vão pagar a conta. A relatora deverá ser do Centrão. A expectativa é que o texto do deputado pastor Sostenes Cavalcanti (PL/RJ), seja modificado e seja suprimido da matéria, o trecho da responsabilização da mulher, em caso de estupro.
Pena maior para a vítima
A aprovação da urgência do projeto de lei, de forma relâmpago, em sessão plenária, desagradou parlamentares que reclamam que, o texto prevê pena maior para mulher vítima de estupro, até 20 anos de prisão, do que para o estuprador que pode pegar de seis a dez anos.
“Insanidade”, diz Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou no sábado (15) que considera uma “insanidade” a possibilidade de punir uma mulher estuprada que comete aborto com uma pena maior do que a aplicada ao estuprador.
Presidente Lula concedeu entrevista à imprensa na Itália — Foto: @LulaOficial/X
O presidente deu a declaração ao ser questionado sobre sua posição a respeito do projeto em análise na Câmara dos Deputados, que estabelece a aplicação de pena de homicídio simples nos casos de aborto em fetos com mais de 22 semanas.
Contra o aborto
“Eu sou contra o aborto. Entretanto, como o aborto é a realidade, a gente precisa tratar o aborto como questão de saúde pública. Eu acho que é insanidade alguém querer punir uma mulher numa pena maior do que o criminoso que fez o estupro. É no mínimo uma insanidade isso”, disse Lula. Foi a primeira manifestação do presidente a respeito do mérito do projeto.
Para virar lei, o texto ainda precisa ser aprovado pelos deputados e, também, pelo Senado; e, posteriormente, sancionado pela Presidência da República.
Vereadora evangélica se posicina sobre PL do aborto
“Vereadora, socióloga, maloqueira e crente”, ou “malocrente”, como ela mesma se define nas redes sociais, Aava Santiago Aguiar está em seu primeiro mandato e se destaca na defesa de bandeiras tradicionais da esquerda, como direitos das mulheres, da escola pública e direitos humanos. Por conta disso, tem sido uma voz destoante no meio evangélico, que nos últimos anos se tornou majoritariamente bolsonarista e despertado o interesse de partidos como o próprio PT de Lula para filiá-la. Um vídeo dela veiculado na última semana repercutiu no Congresso e no governo.
Protestos no país
No Senado, o projeto que equipara o aborto a homicídio, garante o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), jamais seria levado direto ao plenário, sem passar pelas comissões, como pode ocorrer na Câmara. Manifestações contra o projeto vem inundando as redes sociais e protestos já estão sendo realizadas em várias cidades do país, como São Paulo e Rio de Janeiro e Brasília.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa
Lukas Dobranski