A diferença entre vencer e perder (Por Umberto de Campos)

Print Friendly, PDF & Email
Umberto de Campos

Outro dia comecei a me perguntar porque algumas pessoas conseguem ser um sucesso pessoal e profissional, se desafiam e atingem seus objetivos; enquanto outros – a grande maioria – luta “uma vida inteira” mas permanece no limbo.

Fui, então, em busca de uma resposta. Obviamente essa resposta exata não existe. Mas é possível acreditar que nossa mente é poderosa e eu, então, comecei minha busca por ela. Na verdade, eu tinha lido “O Poder do Subconsciente”, de Joseph Murphi e creio que a teoria dele possa nos ajudar a responder muitas de nossas perguntas.

A luta entre a nossa mente consciente que pensa que sabe o que faz e a nossa mente subconsciente que faz sem sabermos exatamente porque, pode ser a chave para essa dúvida fundamental.

Um outro teórico, Steve Allen garante que existe uma diferença gritante entre profissionais e amadores. Para ele, a maioria das pessoas vive uma vida ruim exatamente porque essa imensa maioria é formada por amadores.

Então, qual será a diferença? Aquela que realmente faz a diferença?

Se você perguntar a um amador qual o seu maior prazer, ele dirá que é conquistar alguma coisa. Um tenista amador se sente bem quando ganha um jogo; mas ele vai se contentar com essa vitória. Já um tenista profissional saberá que a primeira vitória é só o começo. Para ganhar um torneio é preciso vencer todos os dias. E se não ganhar este ano, é preciso voltar no ano que vem… ainda melhor.

Allen garante que amadores improvisam; enquanto os profissionais têm um processo consistente para chegar lá. Que amadores somente imaginam que são bons, enquanto os profissionais conseguem ter a compreensão perfeita sobre a sua própria competência e os pontos que precisam ser melhorados. Esse autoconhecimento faz uma enorme diferença.

Amadores não lidam bem com críticas e nem têm, como objetivo, a necessidade de se aperfeiçoar – por exemplo – por meio de treinamento constante. Já os profissionais sabem que têm pontos fracos e buscam, na crítica, um auxílio para saberem onde estão os detalhes que precisam ser melhorados.

Como você se coloca diante da vida? Você é um sucesso? Você acredita que será um sucesso?

Você é daqueles que, ao primeiro problema, se entrega e assume o fracasso; ou você recebe o fracasso como parte do caminho para o crescimento e a perfeição?

Nessa busca por respostas, aprendi que para obter bons resultados é preciso entender quais e onde estão os fatores que melhoram as possibilidades e reconhecer que o sucesso depende da dedicação e de uma forte crença pessoal. É fundamental acreditar que a preparação funciona e que a dedicação vale a pena.

Certa vez eu li que sorte não existe. Que a sorte é a união da preparação com a oportunidade. Em vez de apenas reagir às oportunidades da vida (para as quais nem sempre se está preparado) é preciso que se esteja preparado para o que desejamos. Você pode ser a pessoa mais bem preparada do mundo, mas se não aparecer uma oportunidade, essa sua preparação não terá valido nada. Desistir aí? Claro que não, pois o grande problema é quando acontece o contrário: será uma enorme frustração ver passar a oportunidade e não estar pronto para ela.

Todos os dias alguém nos diz que conhecimento é poder. E isso pode ser verdade. Mas se você não entrar em ação, todo o seu conhecimento será apenas informação.

A grande maioria das pessoas, hoje, quer ter razão. Essas pessoas não entendem que o fundamental é a busca por melhores resultados. Que é importante entender quando um bom resultado aparece apenas por sorte. Nem todas as vezes os resultados são fruto de nosso talento. Essa humildade na avaliação pessoal também faz diferença, quando se trata de medir resultados.

Outro fator que indiscutivelmente separa a maioria de fracassados, dos poucos que fazem sucesso é a falta de planejamento. Essa é a diferença dos que se concentram no prazo imediato e aqueles que centram suas vidas no longo prazo. Pessoas comuns andam mais rápido; pessoas de sucesso vão mais lentamente, mas com consistência. Têm objetivo, planejam o caminho, entram em ação, melhoram constantemente na jornada e chegam lá.

Muitas vezes o sucesso e o insucesso estão ligados à empatia. Há quem trabalhe para rebaixar os outros, mas há os que pensam em ações para que todos melhorem. Vejam as reuniões. Há quem prefira tomar decisões em grupo, porque se algo der errado, todos serão responsáveis. É mais fácil culpar os outros. Um líder de verdade toma suas decisões individualmente e aceita a responsabilidade.

Temos a impressão – e alguns autores nos aconselham a aceitar – que a primeira ideia que nos vem à cabeça é a boa. Nada contra quem tem boa intuição. Mas a verdade é que pessoas de sucesso são as que se dão conta de que a primeira ideia raramente é a correta. Melhor pensar em probabilidades, do que em pensamentos absolutos. Como também é importante saber discernir entre o que se quer (o sonho) e a realidade possível, porque essa é a verdade.

Sonhar é importante. Tudo neste mundo nasceu de sonhos. Mas só virou realidade depois que alguém pôs a mão na massa e construiu a realidade manuseando e transformando coisas reais.

Você é daqueles que veem os percalços como ameaças; ou dos que aceitam as dificuldades como oportunidades para aprender? Essa é outra diferença fundamental. Vende mais o vendedor que ouve mais “nãos” e prossegue oferecendo suas mercadorias; do que aquele que só ouve sim… mas desiste ao primeiro “não”.

Finalmente, encontramos pessoas que nunca vão conseguir vencer por absoluta falta de conhecimento. Esses acreditam que o mundo deveria funcionar como eles querem que funcione. Não aprendem e nem querem aprender. Os que vão adiante e conquistam o topo do seu “Everest”, certamente se deram conta de que é preciso trabalhar com o mundo tal qual ele se apresenta.

Para terminar também é preciso recorrer a um princípio básico da programação neurolinguística que afirma: “Não existe sucesso, nem insucesso. O que há são resultados.”

Assim, é possível entender que me equivoquei, ao abrir esta crônica questionando a diferença entre pessoas de sucesso e pessoas medíocres. Cada uma delas é, na verdade, um sucesso, porque a sua escolha rendeu um resultado.

A boa notícia é que a mudança de status está ao alcance de qualquer pessoa. Está a um passo de uma simples decisão. Tudo o que você vê, ouve e sente aqui e agora é fruto das decisões que você tomou ao longo do tempo. Sem esquecer que, não decidir, também é uma decisão. Você pode tomar a direção de sua vida e conduzi-la pelo caminho que você quer. Ou pode entregar essa direção a outra pessoa e o caminho escolhido por ela, pode não ser exatamente o que você quer.

Então, decida!

Umberto de Campos é jornalista e especialista em neuropsicologia

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *