Sistema de pagamento eletrônico foi totalizado nesta quarta-feira (11) como forma de facilitar o dia a dia dos passageiros e garantir mais segurança no transporte da capital
Facilidade, autonomia e segurança são alguns benefícios definidos por Ana Lucia da Silva, 54 anos, no pagamento exclusivo por meio eletrônico que, nesta quarta-feira (11), passou a estar presente em todas as linhas urbanas do transporte público coletivo do Distrito Federal.
“É fácil de usar e oferece mais segurança, pois não precisamos andar com dinheiro. Além disso, a recarga pode ser feita por Pix, o que facilita muito no dia a dia”, comenta ela, que utiliza o sistema desde o início da implantação, em 1º de julho. “Não tive nenhuma dificuldade”, completa.
Com o novo sistema, mais de 295 linhas do transporte coletivo do DF passaram a aceitar pagamentos eletrônicos, abrangendo todas as regiões administrativas do Distrito Federal. Agora, não será mais possível pagar as tarifas em dinheiro nos ônibus. Para João Marcelino, 19, que já recarrega seu cartão Mobilidade por Pix, a mudança é uma melhoria. “É muito mais prático, pois posso fazer a recarga de qualquer lugar e ainda consultar meu saldo e extrato”, explica ele.
O sistema digital oferece também o benefício da integração entre os meios de transporte. Ao utilizar o vale-transporte ou o Cartão Mobilidade, os passageiros podem realizar até três embarques no intervalo de três horas pagando no máximo R$ 5,50. Cartões de gratuidade, como os estudantis, para pessoas com deficiência (PCD) e para idosos, continuam sendo aceitos. João, que faz estágio e utiliza o transporte diariamente, percebeu apenas melhorias no serviço. “A segurança e os preços ficaram melhores com o sistema digital”, afirma.
Além do Cartão Mobilidade, quem utiliza o transporte público pode pagar a tarifa usando cartões bancários (débito ou crédito) com tecnologia por aproximação, ou por meio de smartphones e pulseiras eletrônicas. Os passageiros também podem usar bilhetes avulsos via QR Code.
Usuário do transporte público do DF, o paraense José Rudvaldo Gomes, 72, dispõe de cartão de crédito para se locomover pela capital federal quando está na cidade à trabalho. “A mobilidade em Brasília é excelente e não deixa a desejar para quem vem de fora. Normalmente eu faço o percurso Senado-Rodoviária-W3 Sul e é super tranquilo, sem dificuldades”, relata.
Mobilidade no DF
A digitalização de todo o serviço de pagamentos nos transportes públicos permite mais agilidade tanto para o passageiro, quanto para os trabalhadores. “Nas linhas onde o pagamento em espécie foi eliminado, o embarque é muito mais rápido. Percebemos a ampliação de uma oferta de viagens, quase 10%, ou seja, das 22 mil viagens diárias, significa quase 2 mil viagens a mais. Isso significa que esse mesmo ônibus pode voltar a oferecer uma nova viagem de forma muito mais efetiva”, define o secretário de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal (Semob-DF), Zeno Gonçalves.
Outro benefício constatado pelo gestor foi mais segurança para os cidadãos: “Com a eliminação de circulação de dinheiro dentro dos ônibus há menos atração para o crime. Comparado com os números do ano passado, nós caímos para pouquíssimas ocorrências nesse segundo semestre de 2024”, aponta Zeno.
Para o próximo ano, o objetivo da secretaria é trazer ainda mais modernização. “Estamos prevendo que o sistema de integração seja ampliado para quem paga com cartão de crédito ou débito, além do desenvolvimento de um aplicativo que roteirize e planeje viagens para que as pessoas não tenham que ficar esperando muito tempo. Enfim, a gente quer tornar o sistema cada vez mais amigável, intuitivo e melhor para o usuário”, prevê o secretário.
Atendimentos em números
De acordo com a Semob-DF, apenas em 2024 foram realizados mais de 2 bilhões de acessos ao transporte público, ultrapassando um milhão de passageiros ativos no DF. Também foram emitidos 465 mil cartões de mobilidade, alcançado mais de 582 mil usuários no aplicativo. Do total de acessos, 11 milhões foram pagos via cartões bancários. O total arrecadado foi de R$136 milhões por meio das recargas no cartão mobilidade.
A secretaria ainda contabilizou a porcentagem dos meios de acesso aos transportes públicos sendo: 49,1% pelo cartão mobilidade; 32,5% pelo vale-transporte e 11,3% por meio de cartões bancários. O total de atendimentos nos postos de bilhetagem foi de 2,7 milhões.
Cartão Mobilidade
O Cartão Mobilidade, destinado a quem usa o transporte público coletivo do Distrito Federal, é de caráter pessoal e intransferível. A primeira via é gratuita e pode ser solicitada em um posto de atendimento do BRB Mobilidade ou pelo site do Web Commerce.
Quem ainda não possui o cartão, pode se dirigir a um dos 70 pontos que oferecem o serviço, incluindo as unidades do Na Hora em Taguatinga, Ceilândia, Brazlândia, Gama e Riacho Fundo. No modo presencial, é preciso informar dados cadastrais, como e-mail e CEP, e mostrar um documento de identificação com foto. O cartão é entregue no mesmo dia. Já pelo site, todo o cadastro é virtual, cabendo ao usuário ir a um ponto físico buscar o cartão, mediante a apresentação de documento de identidade com foto.
Pagamentos em dinheiro somente ao adquirir o bilhete avulso nos mesmos pontos de recarga do cartão Mobilidade. O bilhete é unitário, vendido no mesmo valor da tarifa da linha que o passageiro vai acessar e não permite a integração com outras linhas de ônibus nem acesso ao metrô.
O BRB mantém pontos de comercialização em 148 locais, onde é possível adquirir o bilhete avulso e fazer recarga do Cartão Mobilidade. O passageiro também pode recarregar o cartão por meio de Pix no aplicativo BRB Mobilidade, ou com dinheiro nos terminais rodoviários e estações do metrô.
Repórter Brasília/Agência Brasília