Uma das grandes questões apresentadas nos debates sobre inteligência artificial e o Marco Civil da Internet, que completa 10 anos, é saber se estão sintonizados. Ronaldo Lemos, Fundador e Cientista Chefe do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro e também um dos criadores do Marco Civil da Internet aponta, que ele tem tudo a ver com regulação de tecnologia. Essa ponte entre ele e a Inteligência Artificial, ela se dá em dois momentos: primeiros, pelo fato de que vários princípios que o marco civil, contém hoje, são aplicáveis à Inteligência Artificial. O marco civil defende a soberania do Brasil com relação à Tecnologia.
Liberdade de expressão
Ronaldo Lemos disse, em entrevista, que “ele protege a liberdade de expressão. Eu acho que é um golaço do marco civil, e protege também a privacidade e a transparência das tecnologias, quando elas são usadas pelo setor público. Esses princípios, valem para a internet e valem também para a Inteligência artificial”.
Inspirar a regulação
Para Ronaldo Lemos, onde o marco civil pode inspirar mesmo a regulação dessa tecnologia nova, que é a Inteligência artificial, é no seu processo”. Ele comemora que o marco civil construído de forma colaborativa, ele foi feio através de uma consulta pública originada de uma demanda da sociedade”.
Modelo Brasil
Lemos acentua: “quando a gente ouve a sociedade brasileira, o resultado é muito melhor, a lei é muito interessante, bem-feita, ela não foi copiada de nenhum lugar, é modelo criado pela nossa gente aqui no Brasil”.
Ouvir as pessoas
Para Ronaldo Lemos, “isso pode inspirar a regulação da IA, para a gente fazer a mesma coisa, ouvindo as pessoas para dar conta dessa tecnologia tão complexa que vai afetar a vida de todo mundo, então todo mundo tem que ser ouvido”. Acrescentou: “o Marco Civil da Internet, levou dois anos de construção dessa forma, as pessoas participaram muito online, fizeram reuniões presenciais ao longo do Brasil todo”.
Desenvolvimento humano
Paulo Paim (Credito: Waldemir Barreto, Agência Senado)
“A tecnologia é fundamental para o avanço da humanidade. A inteligência Artificial provoca, de forma urgente, muitos debates e desafios. O país precisa se apropriar desse assunto. Creio que uma das grandes questões que precisam ser postas é como a Inteligência Artificial pode ajudar no desenvolvimento humano e no aperfeiçoamento da democracia”, avaliou o senador Paulo Paim (PT/RS).
Combate às descriminações
Na opinião de Paim, “pautas relevantes devem ser levadas em consideração extrema como, por exemplo, o combate ao racismo, discriminações e preconceitos; promoção das diversidades e inclusão social; liberdade de expressão, respeito aos direitos humanos e o mundo do trabalho”, acentuou o senador Paulo Paim.
O que queremos da IA
Na opinião de Ronaldo Lemos, “primeiro, a gente precisa responder o que a gente quer da Inteligência Artificial, como pessoa, como país, como organizações. Por exemplo, eu quero a Inteligência Artificial, ajudando a educação aqui no Brasil, quero que ela ajude o setor de saúde
“Todos sabemos que o Brasil pode melhorar muito nesta área, quero que o Brasil se defenda também dos riscos que essa área de tecnologia tem”, aconselhou Ronaldo Lemos.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa