Sem-terra no comando da bancada gaúcha

Deputados Dionilso Marcon e Heitor Schuch (Edgar Lisboa, Texto e Fotos)

 

 

 

“Hoje, 20 de fevereiro de 2024, chegou o dia de um deputado, sem-terra, do Rio Grande do Sul, assumir a bancada gaúcha no Congresso Nacional”, afirmou sob aplausos, o deputado Heitor Schuch (PSB/RS), também oriundo dos acampamentos, sem-terra, na posse de Dionilso Marcon (PT/RS), como coordenador da bancada do Rio Grande do Sul, no Congresso Nacional. “Isso é a prova de que o Rio Grande do Sul é um Estado diferente onde nós temos gente de todas as etnias, das mais diversas regiões, e ainda podemos crescer muito, trabalhando irmanados e abraçados pelo bem de toda as questões sociais do nosso Estado”. Schuch, acrescentou: “quem há 20 anos, pensaria que um sem-terra assumisse a bancada gaúcha”, concluiu o parlamentar, prometendo apoio ao novo coordenador.

Passagem de Comando

Marcon com Any Ortiz (Crédito: Edgar Lisboa)

Com a sala de comissões lotada, Dionilso Marcon (PT/RS) recebeu a coordenação da bancada gaúcha da deputada Any Ortiz (Cidadania/RS) que havia substituído o deputado Carlos Gomes (Republicanos/RS), que assumiu a Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária do Rio Grande do Sul. Manifestações de diversos parlamentares e líderes setoriais, enalteceram o trabalho dos coordenadores que passaram pela bancada, entre eles Giovani Cherini (PL/RS).

Partido da Bancada Gaúcha

Destacando que estará comprometido com o Rio Grande do Sul, junto com seu coordenador adjunto, deputado Alceu Moreira (MDB/RS), Marcon pretende exercer um trabalho voltado para o diálogo como interlocutor ativo junto ao presidente Lula e ao governo como um todo, para dar prosseguimento ao que já foi iniciado na busca de benefícios ao Estado. Ele assinalou que “na bancada não existe partidos, o Partido é a bancada gaúcha”. Finalmente os gaúchos adotam a postura dos parlamentares do Nordeste, quando o foco é o Estado, “todos juntos”.

Valorização do Parlamento

Defendendo a valorização do Parlamento, o novo coordenador da bancada, quer que, em todas as entregas de benefícios aos munícipios e ao Estado, os parlamentares da região, sejam de que partidos forem, estejam presentes, ao lado dos prefeitos, do governador, e das autoridades do município que recebe o benefício.

Ações conjuntas

A deputada Any Ortiz (Cidadania/RS), que passou o comando da bancada a Dionilso Marcon, enfatizou a importância do diálogo e apoio de todos os parlamentares na busca de soluções para os problemas e reivindicações do Estado, em ações da bancada.

Ano de secas e chuvas

Ela lembrou que 2023 foi um ano muito difícil, de secas, chuvas, tragédias no Vale do Taquari, com mais de 50 mortos. “A gente enfrentou eventos climáticos fortes e isso mobilizou muito a bancada”. A parlamentar afirmou que, “além de trabalhar nas emendas, a bancada buscou alternativas para ajudar os municípios afetados pelas variações climáticas e também a população fortemente atingida”.

Embates no plenário

Na bancada, os parlamentares têm que olhar para o Rio Grande do Sul e trabalhar juntos, na solução das demandas, que é o que acontece hoje. “Os nossos embates, a gente deixa para o plenário”.

Muda, não mudando

Para o deputado Luciano Azevedo (PSD/RS), a bancada gaúcha muda, não mudando. Muda o coordenador oficialmente, mas segue a mesma linha de trabalho que foi iniciada lá atrás pelo deputado Giovani Cherini (PL/RS), depois pelo deputado Carlos Gomes que significa, uma visão participativa das decisões tomadas pela bancada do Rio Grande do Sul. Isso é sinal de que todas á regiões, de toda a visões, e que todos os estados sociais Estado estarão, verdadeiramente, representadas na condução da bancada”.

Territórios quilombolas

Reginete Bispo (PT/RS) destacou que a bancada gaúcha deve buscar soluções para temas como a energia, a água, problema que afetam, de forma dramática, nossos municípios, inclusive a capital. A parlamentar apelou para o novo coordenador, “um sem-terra, um pequeno agricultor, um lutador pela reforma agrária que também seja levantado tema da regularização de territórios quilombolas, e das nossas comunidades tradicionais”. Desejou uma ótima gestão em favor do Rio Grande do Sul.

 Na bancada, “não existe prática de olhar partido”

O deputado Marcelo Moraes (PL/RS) falou da união dos parlamentares. Pelos assuntos que interessam ao Rio Grande, destacando que na bancada do Rio Grande do Sul, “não existe a prática de olhar partido. Estamos aqui para olhar para o Estado do Rio Grande do Sul”. Ele acentuou que, “dentro desta ótica, temos muitos desafios, temos um Estado que, no verão passa pela seca, no inverno passa pela enxurrada. Temos um Estado com dificuldade financeira, que tem mais de 6º0munkcipçios sem acesso asfáltico. Nós temos um Estado com dificuldade muito grande investimentos, em todos os modais, rodoviário, ferroviário. “ Pode contar comigo, para tentar contribuir junto com a bancada, para o nosso Estado”.

Diálogo e Compreensão, diz Pretto

O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), Edegar Pretto, destacou o trabalho que o deputado Dionilso Marcon vem desenvolvendo ao longo de sua trajetória política e considerou que alguém indicado para um cargo como este, tem que ter muito diálogo, muita compreensão e exercer plenamente a democracia interna primeiramente. Você conquistou a bancada, a nossa Federação e o apoio de colegas, deputados federais”

“ Vim somar ao teu exército”, diz Cherini

Para o deputado Giovani Cherini (PL/RS), a importância de ser coordenador dessa bancada é que “ aqui a gente não tem partido. Aqui o partido é o Rio Grande. ” O parlamentar disse que fez questão de “ estar aqui. Não estamos no mesmo campo político, mas você sempre me apoiou, em todas as vezes que fui coordenador da bancada, tive sempre o teu voto. Quero dizer que vim aqui, para somar ao teu exército e ao exército da bancada gaúcha”.

Na opinião de Giovani Cherini, “ a bancada gaúcha é um espaço importante e sei que você vai valorizar, cada vez mais, esse espaço e vai melhorar tudo o eu você pode melhorar. O que vale, realmente, são as entregas, a gente poder entregar para o Estado, para os prefeitos e vereadores

Balanço de nove anos de coordenação

O parlamentar foi por nove anos, coordenador da bancada gaúcha, “sempre eleito por unanimidade.  Entregamos mais de 1.300 máquinas, entre tratores, caminhões, máquinas pesadas. Todo o município do Rio Grande do Sul, tem alguma máquina da bancada gaúcha”. Cherini destacou que também foram entregues 550 viaturas para a Polícia Civil e Brigada Militar. Foram liberados mais de 1 bilhão de recursos para hospitais”. Concluiu se colocando à disposição do novo coordenador, para que tudo seja feito, da melhor forma. Que bom que seja um deputado do governo, para poder viabilizar as emendas porque eu sei o quanto é difícil questão de pagamentos para a emenda impositiva de bancada. Segundo Cherini, “isso não existia antes e foi durante o meu período que nós entregamos em emendas de bancadas e emendas impositivas de bancadas. Isso de um poder muito grande para aas bancada dos Estados”.

“Todo mundo, sabe que o Rio Grande do Sul tem 497 municípios, 333 hospitais. Então, um valor que parece grande, acaba se tornando pequeno. Citou um exemplo, do Estado Roraima ou Acre, ou Rondônia, tem o mesmo valor e são 15 e 20 municípios. A nossa bancada “tira leite de pedra”, para poder atender as demandas dos municípios”.

Respeito da Bancada

O vice-líder do PT, na Câmara dos Deputados, Bohn Gass (RS), enalteceu as qualidades do novo coordenador, “ de respeito, companheirismo, de amigo de todos nós aqui da bancada, deputados e senadores. Bohn Gass apontou a atuação do parlamentar, com proposições claras e firmes”. Parabenizou também a deputada Any Ortiz, pelo trabalho desenvolvido, com tantos roteiros e, eventos e prefeitos que por aqui passam, com tantas dificuldades. Não foi fácil”, avaliou o vice-líder do PT.

Lembrou eu os prefeitos que visitam seu gabinete, falam dos bons tempos que tinham uma patrola, uma retroescavadeira, uma caçamba, um ônibus para o transporte escolar e nada disso era emenda. Tudo era programa estruturante do Governo. Era um PAC. Neste momento nós temos 56 bilhões no PAC e 53,7 bilhões, para emenda. As emendas, elas são importantes, ninguém diz que não são. Mas elas são, uma cozinha aqui e coisa lá, fragmentadas.

O deputado defende que, “ nós temos que ter programas, com critérios, transparentes e não só quando tem um eleitor. Este debate é importante, não só para o Rio Grande do Sul. Esse debate é para o País., porque nós queremos programas estruturantes para grandes pontes, grandes obras, para canteiros, infraestrutura, escolas, rodovias, que não são através de emendas. “ É uma distorção que o Brasil tem, de ter muita emenda e cada vez crescendo mais a emenda, e do programa estruturante fica menor, do governo. “ Nós estamos, no Parlamento, substituindo o Executivo. Esse é o debate que nós temos que fazer. Nós queremos que o dinheiro chegue na conta”.

 “A voltada democracia, na bancada gaúcha”

O deputado Pompeo de Mattos (PDT/RS) afirmou que queria saudar primeiro”, a democracia, a volta da democracia, na bancada gaúcha. “Digo isso, porque nós não tínhamos uma regra democrática para eleição do coordenador da bancada. Eu fui insistente, persistente, teimoso, e achávamos que tinha que ter uma regra objetiva porque nós somos a bancada gaúcha é representada pelas bancadas de cada partido e os partidos tem que ter a sua representação reconhecida perante essa bancada estadual. Nós ficamos aqui, 7 quase oito anos, cm uma representação de um coordenador só. Nada contra, não estou dizendo que foi ruim, mas com certeza não foi bom para a democracia.

Pompeo de Mattos, acentuou que “não existia aqui, uma regra objetiva. Eu apresentei a proposta e no último momento a nossa proposta foi vencedora. Os quatro maiores partidos, representados por suas bancadas coordenam, um a cada ano, o primeiro maior partido, o segundo e terceiro maior partido e o quinto, sexto, sétimo e oitavo, adjuntos. Cada um a quatro anos.

Depois de muita peleia, muita teimosia e insistência, nós pudemos consolidar isso, na bancada e por conta disso, está aqui o Marcon, já no segundo rodizio com o MDB de adjunto.

A verdade, aponta Pompeo, é que nós vamos ter representatividade. Ninguém se apodera e nem se enpodera como coordenador da bancada. A bancada é para ser coordenada para o Estado e não para o Partido, que seja de todos os partidos, tem que ter protagonismo, parceria, responsabilidade, compromisso, dever, ação e atitude. Tenho orgulho de ter tido esta ação efetiva, por isso defendi muito que o Marcon pudesse ser o primeiro ou o segundo ano, coordenador. Vamos manter essa regra, cotidianamente, anualmente. Acredita que veio para ficar e com isso ganha a democracia e a bancadas concluiu Pompeo de Mattos.

Outras Manifestações

Manifestaram-se também na posse, a deputada Daiana Santos (PCdoB), e lideranças municipalistas que por problemas de áudio não foi possível reproduzir.

A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.

Edgar Lisboa

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