“ Tem gente mais preocupada com a cor do trator, do que com o trabalho”, afirmou o deputado Heitor Schuch (PSB/RS), referindo-se as manifestações de parlamentares da extrema direita quanto as atividades do Governo Federal, com o ministro Paulo Pimenta e o governo do Estado, Eduardo Leite, quanto ao trabalho que vem sendo desenvolvido no Estado.
Preconceito que não soma
O parlamentar que tem acompanhado de perto, o trabalho de resgate durante a tragédia que o Estado enfrenta, salienta que quem escolhe as pessoas é o prefeito ou é o governador ou o presidente da República. São prerrogativas deles. A Gente pode gostar e a gente pode não gostar. Agora querer julgar o trabalho, antes dele começar só sabendo quem vai ser o secretário ou quem vai ser o ministro, é um preconceito que não soma para lado nenhum.
Vamos trabalhar, diz Schuch
Heitor Schuch destacou o trabalho que vem sendo feito no Estado do Rio Grande do Sul, por todos: municípios, Estado, União, Forças Armadas, Defesa Civil e Voluntariado. “Vamos trabalhar, nós temos que reconstruir. Eu não tenho tempo para ficar discutindo a cor do trator. Tenho tempo para discutir o trabalho”, disparou o parlamentar que tem ido ao interior para ajudar na limpeza das ruas, do que sobrou das residências.
Roupas todas perdidas
O deputado da Agricultura Familiar contou que, em alguns casos, tentávamos lavar roupas que ficaram debaixo da água, a maioria sem recuperação. Uma limpeza que tentávamos fazer, inclusive, com utilização até lava jato, e depois máquinas de lavar, sem sucesso. A lama é tanta que não sai e não sobra nada, além de uma ou outra calça mais resistente. Roupas de inverno, nem pensar, não são aproveitadas”, lamenta o deputado.
Agricultura Familiar
Heitor Schuch, um dos representantes da agricultura familiar, no Parlamento, lamenta: “nós perdemos praticamente 100% da nossa produção de hortigranjeiros, fruta não é tanto, mas legumes, as verduras, as folhosas, com muita umidade, e submersa, apodrece tudo”.
100 dias para produzir
Na opinião do parlamentar,“ terminou a beterraba, a cenoura, essas coisas apodrecem na terra. Se o tempo ajudar, esses ciclos são mais curtos, em 90 a100 dias da para a gente voltar a produzir”, tem esperança, o congressista.Para isso, o agricultor precisa de tratores, equipamentos, insumos e até novos locais de plantio etc… etc…
Venda das vacas
Nós temos situações do leite, agricultores agora em muitos lugares que perderam a silagem que fizeram, que foi embora, a pastagem não tem mais, estão resolvendo vender as vacas. No município de Alto Alegre, na semana passada, três agricultores venderam todas as vacas.
Não tem comida para os animais
“Não tem mais o que dar para os animais. Na região do integrado, dos suínos e das aves, aí o drama é outro, tem estradas interrompidas e os caminhões não chegam, as cooperativas, as empresas produzem as rações, mas não tem como chegar”. Segundo Schuch, “os agricultores estão diminuindo a ração do animal. O suíno comia 2 quilo de ração por dia, o pessoal está dando meio quilo para tentar mantê-lo”.
Leite para os suínos
O deputado conta que “tem agricultor que está pegando leite, que iria vender e dando para o suíno, para não deixar morrer de fome. No frango, é mais delicado, não dá para dar leite para o frango, para o suíno ainda da. Então o frango precisa de ração, tem gente que faz milagres, inventam, fazem coisas que a gente as vezes tem dificuldade de entender”, explica.
Falta de Produção
Heitor Schuch aponta que “aquele lote que deveria estar sendo engordado, ele vai ficar pronto se conseguirmos abrir as estradas, muito mais tarde, ou seja, vai levar um ciclo muito maior, se ele sobreviver”.
Frigoríficos vazios
Na avaliação do parlamentar, a consequência será falta de produção. Os frigoríficos vão ficart vazios, vão ter que dar folga, férias para os seus trabalhadores, porque não vão ter o que abater. Os prejuízos econômicos e os reflexos disso nós vamos sentir por muito tempo”, acentuou.
Tentativa política
Essa tentativa de colocar “um contra o outro é uma tentativa política”, alerta Heitor Schuch, “ é na verdade, o pessoal que gosta de fake News, que gosta de divisão, que usa robô para repassar coisa que não tem fundamento, tu tens que ter um álibi, um motivo, então preferem caminhar nessa lógica da dúvida, que cria animosidade, porque se ele for trabalhar com paz e amor ele morre”, avaliou.
Sem conhecimento de causa
Para o congressista gaúcho, “ paz não é o feitio dele, tem que estar xingando alguém, criticando alguém. Aqui na câmara no primeiro dia, teve seis deputados falando de coisas do Rio Grande do Sul. Eles não foram lá, não viram nada, não carregaram um carrinho de mão, não limparam casa nenhuma, e falam sem conhecimento de causa”, acentuou.
Dando “pitaco” sem fundamento
“Muitos nem conhecem o Rio Grande. Estavam aqui achando os culpados para tudo, os responsáveis de tudo”, criticou Schuch. “Acho que nessa hora o cidadão teria que ser, todo mundo teria que ser, um pouco jornalista, se colocar no lugar onde a coisa acontece para ver o estrago. Sem isso, vai ter muita gente dando pitaco, falando coisa que não tem fundamento”.
Leis emergenciais
Propostas de leis emergenciais e destinação de recursos adicionais são algumas das iniciativas em curso para mitigar os danos causados pelas enchentes.
Recursos de diversas frentes
O Governo Federal, por sua vez, tem mobilizado forças e recursos de diversas frentes. A atuação de órgãos como a Defesa Civil Nacional e o envio de ajudas financeiras e materiais são fundamentais para a rápida resposta e recuperação das áreas atingidas. Além disso, o diálogo constante com as autoridades locais tem sido vital para a eficácia das ações implementadas.
Medidas Preventivas
O Governo Estadual do Rio Grande do Sul tem desempenhado um papel central na coordenação das operações de socorro e na implementação de medidas preventivas. O monitoramento contínuo dos rios e a preparação de planos de contingência são exemplos de ações que visam minimizar os impactos das enchentes. A parceria com os municípios e velocidade na liberação de recursos rapidamente e sem burocracia, é fundamental para garantir que as medidas cheguem a todas as regiões afetadas.
Capacidade de mobilização
Os municípios, estando na linha de frente, têm demonstrado grande resiliência e capacidade de mobilização. Prefeitos e equipes municipais têm trabalhado arduamente para garantir o socorro imediato às populações atingidas, distribuindo alimentos, abrigo e assistência médica. A colaboração entre os diversos níveis de governo e a comunidade é essencial para a eficácia das respostas.
Força dos voluntários
Neste cenário, a força dos voluntários, verdadeiros heróis da primeira e a solidariedade da população gaúcha tem sido uma força motriz. Voluntários e organizações não-governamentais têm se unido para prestar apoio, demonstrando que, em momentos de crise, a união faz a diferença.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa