O Ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta (PT/RS), fez, em entrevista à Globonews, um balanço da comunicação do Governo Lula neste primeiro ano de atividades. “Nós chegamos ao final desse ano com resultado extraordinário, com inflação controlada, com a menor taxa de desemprego desde 2015, o PIB cresceu 3%, três vezes aquilo que o mercado imaginava; a bolsa de valores batendo todos os recordes, a balança comercial com resultado extraordinário, aumentamos o valor real do salário mínimo, aumentamos a taxa de isenção de imposto de renda, colocamos 57 novos mercados para o agro no Brasil, e retomamos todos os programas sociais que haviam sido extintos”, comemorou.
País busca a união
Paulo Pimenta respondeu às perguntas mais diversas, da bancada de debatedores. Disse que “tudo isso é só o início de um país que busca a união, a reconstrução, um país que saiu de uma eleição extremamente dividida, um país que tem vivido uma realidade que a gente fala de calcificação ideológica e que a gente plantou em 2013, e criou as condições para poder ter um resultado muito melhor.”
Reduzir a polarização
“É assim que o presidente Lula pensa, é assim que ele orienta nossa equipe; e tudo aquilo que a gente fez foi para ter entregar e reduzir essa polarização, essa disputa”, argumentou o ministro da Comunicação Social, destacando que “a campanha de final de ano teve esse objetivo, e a nossa expectativa é a melhor possível para 2024.”
Avaliação positiva fica entre 55 e 56%
Paulo Pimenta explicou que foram realizadas 27 pesquisas neste ano, dos mais diferentes pontos, e a aprovação do governo ela varia numa casa entre 55/56%, então um terço das pessoas que aprovam o governo não votaram no presidente Lula”. E acrescentou: “nosso adversário teve 37% dos votos, o ruim, péssimo, está na casa de 24%, um terço das pessoas que votaram no nosso adversário ou avaliam o governo de forma positiva ou avaliam o governo de forma regular”, destacou o ministro.
Aprovação e reprovação
“Você analisa o governo a partir da aprovação e da reprovação, essa é a técnica que se utiliza em qualquer pesquisa”, argumenta Paulo Pimenta, acentuando que “outra coisa é a avaliação, a avaliação do governo ótimo ou bom, você tem o ruim e péssimo, você tem o regular, que você divide ele entre o regular positivo e o regular negativo, basicamente essa metodologia utilizada por qualquer instituto de pesquisa”, esclareceu.
Pontos relevantes
Para nós, aponta Paulo Pimenta, “existem dois pontos que são muito relevantes, a primeira é a avaliação de ótimo e bom; ela mantém exatamente aquela base que foi a base eleitoral que apoiou o presidente Lula. Segundo, a aprovação hoje está na casa de 55, 56%, isso significa que mais de um terço das pessoas que hoje aprovam o governo do presidente Lula não votou no Lula, isso é um dado positivo”, festejou.
Escola integral
“Nós lançamos um programa de escola integral, já vamos ter a partir de fevereiro um milhão de novas vagas”. Pimenta enfatizou que o presidente Lula assinou uma Lei no final de novembro para retomar 11 mil obras paralisadas nas áreas da saúde e da educação. “Isso vai gerar 20 empregos em cada uma delas, são 220 mil empregos diretos.”
Minha Casa, Minha Vida
O ministro afirmou sobre que no Programa Minha, Casa Minha Vida, “nós vamos construir 2 milhões de novas moradias, mas as famílias ainda não sabem que foram beneficiadas. As principais ações, os principais programas do governo eles foram lançados esse ano. Como diz o presidente Lula, a gente plantou esse ano para poder colher agora em 2024”, comemorou.
Virar página da intolerância e do ódio
Paulo Pimenta salientou que “a ideia de que nós precisamos virar essa página do ódio, da intolerância, do negacionismo que cria ainda cicatrizes muito profundas na sociedade brasileira, é uma ideia que a gente recorre de uma forma geral na sociedade.”
Presidente de todos
“Não é só do eleitor do Lula, do Bolsonaro ou das pessoas que não participaram do processo eleitoral, esse sentimento de que a gente precisa virar essa página, que as pessoas devem voltar a valorizar conceitos elementares como prefeito que ganhou é prefeito de todos e todas, o governador também, o presidente da República depois da eleição ele é presidente de todos nós”, pontuou o ministro Paulo Pimenta.
Brasil é um só
Para o ministro de Comunicação Social, “não podemos fazer distinção para atender o governador, o prefeito em função do partido que ele é, esses conceitos republicanos elementares. Esses conceitos que haviam sido ignorados no Brasil no último período, então, a campanha busca exatamente trazer uma mensagem de união, de reconstrução, e que chegou a hora da gente virar essa página. O Brasil é um só povo, nós somos uma só Nação, nós temos um projeto comum, e se eventualmente a gente pensa diferente sobre alguma coisa, a gente deve voltar a respeitar e conviver em um ambiente democrático com aquelas pessoas que não necessariamente pensam como nós.”
Famílias voltaram a se encontrar
“O pronunciamento do presidente Lula do dia 24, ele foi um pronunciamento que deu muita ênfase para essa questão, para a necessidade de as famílias voltarem a se encontrar; que a gente possa ter união, com um grande objetivo do país nesse momento”, reforçou Paulo Pimenta.
Alto índice de aprovação
“Acho que a campanha foi muito bem-sucedida”, pontua Pimenta, acrescentando que “o relato que eu recebo é de um índice muito alto de aprovação de todos os segmentos da sociedade, que tem acompanhado esse nosso esforço.”
Regionalizar a comunicação
“Nós vamos procurar, ano que vem, regionalizar mais a comunicação, vamos procurar estar mais presente no interior, vamos melhorar a utilização das redes sociais, de outras tecnologias”, anunciou o ministro da Comunicação Social. “A gente está fazendo uma licitação importante hoje, a gente não dispõe de um contrato para trabalhar o digital, qualquer prefeitura, qualquer governo de estado tem.”
Eficiência para comunicação segmentada
“Trabalhamos todo ano para fazer uma instrução normativa, avaliarmos isso junto ao Tribunal de Contas, aos órgãos de controle, isso vai nos dar muito mais eficiência para poder fazer comunicação segmentada”, acentuou Paulo Pimenta, apontando “ a campanha de vacinação, a campanha de recadastramento do Bolsa Família, informações sobre o ENEM, muitas coisas que hoje as prefeituras fazem, os governos estaduais fazem, e a gente não conseguia fazer por falta de ferramentas, por falta de tecnologia. Precisa melhorar bastante em 2024 a área da comunicação”, considerou o ministro.
Ponto de Equilíbrio
“O tema da desinformação das Fake News, é um tema muito importante”, assinalou Paulo Pimenta. “Eu tenho feito esse debate inclusive, com vários ministros, que têm a mesma posição que eu ocupo aqui em outros países, esse é um desafio para a democracia, o tema da integridade da informação, discurso de ódio na internet, a falta de uma regulação é um grande desafio para as democracias, encontrar o ponto de equilíbrio entre liberdade de expressão e regulação.”
Debate em todas as democracias
Não é uma discussão simples, praticamente todas as democracias consolidadas do mundo hoje, estão fazendo esse debate”, afirmou o ministro. “O Canadá já aprovou uma legislação, a Austrália aprovou uma legislação, a Comunidade Europeia está avançando muito nesse debate, e nós precisamos avançar nessa discussão.”
Desafio da sociedade
“O tema de combate a desinformação das Fake News, acho que não é um desafio do governo, acho que é um tema da sociedade brasileira; e acho que deve ser um dos temas centrais do desafio legislativo do primeiro semestre”, prevê Paulo Pimenta.
Combate ao crime Organizado
A próxima campanha que nós vamos fazer vai ser uma campanha para mostrar para o Brasil o excelente resultado no combate ao crime organizado. Nunca se combateu tanto o crime organizado; as organizações criminosas, o tráfico de drogas, tráfico de armas, a pedofilia, os crimes da internet, os milicianos, e a violência contra a mulher, como nós fizemos em 2023, e nós vamos fazer uma grande campanha para mostrar isso para o povo brasileiro”, disparou Paulo Pimenta.
Novas formas de comunicação
“São novas formas de comunicação, são desafios diários que você não encontra num manual pronto a resposta”, avalia Paulo Pimenta.
“Hoje a comunicação, as redes, elas trabalham muito com a ideia dos algoritmos, você tem determinado tema que ele ganha relevância, naquele dia quem fala sobre aquele tema ganha alcance, ganha engajamento, é evidente que nós temos que acompanhar isso, e muitas vezes é um momento oportuno para discutir um determinado tema.”
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa