Novo acordo Mercosul UE

Print Friendly, PDF & Email

Mercosul (Crédito: site gov.br)

Após o presidente francês Emmanuel Jean-Michel Fréderic Macron afirmar em sua visita ao Brasil, que o acordo Mercosul-UE “é péssimo” e pedir que todos os lados se engajem em uma nova proposta pois a atual “não considera as mudanças climáticas”, o tema volta a ser discutido, com maior intensidade no Executivo e no Legislativo.

França intransigente

Entre os que estão defendendo o acordo estão o vice-presidente, Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Jorge Vianna, e representantes do setor industrial, que agora, junto com o Congresso Nacional, devem rever o acordo, após 20 anos.

Mercosul precisa ser rediscutido

O deputado Alceu Moreira (MDB/RS) defende que o Mercosul precisa ser rediscutido. Na opinião do parlamentar, o acordo feito há mais de três décadas, é na verdade, um acordo comercial que serve muito mais aos vendedores de linha branca. Nós do Rio Grande do Sul, estamos absolutamente prejudicados por isso”.

Tributação Igual

Vinhos, fronteira. Foto ilustrativa.

“Não tenha dúvida que, com a incidência tributária do Brasil, nós sofremos pela importação de vinhos, pela fronteira com volumes desproporcionais que não se consegue suportar”, avaliou Alceu Moreira acentuando que “ o Mercosul precisa, urgentemente, discutir a questão da simetria tributária. Nós precisamos discutir na tributação igual para todos os países do bloco”.

Comércio livre só quando interessa

Alceu Moreira questiona: “que Mercosul é este que para nossos produtos chegarem na Argentina, no Uruguai e no Paraguai tem uma série de exigências e só é comércio livre quando lhe interessa. É na verdade, um acordo puramente comercial para alguns setores, sem a abrangência que precisávamos ter de um bloco hegemônico capaz de produzir uma força comercial para ser contrapor aos setores do mundo”.

Presidente está certo

Giovani Feltes, Secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul

Para o Secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul, Giovani Feltes, o presidente Emmnuel Macron, “está absolutamente certo, defendendo os interesses da França porque se chegarem produtos na mesa em quantidade, que significa segurança alimentar dos franceses e da Europa como um todo, nesse acordo com o Mercosul e com preços vantajosos, naturalmente, para manter os agricultores da França, que tem um custo proibitivo para a produção, vai ter que ter mais subsídios por parte do governo francês. Senão eles saem da agricultura e vão para as grandes cidades, ao redor de Nice, ao redor de Paris e outras”.

Cumprindo a parte dele

Ele está cumprindo a parte dele na defesa inconteste dos interesses do governo francês e da agricultura da França, ainda bem, embora esteja de um modo geral talvez condenando um pouco o consumidor francês se sujeitar a pagar preços que poderiam ser mais baratos”.

Visão colonialista

No entendimento de Giovani Feltes, “é ainda uma visão um tanto quanto colonialista. Eles, quando se trata de sustentabilidade, eles destruíram tudo e mais um pouco, de um modo geral e aí, sem botar nenhum tostão para fora eles querem rigor da gente que a gente preserve, num número além do que já se preserva, que aqui no Brasil é bastante grande mesmo, para que dê tranquilidade para eles e, ao mesmo tempo, nos implica em termos dificuldades de crescimento entre outros problemas. “ Querem nos condenar, desta forma, a uma certa tutela deles, nos condena a ser subdesenvolvidos”.

Sem maior impacto

Na opinião de Giovani Feltes, cumprindo-se as exigências francesas, não haverá maior impacto para o Rio Grande do Sul. Ele explicou que, “a Europa, por exemplo, tem um consumo por volta de 13 a 14% das nossas exportações, feitas pelo Brasil como um todo e o Rio Grande do Sul, não difere muito. Então, não teria um impacto tão grande assim”.

Maior espaço na Europa

O fato destaca o secretário, “nos abriria porteiras e claro, você ocupando um maior volume de espaço no mercado europeu.  Como o tambor de ressonância deles é bem mais ampliado, sabendo da qualidade, da sustentabilidade, com preços altamente competitivo, tranquilamente, nós ocuparíamos maior volume de espaço no mercado europeu e isso reproduziria também, reverbaria, em todos os outros recantos do mundo.

A França é o 9° país que mais vende mercadorias ao Brasil, enquanto o Brasil é apenas o 36° maior fornecedor da França.

A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.

Edgar Lisboa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *