Mulheres no comércio internacional

Tatiana Prazeres

A Secretária de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento Indústria, Comércio e Serviço, Tatiana Prazeres, que está em Abu Dhabi, participando da Conferência Mundial do Comércio, busca cumprir o compromisso do governo brasileiro de fortalecer a presença de mulheres no comércio internacional. É a adesão do Brasil nesse “arranjo global sobre comércio e gênero.”

Poucas mulheres no comércio exterior

“É muito importante para que mais mulheres e beneficiem do comércio internacional”, destacou Tatiana Prazeres. Ela disse que, “ no   ano passado o Ministério do Desenvolvimento realizou um estudo que identificou uma participação muito baixa no comércio internacional, nas empresas lideradas por mulheres, apenas 14% no caso do Brasil. Nas empresas de menor porte esse número sobre um pouco, 24%.”

O caminho das pedras

A partir desse diagnóstico, “buscamos medidas adotando ações concretas para que mais mulheres se beneficiem de acesso aos mercados, se beneficiem das exportações”, salientou Tatiana mostrando que, “nós lançamos o Elas Exportam, um programa para que mais mulheres possam descobrir o caminho das pedras a partir da experiência de outras mulheres que já chegaram lá.

Cooperação e troca de experiências

Segundo Tatiana Prazeres,” são medidas de cooperação, de troca de troca de experiências, melhores práticas, de compromissos dos países em fazer com que as mulheres, por exemplo, tenham acesso a finanças em condições mais favoráveis, tenham acesso à capacitação, à medida que vão ao encontro desse objetivo”.

Realidades Diferentes

Na avaliação da Secretária de Comércio Exterior, “os países têm realidades muito diferentes, é difícil de se identificar uma meta objetiva que valha para todos os membros desse arranjo. Tatiana Prazeres citou como exemplo, países como Canadá, o Peru, a Nova Zelândia, tem Costa Rica, o Equador, então, é um esforço global que vai na mesma direção, mas nem todas metas que serão compartilhadas por todos. Os objetivos sim, podem ser compartilhados por todos os países que fazem parte desse arranjo.”

Elas exportam

Tatiana Prazeres explica que, para as mulheres se beneficiarem do programa “ Elas Exportam” devem se inscrever. Atualmente, as inscrições estão abertas, para a segunda edição, até o dia 10 de março. Mulheres interessadas em aprender esse processo, conhecer melhor oportunidades associadas às exportações, podem buscar o site do Ministério da Indústria e Comércio.

Mais regiões participem

O objetivo do Brasil é fazer com que mais mulheres participem do comércio, mais representados participem do comércio, mais regiões do Brasil, mais segmentos da economia brasileira participem desse esforço.

Segundo Tatiana Prazeres, é difícil se atribuir a um número fixo a esse objetivo. Nosso compromisso é seguir monitorando.”

Dados por gênero

No ano passado, nós fizemos pela primeira vez um estudo que desagrega dados do comércio por gênero. Temos esses números que eu me referi, nós temos também, por exemplo, números que mostram que apenas as mulheres representam apenas 35% da mão de obra exportadora.

Melhor remuneração

O objetivo, acentua a Secretária de Comércio Exterior, “ subir nesses patamares que, hoje, são relativamente pequenos, porque os nossos estudos mostram que as empresas que exportam, remuneram melhor seus empregados, contratam mão de obra mais qualificada, são mais resilientes, resistem melhor as dificuldades. Então é importante que esses benefícios ativam um número maior de mulheres.

Apoio de Alckmin

O vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento tem apoiado essa agenda. “Nós não apenas estamos trazendo essa agenda para o Brasil, mas nós também estamos influenciando as discussões, no G20. O Brasil lidera o G20 este ano e nos pauta, mas a discussão sobre comércio e gênero, como algo prioritário.”

Associações Setoriais

A novidade deste ano é que nós estamos trabalhando com associações setoriais, ABID, por exemplo, indústria têxtil, e outras que trabalham, por exemplo, cosméticos, higiene pessoal, perfumaria, cosméticos, perfumaria, calçados, artesanato, bijuterias, etc…”Focar nesses setores, ou seja, aproveitar a expertise relacionada ao setor, ao tema, para fazer com que esse programa seja ainda mais focado e de resultados a cada vez melhores. Os setores que há uma concentração mais elevada de mulheres dos setores exportadores: alimentos, bebidas, higiene”.

Empresas de menor porte

Na visão de Tatiana Prazeres, “ao adotarmos medida de promoção comercial, de facilitação de comércio, voltadas para esses setores, nós estamos favorecendo a participação de mulheres, no comércio. Outro eixo da nossa atuação é simplificar e desburocratizar o comércio para empresas de menor porte.

Salários entre homens e mulheres

A secretária de Comercio Exterior afirmou que, também no mercado de trabalho do comércio internacional também existe uma diferença entre os salários de homens e mulheres que exercem as mesmas funções. Nosso estudo mostra que o que existe no mercado interno, se reproduz também naquelas siglas que atuam no mercado externo. “ Existe uma brecha, uma defasagem salarial, entre homens e mulheres, também nas empresas exportadoras. Essa não é uma exclusividade daquelas que atuam apenas no mercado interno”.

Relações Brasil- Kuwait

As relações Brasil-Kuwait completam 56 anos. O Embaixador do Kuwait no Brasil, Talal Rashed Almansour, celebrou o Dia Nacional e Dia da libertação, 25 e 26 de fevereiro. Realizou um almoço com diplomatas e jornalistas, na embaixada. O Kuwait acredita que existem enormes oportunidades de investimento no Brasil, especialmente na área de energias renováveis, infraestrutura e segurança alimentar. É intenção do governo do Kuwait, aumentar os investimentos no Brasil e elevar o nível das relações bilaterais.

A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.

Edgar Lisboa

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