Momentos de incertezas, em Davos

Roberto Azevêdo (Crédito: Ambipar, Divulgação)

Roberto Azevêdo, ex-presidente da OMC, que preside globalmente, as operações da Ambipar, empresa brasileira, líder em gestão ambiental, fez uma avaliação do Fórum Econômico Global que termina neste final de semana, em Davos, na Suiça, sob o tema “Colaboração para a Era Inteligente”. Ele destacou a preocupação, de como foram recebidos, na reunião de Davos, as manifestações de Donald Trump. Na opinião de Roberto Azevêdo, o momento é de muita incerteza, voltados para Washington, vendo essas medidas todas que foram anunciadas e, sobretudo, as que ainda não foram anunciadas.

Momento de diagnóstico

“Acho que a fase atual, é de diagnóstico. As pessoas estão tentando entender o que está acontecendo. Por exemplo, na área comercial, ele falou tanto de aumento de tarifas, mas nessa primeira leva de medidas, não teve nada de aumento tarifário. Então, estamos todos muito atentos”, acentuou Roberto Azevêdo.

Impactos na agenda ambiental

A grande pergunta, segundo o ex-presidente da Organização Mundial do Comercio, é quanto que essa nova postura do governo americano vai impactar na agenda climática ambiental global. Trump anunciou que vai sair ele já saiu basicamente da conferência do clima. A dúvida que se coloca agora é que nós vamos presenciar em termos de medidas concretas, questionou Roberto Azevêdo.

Agenda não será revertida

Roberto Azevêdo não acredita que a evolução dessa agenda vai ser revertida. “Haverá mais ruído, haverá mais turbulência, haverá um incentivo maior”.

Preservar o meio ambiente

Para combustíveis fósseis vindos dos Estados Unidos, avalia Azevêdo, “com certeza, a gente está fazendo isso com muita determinação, mas o sentido geral da agenda, no sentido de descarbonizar é preservar o meio ambiente, combater a mudança climática, eu acho que isso não muda, até porque já foi abraçado pelo setor privado”, afirmou Azevêdo.

Setor privado não depende do governo

O executivo assinalou que, “o setor privado não depende só do governo, ele responde também aos consumidores, responde aos anseios da opinião pública, cada país tem uma dinâmica, é isso que a agenda como um todo vai continuar”.

Investimentos em sustentabilidade

“Os investimentos feitos, pelas empresas, nessa área são pesados, elas gastaram bilhões de dólares investindo em sustentabilidade, não é agora que elas vão mudar seu posicionamento. E quanto tempo vai durar isso, três anos, quatro anos? Aí muda o governo, daqui há três anos ou quatro anos, então esses investimentos, essa perspectiva, tem que ter uma certa longevidade para fazer sentido econômico”.

Sem alarde

O que pode acontecer, considera Roberto Azevêdo, “é que elas vão continuar a agir, vão continuar se preparando para estar na frente da curva, para não ficarem apenas reativas, mas talvez não alardeiem tanto que estão falando, ou vão matizar a forma como elas apresentam para não antagonizar a Casa Branca ou o Partido Republicano, que é um pouco mais conservador nessa área”, disse o executivo de gestão ambiental.

A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.

Edgar Lisboa

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