Apartamentos doados atendem pessoas que ocupavam irregularmente áreas no Noroeste e próximas ao CCBB; investimento no complexo habitacional com seis conjuntos é de R$ 71 milhões
“Minha vida começa agora.” O relato da dona de casa Larissa Araújo, 26, é um dos muitos que traduzem a história de vida de pessoas em situação de vulnerabilidade social beneficiadas com a entrega de 70 moradias no Sol Nascente/Pôr do Sol.
Larissa e outras 223 pessoas receberam as chaves da casa própria das mãos da governadora em exercício, Celina Leão, durante cerimônia de inauguração dos imóveis, nesta quinta-feira (11). Dona de casa e mãe de quatro filhos, Larissa esperou dez anos para realizar o sonho de ter um lar. Por dois anos, chegou a morar nas ruas.
“A nossa política pública de habitação, seja com o cheque- moradia, seja com as entregas, é para que todas as pessoas do DF tenham dignidade”, Celina Leão, governadora em exercício
“É um tempo de começo”, relatou, sorridente. “Nem digo recomeço. A minha vida começa agora. Eu agradeço muito ao GDF por estar me ajudando a realizar esse sonho. Ainda não caiu a ficha de que eu vou estar na minha casa. Eu já me imagino comendo com meu marido e meus filhos na mesa de jantar. A gente vai se divertir, ter uma nova rotina, sem se preocupar com o amanhã.”
Durante a inauguração dos apartamentos doados pelo GDF no Trecho 2 da Quadra 105 do Sol Nascente, a governadora em exercício entregou 20 passaportes da moradia, subsídio do programa Morar DF que representa um repasse de R$ 15 mil para famílias de baixa renda darem de entrada na casa própria.
Ao falar sobre as duas iniciativas, ela reforçou a importância de uma política habitacional consolidada: “Essas moradias são 100% gratuitas e destinadas a quem mais precisa. O Estado serve para isso, dar as oportunidades às pessoas. É fazer moradia, dar saúde pública. A nossa política pública de habitação, seja com o cheque-moradia, seja com as entregas, é para que todas as pessoas do DF tenham dignidade”.
Emoção de ter um lar
Filho mais velho de Larissa, o estudante Leonardo Araújo, 11, mal pode esperar para morar na nova casa. “O coração está muito acelerado”, contou. “Eu quero que seja um tempo muito bom, do jeito que minha mãe está imaginando. Nós vamos nos mudar para cá com muito orgulho”.
Outra beneficiada é Deisiane Guilherme de Jesus, 31. Nascida em Ceilândia, ela foi abandonada pela mãe ainda quando criança. Aos 24 anos, fugiu de casa e chegou a viver nas ruas durante uma semana. Hoje, ao lado do marido e dos quatro filhos, deixará o barraco de um cômodo para morar em um apartamento com sala, cozinha, área de serviço e dois quartos.
“Eu sofri muito para poder chegar aonde cheguei”, disse. “Não há vitória sem luta. Já tive que pegar as crianças e colocar debaixo da cama para esconder do vento. Eu sei que serei muito feliz aqui. Só de estar debaixo de um teto, deitar, dormir tranquila e pensar que no outro dia eu vou acordar e meus filhos vão ter um teto para dizer: ‘mãe, é nosso, ninguém toma da gente’… é um sonho!”, narra.
Infraestrutura
“São pessoas que viviam em ocupações no meio das ruas e que hoje deixam essa situação para ganhar uma dignidade nesse empreendimento lindo de apartamentos de dois e três quartos”
Marcelo Fagundes, presidente da Codhab
O residencial é composto por 420 unidades habitacionais distribuídas em seis conjuntos – B1, B2, V1, V2, W1, W2 -, tendo demandado um investimento total de mais de R$ 71 milhões. Os contemplados desta vez foram os residentes no conjunto B2, que recebeu um aporte de R$ 13,9 milhões.
Destinado a atender às demandas habitacionais da região, os apartamentos têm dois e três quartos, com uma área que varia de 53,53 m 2 a 64,13 m², com sala, cozinha, banheiro, área de serviço independente e varanda. Os espaços também têm uma estrutura para atender os moradores na área comum, com bicicletário e um salão de festas. As famílias que em breve se mudarão para as unidades contaram com serviços e equipamentos públicos próximos à região, como o Restaurante Comunitário e uma rodoviária, implementados pelo GDF.
“Hoje estamos entregando 70 unidades, todas elas destinadas à vulneráveis, ou seja, as pessoas vão ganhar esse imóvel”, declarou o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano e Habitação do DF (Codhab), Marcelo Fagundes. “São pessoas que viviam em ocupações no meio das ruas, como no Noroeste e no CCBB, e que hoje deixam essa situação para ganhar uma dignidade nesse empreendimento lindo de apartamentos de dois e três quartos. São mais de R$ 71 milhões investidos aqui no complexo, chegando a cerca de R$ 400 milhões de investimento em habitação no Sol Nascente.”
Direito à moradia
O direito à moradia digna é uma das principais políticas desta gestão do GDF. Para 2024, está previsto o lançamento de cerca de 25 mil unidades habitacionais, somando as entregas e as construções por vir.
Além disso, o governo planeja criar, por meio da Codhab, três ou quatro empreendimentos de 6 mil a 7 mil moradias, semelhantes ao projeto do Itapoã Parque, o maior do DF, com mais de 12 mil unidades habitacionais. Desde 2019, o GDF liberou 8.079 unidades habitacionais, incluindo as desta quinta-feira, o que representa um novo lar para mais de 32 mil pessoas.
Repórter Brasília/Agência Brasília