Torres e Kolling, do JC, receberam troféu no prêmio de jornalismo
TÂNIA MEINERZ/JC
A série de reportagens Mapa Econômico do Rio Grande do Sul, de Eduardo Torres e Guilherme Kolling, do Jornal do Comércio, venceu o Prêmio ARI/Banrisul de Jornalismo, a mais importante distinção da imprensa no Rio Grande do Sul. O trabalho obteve o 1º lugar na categoria Reportagem Econômica.
O JC também recebeu menção honrosa em Reportagem Cultural, com a Série Gêneros Musicais Gaúchos, de João Vicente Ribas, além da matéria Johnson – O Boxeur-Cantor, de Marcello Campos. Os resultados foram divulgados em solenidade realizada no Palácio da Justiça, em Porto Alegre, na manhã desta terça-feira, 19 de dezembro, data que também marca o aniversário da ARI.
O projeto Mapa Econômico do Rio Grande do Sul foi criado para marcar os 90 anos de circulação ininterrupta do Jornal do Comércio, celebrados em 2023. Além de centenas de entrevistas com empresários, economistas, dirigentes de entidades de classe, executivos da iniciativa privada e gestores do poder público, a equipe jornalística analisou e cruzou dados de estudos de instituições empresariais e relatórios do poder público.
O trabalho incluiu ainda cinco encontros em diferentes partes do Rio Grande do Sul – Pelotas, Santa Cruz do Sul, Passo Fundo, Caxias do Sul e Porto Alegre –, momento em que a reportagem do JC pode ouvir in loco lideranças regionais sobre oportunidades e desafios ao desenvolvimento econômico.
Toda essa apuração foi reunida e publicada em cinco especiais que abordaram de forma aprofundada as diferentes regiões do Rio Grande do Sul. “Sabíamos que mapear a economia do Rio Grande do Sul era um projeto ambicioso, considerando a diversidade das atividades e as peculiaridades regionais. Mas nos impusemos esse desafio porque está em linha com o nosso trabalho no dia a dia no JC. Ficamos muito satisfeitos com o resultado desse raio-X da economia gaúcha publicado ao longo do ano, e agora reconhecido no Prêmio ARI”, afirmou Kolling.
Capas – Mapa Econômico
Projeto do JC mapeou economia do Rio Grande do Sul e promoveu eventos em cinco cidades. ARQUIVO/JC
Prêmio ARI é a mais longeva premiação da imprensa no Brasil
Presidente da ARI, José Nunes destacou em discurso o número recorde de inscrições neste ano
Esta foi a 65ª edição do Prêmio ARI, a mais longeva premiação da imprensa brasileira. Em discurso, o presidente da ARI, José Nunes, salientou a tradição da entidade, que completou 88 anos de atividades ininterruptas, tendo o escritor Erico Verissimo como primeiro presidente.
Nunes ainda destacou que “esta edição teve recorde de participações”, com um total de 410 trabalhos inscritos, sendo 97 universitários. Cada trabalho foi avaliado por cinco jurados independentes, que deram notas de 0 a 5, de forma remota e sem conhecimento dos pares. O júri foi composto por cerca de 40 profissionais com experiências em suas áreas de atuação. O presidente da ARI ainda destacou a importância da defesa da liberdade e da democracia, que pautaram a ARI desde a sua fundação.
Patrocinador do Prêmio ARI há 26 edições, o Banrisul foi representado pelo seu presidente, Fernando Lemos. O executivo do banco reiterou a importância da profissão de jornalista para uma sociedade democrática, especialmente em um tempo de disseminação das fake news. “Informação correta e confiável encontramos no jornalismo”, afirmou.
Lemos ainda lembrou que era diretor de marketing do Banrisul quando foi fechada a parceria com a ARI, e avaliou a decisão como acertada, pelo reconhecimento de profissionais do jornalismo e pela contribuição ao “fortalecimento da imprensa livre e competente”, fundamental para a sociedade brasileira e a democracia.
Ao fim da solenidade, o jornalista Luiz Adolfo Lino de Souza, presidente do Conselho da ARI, defendeu a PEC do Diploma, Proposta de Emenda Constitucional em tramitação no Congresso Nacional, que prevê a volta da exigência do diploma universitário para o exercício da atividade, salientando a importância do reconhecimento do jornalismo profissional.
Representando a Secretaria de Comunicação do Estado, Zete Padilha celebrou a importância do Prêmio ARI para os jornalistas e saudou a atividade cotidiana de reportar, observando que as redações enfrentam grandes desafios diariamente, e nem sempre é possível ter tempo para poder se dedicar ao trabalho de uma grande reportagem.
Em nome dos premiados, o jornalista Renato Dornelles, vencedor na categoria Documentário em vídeo, saudou o encontro de gerações que marca o Prêmio ARI a cada edição. Também enalteceu a qualidade e diversidade dos trabalhos, além da renovação da premiação, que criou novas categorias, como Reportagem Especial em Saúde e Reportagem Nacional.
Durante a solenidade, na entrega dos prêmios da categoria Reportagem Cultural, houve uma homenagem ao jornalista Paulo Moreira, referência no jazz, que faleceu no domingo.
Carlos Bastos, Sandra de Deus e Ranzolin levam Prêmio de Contribuição à Comunicação
Cristina Ranzolin lembrou legado do pai, o narrador esportivo Armindo Antonnio Ranzolin
A 65ª edição do Prêmio ARI de Jornalismo também reconheceu profissionais e projetos que contribuem com a Comunicação Social no Rio Grande do Sul. Receberam o Prêmio Antônio Gonzalez de Contribuição à Comunicação os jornalistas Carlos Bastos, a professora Sandra de Deus e o projeto Memória Armindo Antônio Ranzolin.
Nascido em Passo Fundo, Carlos Bastos, 89 anos, passou pelos mais importantes veículos de Comunicação do Estado – entre eles, foi editor de Política do Jornal do Comércio. Em 1955, iniciou a carreira jornalística no jornal Clarim, fundado por Leonel Brizola – figura que marcaria sua atuação política. Bastos seguiu sua carreira no jornal A Hora, passando ainda por Última Hora, O Dia, Zero Hora, Rádio e TV Gaúcha, Rádio e TV Difusora. Em 1961, cobriu o Movimento da Legalidade, liderado pelo então governador Leonel Brizola.
Muito aplaudida por estudantes universitários presentes na cerimônia, Sandra de Deus lecionou Jornalismo na Ufrgs, foi chefe de departamento na Fabico e diretora da Rádio Universidade. Ela lembrou que foi aluna de Antônio Gonzalez, e ressaltou a importância do jornalismo para a democracia e os direitos humanos.
O projeto Memória Armindo Antônio Ranzolin foi idealizado pelos filhos do comunicador Ricardo e Cristina Ranzonlin, coordenado pelo jornalista Luciano Klöeckner, com participação de diversos outros comunicadores – entre os presentes na cerimônia, Flávio Dutra e Marcello Campos.
Acompanhada da mãe, Yara, a jornalista Cristina Ranzolin saudou o público com “Alô, amigos!”, como fazia seu pai narrador de futebol e contou como surgiu o projeto, a partir da ideia do comunicador de fazer um livro de memórias. Com o projeto, serão disponibilizados áudios com narrações marcantes de Ranzolin.
Vencedores da 65ª edição do Prêmio ARI de Jornalismo
Profissionais e universitários que vencream o Prêmio ARI de Jornalismo se reuniram para foto
Reportagem Texto
1º lugar – Humberto Trezzi – Como se organizam e financiam os atos por intervenção militar no Brasil – Zero Hora
Reportagem Áudio
1º lugar – Geórgia Santos, Maria Eduarda Menegassi – VÓS – O gato fantasma do Pampa
Reportagem em Vídeo
1º lugar – Jonas Campos – RBS TV -Descarte irregular de lixo no Rio Gravataí, em Cachoeirinha
Documentário em Áudio
1º lugar – Geórgia Santos – VÓS – Quanto tempo dura uma semana
Documentário em Vídeo
1º lugar – Renato Dornelles e Tatiana Sager – Panda Filmes/Falange Produções “Olha Pra Elas”
Reportagem Econômica
1º lugar – Eduardo Torres e Guilherme Kolling – Jornal do Comércio – Mapa Econômico do Rio Grande do Sul
Reportagem Cultural
1º lugar – Elstor Hanzen – Jornal da Ufrgs – Continente africano foi precursor da ideia de educação superior, mas Europa leva referência por instituir seu modelo ao mundo
Reportagem Esportiva
1º lugar – Carlos Corrêa e Victoria Rodrigues – Correio do Povo – Um lado esportivo nem sempre tão saudável
Fotojornalismo
1º lugar – Ricardo Giusti – Correio do Povo – Ventre em Chamas
Design Editorial
Celso Augusto Schröder – Jornal Grifo – Capa Jornal Grifo nº31
Charge
1º lugar –Carlos Iotti – Fumetta.com – Poema revisitado
Crônica
1º lugar – Paulo Germano – Zero Hora – Eu e Deus
Reportagem Nacional
1º lugar – Marina Pagno – G1.globo.com – Vício em celular: como o cérebro reage às notificações de apps, por que elas viciam tanto e o impacto na saúde mental de crianças e adolescentes
Reportagem Especial de Saúde
1º lugar – Fernanda Polo – GZH – Mais individualistas e fragilizados: perfil dos estudantes muda e impõe desafios de saúde mental às universidades
Grande Prêmio ARI/Banrisul de Jornalismo Universitário
Reportagem em Vídeo – Entregadores por aplicativo, de Nikelly de Souza e Guilherme Jacques – Ufrgs
Repórter Brasília, Edgar Lisboa/ Por Tânia Meinerz, Jornal do comércio