A Defesa Civil pede que moradores, comerciantes e trabalhadores deixem o centro histórico de Porto Alegre. A tendência é que o nível do Guaíba chegue aos cinco metros. Ele já ultrapassou o recorde de 1941 quando atingiu 4,76 metros. Um alerta de “inundação extrema” no Guaíba, por 24 horas, foi emitido pela Defesa Civil. A população deve evitar regiões próximas ao Rio, incluindo o centro de Porto Alegre.
Numa emergência climática, sem precedentes com a água levando tudo o que tem pela frente. Nas cidades onde não é a água, são as barreiras soterrando e deixando populações inteiras sem comunicação e acesso.
O prefeito de Gramado, Nestor Tissot, disse, na manhã deste sábado, à CBN, que ocorreram desmoronamentos em 42 pontos do município. Além das vítimas pelos desmoronamentos também ocorreram mortes por problemas de coração dado ao que a família vem enfrentando.
Em Rolante, o hospital teve que transferir os doentes para outros municípios. Afetados também Três Coroas, Igrejinha, tudo na serra gaúcha, uma situação nunca imaginada. É situação é mais crítica da história.
Mais crítico da história
O governador Eduardo Leite (PSDB) afirmou que a situação é “absurdamente excepcional”: “Não é simplesmente apenas mais um caso crítico. É o mais crítico que, provavelmente, o estado terá registro em sua história”. O Guaíba recebe as águas de diferentes bacias hidrográficas afetadas pelos temporais, como Taquari e Caí.
Aeroporto fechado
No aeroporto Salgado Filho, todas as operações de pousos e decolagens foram canceladas. O aeroporto está fechado por tempo indeterminado. Existem riscos de problemas na pista por causa das chuvas.
Sem água e sem luz
O estado do Rio Grande do Sul tem, hoje, 281 mil sem luz e 441 sem água. A maioria são famílias que vivem em regiões inundadas e de quedas de barreiras que inviabilizam, inclusive, o socorro, não permitindo o acesso das equipes de trabalho. As regiões mais afetadas são o Vale do Taquari e o Vale do Rio Pardo. O presidente do Instituto de Formação e Desenvolvimento Educacional, Mauro Hauschild, de Bom Retiro do Sul, disse na manhã deste sábado (04), ao jornalista Valter Lima, no Revista Brasil, da Rádio Nacional, das dificuldades, de deslocamento, para buscar alimentos num trecho de apenas, 15 quilômetros, não é possível se deslocar. ” Essa enchente está sendo muito pior que a de setembro do ano passado. Estamos pedindo o apoio de todo mundo para que façam doações de alimentlos, água, recursos financeiros, material de limpeza, tudo o que puder ajudar. É muito trista a gente estar andando nas ruas e os barcos chegando com pessoas com hipotermia,”. E continuou: ” Estamos aqui, com pontes caídas, rodvias interditadas, sem acessos e a comunicação está impossível”.
Água de poços artesianos
O Rio Grande do Sul é atingido por chuvas intensas desde 24 de abril. Temporais já provocaram mais de 40 mortes, os números mudam a cada momento, e estão deixando centenas de ilhados e desabrigados, já com falta de alimentos e, principalmente, água potável. Alguns dividindo água de poços artesianos.
Ainda muita gente ilhada
A Operação de Resgate conta com 18 aeronaves e já resgatou oito mil pessoas. Ainda há muita gente ilhada já que as medidas meteorológicas não são favoráveis e os helicópteros tem dificuldades para voar por causa do tempo. A chuva vai e volta e o vento acaba represando algumas áreas com o chamado vento sul. Diversos Estados estão enviando especialistas em resgate e aeronaves para o Rio Grande do Sul, Inclusive Brasília.
Ainda existem famílias que estão há 72 horas sem acesso à alimentação e água potável, segundo a Defesa Civil.
Calamidade Pública
Foi decretado Estado de Calamidade Pública, pelo governador Eduardo Leite e referendado pelo Governo Federal, que instalou um Gabinete de Situação Emergencial, em Brasília, e está instalando outro conectado com o governo federal, em Porto Alegre.
Ministros acompanhando de perto
Hoje, mais três ministros voltam ao Estado. Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República; Rui Costa, Casa Civil e Waldez Góes, Integração e Desenvolvimento Regional.
Aulas suspensas
As aulas nas escolas estaduais e na Universidade Federal de Santa Maria não funcionarão do dia 6 até o dia 10 de maio.
Repórter Brasília, Edgar Lisboa