A crise nos hospitais, os desafios dos planos de saúde e a falta de recursos financeiros, são temas em discussão permanente em muitos países. No Brasil, as pessoas estão em pânico por não ter acesso mais rápido aos hospitais públicos, por falta de prevenção, falta de médicos, e, de profissionais de saúde. A situação é agravada por baixos salários e investimentos insuficientes no setor de saúde por parte do governo. Hospitais enfrentam dificuldades em gerenciar recursos escassos, resultando em serviços precários.
Brasileiro envelhecendo mal
Antônio Britto, Diretor Executivo da Associação Nacional de Hospitais Privados
Já na saúde privada, a situação também se complica. Os hospitais recebem dos Planos de Saúde 120 dias após o serviço prestado. O diretor-executivo da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Antônio Britto Filho, em entrevista ao Jornal da CBN, destacou que, “atualmente, a dívida dos planos de saúde com os hospitais chega a R$ 2,5 bi. O brasileiro está envelhecendo mal, e aumentando o custo da saúde no país”.
Equilíbrio de Interesses
Antônio Britto defende uma revisão das políticas de planos de saúde. Ele acredita que a solução pode vir através do equilíbrio dos interesses das operadoras, e dos usuários com um mercado de saúde mais justo e acessível. O executivo revelou que “uma pesquisa, entre seus associados e instituições hospitalares, para entender como está a relação com os planos de saúde, mostra a insatisfação; a começar com a própria dívida dos planos em relação aos hospitais”.
Todos se queixam
“As empresas se queixam porque consideram os planos muito caros. As pessoas se queixam porque os planos são, na maioria das vezes, mais caros do que elas podem pagar. Os hospitais estão se queixando porque os planos contratam os serviços junto aos hospitais e estão com dificuldades para pagar”, diz Britto.
Sistema deve ser repensado
Antônio Britto afirma dizendo: “nós chegamos numa situação, me perdoem a ironia, que é a situação onde todos se queixam”. Na opinião da Anahp “há necessidade urgente desse sistema ser reformado, ser repensado. Em um sistema onde não tem ninguém satisfeito e todo mundo se queixa, alguma coisa de errado deve haver por aí”, avalia.
Saúde cara e com desperdício
“Nós não desconhecemos os problemas que os planos estão enfrentando; a saúde está muito cara, tem muito desperdício. Mas os melhores hospitais do país, eles estão tendo dificuldades para manter seus investimentos, porque é óbvio, se a receita só está chegando quatro meses depois, fica difícil fechar a conta”, acentua Britto.
Criança crescendo com obesidade
“Os planos gastam em prevenção de saúde 0,28% do que faturam. Nós não estamos deixando a população se prevenir. Criança está crescendo com obesidade, jovem está cheio de hipertensão, e aí a conta obviamente está se tornando difícil de pagar”, atesta Antônio Britto.
Sistema de saúde mais justo
Para um sistema de saúde mais eficiente e equitativo, é necessário um esforço conjunto do governo, das instituições de saúde, e da sociedade.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa