Impulso as pautas econômicas

Hugo Motta, eleição, Câmara dos Deputados (Credito: Agência Câmara)

Com a Câmara dos Deputados e o Senado sob novo comando, as pautas econômicas devem ganhar impulso a partir deste mês. O corte de gastos tem que ser encarado para valer, mesmo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizendo que, se dependesse dele, não aconteceria. Já o problema das emendas parlamentares deve avançar e os congressistas não pretendem abrir mão disso. Deputados contam com a força política de Hugo Motta para fazer esta pauta explosiva andar. O mais difícil é administrar os interesses dos partidos, considera o cientista político, Murilo Medeiros, da UNB.

Projetos fiscais

Davi Alcolumbre (União-AP) na presidência do Senado e Hugo Motta (Republicanos-PB) na Câmara, eleitos com folga de votos, neste sábado (1°), o consenso entre deputados e senadores é o de que há pouco espaço para a votação de projetos fiscais, em meio a um impasse sobre as emendas parlamentares.

Com dinheiro é mais fácil

O direito de o maior partido assumir comissões importantes será exercido pelo PL. Sem confusões, já deu o recado o comandante Jair Bolsonaro. Os 140 deputados fiéis ao Centrão vão se movimentar, conforme as conveniências do andar da carruagem.

Interesses de partidos

Murilo Medeiros, cientista político (Foto: Arquivo Pessoal)

O cientista político Murilo Medeiros, da Universidade de Brasília, avalia que num pleito considerado até fácil no resultado, numa análise do cenário, “o mais difícil, agora, para tocar a Câmara dos Deputados será administrar interesses de partidos diferentes. O presidente Hugo Motta terá que agradar ao PT, mas também o PL, o MDB e o União Brasil. Certamente os compromissos firmados foram bastante amplos. Agora vem a conta.

Jogo de forças de poder

Na visão de Murilo Medeiros, nesse nosso sistema, há quase um semipresidencialismo branco. O deputado Hugo Motta vai ter uma enorme responsabilidade para equilibrar esse jogo de forças de poder.

Melhor interlocução

Na avaliação do cientista político, “o Palácio do Planalto vai ter que melhorar muito sua interlocução, porque apesar desse cenário, desse mar calmo, dessas grandes folgas, a atual situação promete ser muito desafiador, principalmente na economia, até porque só restam dois anos agora para o governo Lula, com a inflação de alimentos, o tema da segurança pública, e é um ano pré-eleitoral.

Tabuleiro na mesa

Enfim, o tabuleiro está na mesa. Agora, começa o jogo para valer, com negociações a serem definidas, pois 2026 vem aí. A previsão é que as pautas, até de níveis mais populistas, devem ganhar terreno no Congresso. Vai ser preciso apagar muito incêndio nesses próximos meses.

Centro político

Murilo Medeiros destaca que a eleição de Hugo Motta traz alguns aspectos interessantes, como a questão partidária. É a primeira vez que os Republicanos, o antigo PRP, um partido clássico do centro político, assume a presidência da Câmara.

Melhor trânsito na Câmara

A convivência do presidente Lula, com o presidente da Câmara, ao contrário do que ocorria até agora, onde Rodrigo Pacheco (PSD/MG), que deixa a presidência do Senado com quem o governo surfava, em águas mais tranquilas, com Davi Alcolumbre, acreditam os congressistas, será um pouco diferente. O novo presidente do Senado, em sua posse, já deu o recado: defende o diálogo, a transparência, mas ela vale para todos os Poderes, não só para o Congresso Nacional.

A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.

Edgar Lisboa

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