Terminado o primeiro turno das eleições municipais, com um balanço positivo feito pela presidente do TSE, Cármen Lúcia, no domingo, os trabalhos no Congresso Nacional, em Brasília, são retomados esta semana. Passado o período eleitoral, deputados e senadores reiniciam as atividades, com uma série de pendências que estavam paradas enquanto os parlamentares se dedicavam às campanhas eleitorais.
Começa a 2ª metade do ano
Há quem diga que a segunda metade do ano começa agora. Na Câmara e no Senado uns emaranhados de projetos de lei aguardam encaminhamento. Além disso, aprovar indicações políticas, como a sabatina de Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula para a presidência do Banco Central. A sessão está marcada para esta terça-feira (08) na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. A expectativa é que o nome de Galípolo seja aprovado na sessão e ainda hoje no plenário.
Pauta bolsonarista
Na Câmara dos Deputados, o foco são as pautas da bancada bolsonarista. A Comissão de Constituição e Justiça tem uma série de projetos de interesse dos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro à espera do retorno dos deputados. Uma das mais polêmicas é a da Anistia dos presos e condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Decisões monocráticas
Por uma manobra da bancada governista, a votação da Anistia não foi realizada antes das eleições. O tema volta à pauta na Comissão de Constituição e Justiça. Caso o texto seja aprovado, pode beneficiar, inclusive, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Outras propostas que terão debates acalorados serão a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que muda e altera o trabalho do Supremo Tribunal Federal. Entre elas, a que limita decisões monocráticas dos ministros de tribunais, que atingem o Supremo e outras cortes de justiça.
Eleições: Kassab, o grande vencedor
Os primeiros turnos das eleições municipais confirmam o PSD como o maior partido do Brasil em número de prefeituras. O resultado mostra uma consolidação dos partidos de centro no comando das prefeituras. O PSD, comandado por Gilberto Kassab, aparece em primeiro lugar com 877 prefeituras. Kassab disse, à coluna Repórter Brasília quando veio prestigiar o número de filiados no Diretório Regional de Brasília, em 2023, “que o foco do partido no país era a conquista do maior número de prefeituras, e caminhava para isso”. Alcançou seus objetivos
Dependência do Centrão
As eleições municipais mostram o fortalecimento das siglas que compõem o Centrão, e a dependência de Lula ao bloco, para 2026. Mostram também o fortalecimento da direita, e a composição do Congresso Nacional para as eleições gerais de 2026.
Metade das prefeituras
O PSD, o MDB, o PP, e o União Brasil, partidos que compõem o Centrão, conquistaram mais da metade das prefeituras (cerca de 54%, elegendo mais de 3 mil prefeitos no primeiro turno). O Centrão domina mais da metade das cidades, PL e Republicanos crescem, e o PSDB cai. O PSD foi o que mais cresceu, em número de prefeituras: 35%, o MDB e o PP, subiram 8%, e o União Brasil, partido criado da junção do DEM com o PSL, teve um incremento de 4%, comparativamente a 2020. Em alguns Estados a presença do Centrão passa de 80%. Já em Alagoas de Arthur Lira, (Progressista), presidente da Câmara dos Deputados, chega a 90% das prefeituras.Ainda: o PSD derruba o MDB e se torna a principal força do Centrão.
Segundo turno em 15 capitais e 52 cidades, dia 27 de outubro.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa