Agro prevê retração em 2024

Print Friendly, PDF & Email
Renato Conchon. Foto: CNA/Divulgação

Depois de bons números em 2023, o agro prevê retração em 2024. Para o coordenador do Núcleo Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Renato Conchon, “o ótimo resultado da atividade agropecuária ao longo de 2023, infelizmente, não deve se repetir em 2024”.

Clima favoreceu

Renato Conchon, explica que “a atividade agropecuária brasileira passa por ciclos sazonais. Em 2023, o clima favoreceu as principais regiões produtoras, sobretudo, de grãos no Brasil”. Ele ressalta: “tem que lembrar também que ao longo de 2023 a produção pecuária foi estimulada pelo aumento do consumo”.

Posição inversa em 2024

Já para 2024, argumenta Renato Conchon, “a posição é inversa. O clima vem prejudicando as principais regiões produtoras, principalmente, de grãos. A gente fala de soja e milho, que são os dois carros chefes em volumes produzidos no Brasil, e que tem uma relevância muito grande, sobretudo, no primeiro semestre do ano”.

Quantidade produzida

O coordenador do Núcleo Econômico da CNA, lembra que “houve atraso no plantio e, em algumas regiões produtoras, os produtores tiveram que replantar, e o clima acabou prejudicando o desenvolvimento, tanto da soja, quanto do milho na primeira safra, que é o que a gente fala do milho verão”. Para o especialista, “isso impacta na quantidade produzida a menor, e no final do ano, a gente vai ver que haverá uma queda na atividade agropecuária, sobretudo, por esses dois fatores”.

Colheita 20% menor

Alceu Moreira (Crédito: FPA/Divulgação)

Na opinião do deputado Alceu Moreira (MDB/RS), “o preço praticado no mercado de commodities é um valor em alguns lugares, a metade do que foi praticado no pico do preço”. Na avaliação do parlamentar, “a colheita deve ficar em torno de 20% menor”.

Maior dificuldade na troca

O deputado da Frente Parlamentar da Agricultura avalia: “analisando todos os dados, a gente observa que grande parte dos produtores, principalmente, aqueles que endividaram em alta, porque guarda sempre uma relação de um produto para outro, enfrentam maior dificuldades na troca de saco de soja por máquinas colheitadeiras, por implementos. Quando a soja estava R$ 200, uma máquina significava tantos sacos de soja, agora está em R$ 100/110, uma máquina significa quase o dobro da quantidade disso”.

Maior custo de arrendamento

Alceu Moreira explica que “também por causa do preço da soja, alguns produtores tiveram que pagar maior aluguel de arrendamento. Hoje nós temos um conjunto bastante grande de produtores que sequer conseguem pagar o custeio da safra, quanto mais pagar os investimentos”.

Deixar de gerar riqueza

Moreira lembra que, “não é importante para o país perder nenhum produtor destes, porque ele não deu causa ao problema que ele está sofrendo. Tirá-lo de meio ativo, deixá-lo se endividar, não tomar providências em relação a isso, significa perder alguém que pode gerar riqueza para o país”.

Equacionar a dívida

O deputado argumenta: “nós temos que buscar uma forma de equacionar a dívida dele de maneira que caiba dentro do orçamento de endividamento, sem ficar inadimplente”.

Saúde financeira da adimplência

Para Alceu Moreira, “hoje, nós temos que cuidar da saúde financeira da adimplência do produtor rural, para que ele possa continuar produzindo nos volumes e qualidade que ele sempre produziu”.

Repórter Brasília, Edgar Lisboa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *