Acordo Mercosul com União Europeia

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Mercosul/Duvulgação

Produtores rurais franceses aumentam pressão por redução de impostos e aumento de lucratividade. Os protestos de agricultores, ao longo da semana, pressionaram a União Europeia a encerrar negociações de acordo comercial com o Mercosul. Eles reclamam do preço dos combustíveis e da competição com o mercado externo.

Custo de produção elevado

“O acordo Mercosul e União Europeia, nunca se esperou que ele tivesse consenso geral”, avaliou para o Repórter Brasília, o deputado Alceu Moreira (MDB/RS), um dos líderes da Frente Parlamentar da Agricultura. “Ele contraria o interesse dos produtores europeus que em um custo de produção muito mais elevado.”

Onda de políticas ambientais

O parlamentar esclarece que, “o que tem na Europa hoje, não é contra o possível acordo. O que tem, na verdade, é essa onda de políticas ambientais, que saem do razoável; que param de falar na sustentabilidade, que é o equilíbrio entre o social, o econômico, e o ambiental, e passam a ter uma agenda ambiental mais importante que a vida humana.”

Modelo produtivo

Alceu Moreira

Segundo Alceu Moreira, “isso acontece também no Brasil o tempo todo. Os produtores estão na rua porque isso está inviabilizando o modelo produtivo”. O deputado destaca que “não há como se produzir um modelo produtivo. Qualquer coisa que se faça, pode ser multada pela questão ambiental.”

Trechos normais estão postos

No entendimento do líder ruralista, “os trechos normais do acordo estão postos, a regulamentação por área é algo que vai ter muita contradição. Um país, por exemplo, como a Irlanda do Norte, se ela admitir comprar carne do Brasil agora, ela não pode ter mais nenhuma vaca, pois o custo de produção deles lá é quase dez vezes mais do que o nosso, isso desequilibra completamente o processo.”

Cláusulas restritivas

“O acordo entre o Mercosul e a Comunidade Europeia, ele vai acontecer, mas vai acontecer com uma série de cláusulas que são restritivas, ou por produto ou por tempo”, acentuou Alceu Moreira, acrescentando que, “cada um vai avaliar as condições para poder ir mitigando os prejuízos, e buscar a alternativas.”

Benefícios para os dois lados

Na avaliação de Alceu Moreira, o acordo entre os blocos está amadurecendo mais do que nunca, agora. “Tem um grupo grande que está no centro dessa discussão, que começa a perceber que por maior que sejam os prejuízos pontuais, o eixo do processo é altamente beneficente para os dois lados.”

Segurança alimentar

O parlamentar lembra que “é importante ter o combustível da Rússia, é importante ter os produtos chineses; mas nada é mais importante do que garantir para os próximos 20 ou 30 anos, a segurança alimentar para as próximas gerações da Europa.”

Alimentação saudável

“Se quiser ter direito a uma alimentação saudável por preço compatível, na Europa, sob pena de um empobrecimento, e as pessoas não poderem dispor daquilo que é mais importante, que é a alimentação, terão que fazer um acordo com o Mercosul”, alertou o parlamentar.

Países do Mercosul

O líder ruralista pontuou que, “grande parte da alimentação que eles vão consumir, só tem possibilidade de consumir pelo preço que vem sendo produzido na escala mundial nesses países do Mercosul”, concluiu Alceu Moreira.

A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.

Edgar Lisboa

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