“Lula tem uma visão política convergente”, diz Paulo Paim

Senador Paulo Paim. (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

 

O movimento que o presidente Lula faz junto aos governadores, em seus Estados, buscando diálogo, construindo agendas e encontros, não é diferente do que ele fez quando governou o país em outras duas ocasiões. “Isso é uma visão política convergente,” afirmou o senador Paulo Paim (PT/RS).

Tesouro vivo

Na opinião de Paulo Paim, “é uma ação que objetiva agregar os entes federados à união. Somos um só país, um mesmo povo. A nossa brasilidade é um tesouro vivo que temos que cuidar, e muito bem. Lula foi eleito por uma coligação e, ao assumir, se torna presidente de todos, independentemente de greis e bandeiras partidárias, ideologias e conceitos maniqueístas, ” considerou o senador reeleito por várias legislaturas.

Respeito às diferenças

Esse dinamismo da política “converge para o respeito às nossas diferenças e diversidades culturais, sociais e, principalmente, política, pontua o senador Paulo Paim, acrescentando que “tudo isso deságua em um enorme campo de atuação para reafirmar o nosso país como nação. Isso é o respeito primordial a nós próprios como cidadãos e brasileiros, sejam do campo ou da cidade. ”

Lula estadista

Paulo Paim destaca que “Lula é um estadista. Podem até criticá-lo, não concordar com seu pensamento e suas medidas no governo, suas projeções, etc., mas jamais poderão dizer que ele ignora a nossa federação, nossos governadores, prefeitos”.

Novo pacto federativo

“O Brasil é muito grande”, afirma Paulo Paim. “É um país continental. Aliás, temos que pensar com urgência em um novo pacto federativo, dando mais autonomia e recursos, principalmente para os municípios. Pois é nessa base que se encontra a nossa população, no dia a dia, com o pé no chão, vivendo e sobrevivendo. ”

Trabalho de reconstrução

Na visão do senador, “nossas políticas públicas devem ser voltadas para essas pessoas. O país passou por maus bocados. Agora estamos em forte trabalho de reconstrução. Inaugurações e lançamentos de obras são normais em qualquer esfera de governo: federal, estadual, municipal. ”

Grandes investimentos

Na avaliação do senador petista, “até o momento, o PAC prevê investimentos de R$ 75 bilhões no Rio Grande do Sul. Esses investimentos são para duplicação de BRs, barragens e moradias do Minha Casa Minha Vida.  É legítimo, portanto, que o presidente Lula procure os nossos governadores, e aqui eu repito, independentemente de quem seja. ”

Diálogo e tolerância

“A política é dinâmica e se faz com diálogo, tolerância, e compreensão do país e da vida da nossa querida gente e sobretudo com respeito à democracia e ao Estado de Direito”, acentuou Paulo Paim.

Em busca da força dos governadores

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu, ao longo da semana, com governadores da oposição. Entre deles, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Lula se encontra com os governadores, de Estados importantes no País de olho nas eleições municipais, tentando diminuir o espaço político conquistado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, agora, às voltas com denúncias graves de um golpe de Estado que o deixaram sem passaporte e proibido de sair do País. Sem dúvida, o ex-presidente terá muito trabalho para se defender e contestar as acusações feitas à seu governo pelo coronel Cid Gomes e investigações da Polícia Federal.

Colégios Eleitorais

O presidente Lula, esteve com os governadores dos três Estados que são os principais colégios eleitorais do país: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, respectivamente. Mas já conversou também com Ratinho Júnior, do PSD, do Paraná, que pode mostrar a força do sul.

Lula participou também da entrega de 832 apartamentos em Magé, no Rio de Janeiro ao lado do governador Cláudio Castro (PL), que reiterou que” Lula é bem-vindo e que as eleições acabaram.”

Investimentos no Rio

O presidente, por sua vez, fez acenos de voltar a investir no Rio de Janeiro “porque esse estado não nasceu para ser dominado pelo crime organizado, porque a maioria dos cariocas são gente de bem. Por isso estou feliz de estar aqui”, disse Lula.

Lula ficou dois dias no Rio de Janeiro, com agendas na Baixada Fluminense e na capital. O prefeito Eduardo Paes, que é aliado do presidente, participou das agendas. Ele conta com apoio do Lul” para se reeleger, este ano.

“Ato civilizatório” em Santos

Ao lado do governador Tarcísio Freitas (Republicanos), Lula anunciou, em Santos, investimentos na construção de um túnel que liga a cidade ao Guarujá, financiado com recursos federais e estaduais. Foi um ato civilizatório, anunciou o presidente da República, cumprindo sua promessa de ser presidente de todos os brasileiros, sejam da Oposição ou do Governo. Prometeu todo o apoio necessário do Governo Federal, à São Paulo. Disse: “Tarcísio, você terá da Presidência da República tudo o que for necessário, porque não estou beneficiando governador, estou beneficiando o estado mais importante da federação”, acentuou .

Volta para o PT

Encontro entre Lula e Tarcísio tem risadas e grito de ‘volta pro PT’ e no mesmo dia, em São Paulo, Lula participou da filiação de Marta Suplcy, de volta ao PT. A ex-ministra e ex-senadora retornou ao partido para ser a vice na chapa de Guilherme Boulos à prefeitura da capital, com as bênçãos de Lula.

Ao mesmo tempo, em que tenta afastar os possíveis opositores, busca melhorar seu desempenho em Minas, onde venceu por uma margem apertada…

Perto dos governadores

O presidente pretende se encontrar com os governantes de todas as unidades da federação ainda no primeiro semestre deste ano.

Em 2023 Lula foi bastante criticado por ter se dedicado mais à política externa do Brasil. Em  2024 o caminho será inverso. O petista quer percorrer o país e lançar obras do Novo PAC em todas as 27 unidades da federação.

Lula optou por ir aos três estados do Sudeste ainda no começo de 2024, antes de sua visita ao Egito e à Etiópia, prevista para os próximos dias.

Investimentos no PAC

Os investimentos do PAC são vistos como o grande trunfo para essa aproximação. Os governadores têm interesse nas obras pelo impacto na popularidade e nas eleições municipais. Já o governo federal quer garantir recursos para o PAC em um momento de disputa com o Congresso Nacional pelo controle do orçamento.

Partidos de centro

Outro objetivo de Lula é reduzir a dependência do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL), e do Centrão. Ao se aproximar de figuras importantes da oposição, Lula busca um maior fortalecimento político, ficando mais perto de partidos de centro como Republicanos, União Brasil e PSD.

“Carruagem mais lenta”

Além disso, havia o entendimento da oposição de que o ex-presidente Bolsonaro, após passar 2023 na defensiva, começaria a rodar o país e a fazer atos de rua. Isto antes das ações da Polícia Federal por causa de acusações de medidas tomadas ou pretendidas durante seu governo. Agora, é possível, que a “carruagem” ande mais devagar. Há muitas pedras e buracos na estrada e os “cocheiros” foram atingidos.

A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.

Edgar Lisboa

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