Com escavações e terraplanagens impossibilitadas pelo tempo, equipes focam na construção das novas calçadas e estacionamentos na principal via de ligação entre Taguatinga e Ceilândia
Quem faz obras de infraestrutura a céu aberto sabe: não há época do ano mais desafiadora do que a temporada de chuva. Serviços como escavação e terraplanagem são altamente impactados pelas águas pluviais. Ainda assim, com algum remanejamento e muita organização, é possível manter outras frentes de trabalho em constante evolução. É o que tem sido feito na Hélio Prates, avenida que liga Ceilândia e Taguatinga, que recebe investimentos de R$ 70 milhões do Governo do Distrito Federal (GDF).
Com cerca de 4,5 km de comprimento, a via tem passado por uma grande reforma que inclui reconstrução de calçadas, ordenamento dos estacionamentos, construção de ciclovia, rede de drenagem e pavimentação em concreto de faixa exclusiva para ônibus, entre outros serviços. A ideia é dar fim aos problemas estruturais da região, que sofria com escassez de vagas, passeios sem acessibilidade e falta de segurança para o trânsito de pedestres e ciclistas.
A primeira etapa das obras foi concluída em abril de 2023 – mais de R$ 20,2 milhões foram investidos no trecho que começa na via M1, onde fica a caixa d’água de Ceilândia, e vai até a N3, perto da Fundação Bradesco. Agora, os serviços estão concentrados no trecho entre a QNG/QI 1 e a Estrada Parque Contorno, já na ligação com o Pistão Norte. O GDF destinou R$ 49,5 milhões para a segunda fase da reforma.
Sem tempo ruim
“Estamos administrando a reforma durante esse período de chuva para que os trabalhos não parem. Como não podemos escavar redes de drenagem ou fazer a concretagem da faixa de ônibus, estamos trabalhando na construção de calçadas e estacionamentos”, conta o engenheiro civil Carlos Augusto Vieira, designado pela Secretaria de Obras e Infraestrutura do Distrito Federal (SODF) para executar a obra. “Temos quatro frentes de trabalho abertas, com mais de 50 pessoas trabalhando nelas”.
Dos 5.074 m² de calçadas que serão construídas na segunda fase da obra, 3.047 m² estão prontos. “Também já executamos 2.028 m² de estacionamento, de um total de 6.432 m². Esses bolsões são feitos com blocos intertravados, ao longo da comercial”, explica Carlos Augusto. “A ciclovia já está finalizada. Nesta segunda etapa, fizemos 1.938 m² de pista exclusiva para bicicletas”.
Para os comerciantes que atuam na Hélio Prates, as obras da avenida geram boas expectativas. “Os estacionamentos vão trazer mais conforto para os clientes, que poderão parar seus carros com tranquilidade, de forma organizada”, avalia a vendedora Daise Monteiro, 30 anos. “A calçada aqui na frente na loja já está pronta e fez uma diferença enorme. As pessoas caminham em segurança, sem tropeçar ou sujar os pés de terra”.
Drenagem eficiente
Assim que as chuvas derem uma trégua, a construção da rede de escoamento da Hélio Prates será retomada. De um total de 5.132 metros lineares de galeria, 2.702 metros foram executados. Toda a água captada pelo sistema de drenagem da avenida vai desembocar em duas bacias de retenção localizadas no interior do Parque Ecológico do Cortado.
Cada uma das lagoas tem cerca de 7 m de profundidade, e ambas são cercadas por um muro de gabião – a estrutura, feita com pedras empilhadas presas por um alambrado, protege as paredes dos tanques. “Os muros estão praticamente prontos, o trabalho está bem avançado”, observa o engenheiro Carlos Augusto. Juntas, as bacias têm capacidade total para aproximadamente 80 mil m³ de água.
Repórter Brasília/Agência Brasília