Repórter Brasília
Davi Alcolumbre: “Senado, casa da boa política” (Créditlo Getty images)
Por Edgar Lisboa
Com apoio da quase totalidade dos partidos, com exceção do PSDB e Novo, o senador Davi Alcolumbre, do (União/AP) foi eleito, em primeiro turno com 73 votos, como novo presidente do Senado.
Entre as propostas defendidas por Davi Alcolumbre, que volta à presidência do Senado, estão, a definição clara do que é assunto do Senado e assunto do Supremo. Promoverá diálogo com todos os grupos ideológicos, quer atuar como um pacificador com o Supremo, com o Governo e com os próprios parlamentares. Buscará um diálogo que anda faltando muito na política por causa da polarização. As pessoas ficam nos polos, não conversam, não têm mais acordo e não tem mais esse diálogo institucional tão forte em alguns setores tanto da Câmara quanto do Senado.
Casa da boa política
Alcolumbre afirmou que “os desafios do nosso sistema democrático… Vivemos momentos em que muitos trocaram a conversa pela ofensa, a fala pelo grito, o debate saudável pela discórdia. O caminho é o diálogo e o Senado será a casa da boa política”.
Capacidade de entregas do Senado
Rodrigo Pacheco (PSD/MG) destacou o trabalho do Senado e “a entrega de diversos projetos transformados em leis, em reformas importantes. Pode se criticar o Congresso em vários aspectos, mas não se pode criticar em relação a capacidade que tem de fazer entregas e de ter uma produtividade em termos de marcos legislativos, de reformas constitucionais, são absolutamente essenciais”.
Reconhecimento aos senadores
“Esse reconhecimento deve se dar a todos os senadores e senadoras, inclusive pela confiança que me outorgaram nesses quatro anos em dois mandatos como presidente do Senado”, afirmou Rodrigo Pacheco. Manifestou “um igual reconhecimento e agradecimento àqueles que constituem pouco da alma do Senado Federal, que são servidores da casa. Todos os nossos funcionários que cuidam do nosso dia a dia e a cada realização do Senado Federal, a alma digital de um servidor, seja num pronunciamento feito, seja num projeto de lei apresentado, seja numa missiva estabelecida, num ofício, um atendimento à população. Os servidores são absolutamente essenciais a todas as instâncias, a Diretoria Geral, a Consultoria, a Secretaria Geral da Mesa, os analistas, a Polícia Legislativa, os nossos agradecimentos a todos os nossos colaboradores, o meu mais absoluto reconhecimento”.
Agradecimento à Câmara
Rodrigo Pacheco fez também “um agradecimento à nossa casa irmã, a Câmara dos Deputados, a pessoa do seu presidente deputado federal, Arthur Lira, a despeito de divergência, são absolutamente normais na democracia, o trato sempre foi muito respeitoso e cordial e conseguimos entregar em conjunto diversos marcos legislativos de interesse do país. Quero também fazer um agradecimento aos outros poderes, ao poder executivo da pessoa do seu presidente. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a todos os seus ministros, e também ao Poder Judiciário na figura do seu chefe de poder, ministro Luiz Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal”.
Importantes realizações
Rodrigo Pacheco dirigiu-se “a todas as instituições que colaboraram conosco nesses quatro anos, que foram quatro anos muito marcantes, muito difíceis até em alguns aspectos, mas conseguimos fazer importantes realizações ao longo desses anos. Um agradecimento muito especial à Mesa Diretora”.
Líder do PT
O senador Rogério Carvalho, líder do PT no Senado, afirmou que Davi Alcolumbre venceria o pleito por mais de 70 votos, 73, na realidade. Senadores declararam seus palpites de votação, à Globo News: Humberto Costa passa do, 70 votos, Laércio Oliveira, 72, Carlos Portinho, 75.
Pautas prioritárias
O líder do PT, no Senado Rogério Carvalho falou também da atuação do Partido, agora, com o novo comando do Senado. As pautas prioritárias, adiantou o senador, as que garantam o Brasil ficar mais sólido do ponto de vista econômico, para enfrentar a vulnerabilidade da variação cambial, para impedir que a inflação volte a ser um fantasma, ou seja, a prioridade do PT e do governo são pautas que consolidem o país para a gente enfrentar o novo cenário político, o fim da globalização proposta por Donald Trump, para que a gente possa consolidar o Brasil com uma potência social, política, econômica, e que a gente deixe de ser um país do futuro. Chega dessa história do Brasil o país do futuro”.
Renovação da mesa do Senado
A Mesa do Senado será renovada neste sábado (1º de fevereiro) com a eleição do presidente, dois vice-presidentes, quatro secretários titulares e quatro secretários suplentes para mandato de dois anos. O voto foi em cédula de papel.
Candidatos
Cada candidato falou 15 minutos defendendo seus projetos. São cinco candidatos que concorreram à presidência do Senado. Além de Davi Alcolumbre do União Brasil do Amapá concorreram: o senador astronauta Marcos Pontes do PL de São Paulo; Marcos Duval do Podermos do Espírito Santo, (retirou a candidatura neste sábado), Eduardo Girão do Novo do Ceará e ainda a senadora Soraya Thronicke, do Podermos, do Mato Grosso do Sul (retirou a candidatura, por acordo durante a sessão, no pronunciamento pré-votação),
Alcolumbre eleito em 1º turno
Davi Alcolumbre foi eleito em primeiro turno conforme previam a maioria dos senadores. A previsão da maioria dos senadores era de que o novo presidente do Senado seria eleito com mais de 70 votos, mas para conseguir ser eleito no primeiro turno são necessários 41 votos, portanto ele teve uma margem de votos acima do necessário para vencer já em primeiro turno onde foi construído um grande acordo entre PT e também diversos outros partidos de oposição como o PL e todos os outros partidos de centro nesse meio.
Paim defende o diálogo e políticas humanitárias
O senador Paulo Paim (PT/RS), tão logo saiu o resultado do pleito, cumpimentou Davi Alcolumbre, pela eleição à presidência do Senado e todos os membros da mesa diretora. Via X destacou que “possamos, com diálogo, participação e debate, conquistar melhorias para o Brasil e para a vida de todos os brasileiros, com políticas humanitárias, inclusão social, dignidade e democracia. Nossa responsabilidade é enorme, e também exige o compromisso de aprimorar as condições econômicas, produtivas e ambientais do país, gerando emprego, renda e sustentabilidade.”
Mesa diretora diversa
O Senado terá, a partir de agora, uma mesa diretora bem diversa, tendo na primeira vice-presidência o PL com o senador Eduardo Gomes, de Tocantins, na segunda vice-presidência o senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, na primeira secretaria a senadora Daniela Ribeiro do PSB da Paraíba, a segunda secretaria ficará com Confúcio Moura que é do MDB.
Funções administrativas
Diferentemente da Câmara, as secretarias no Senado, não têm muitas funções administrativas. Apenas a primeira secretaria, que é a grande prefeitura do Senado, e o segundo, terceiro e quarto secretários são substitutos do primeiro secretário no caso da ausência deste. Bom, além disso, para esse acordo foram negociadas também comissões.
Acordo entre partidos
As comissões do Senado devem ser instaladas já na próxima terça-feira. E aí, nessa instalação das comissões, houve, portanto, um grande acordo que vai fazer com que o PT fique com as comissões de Educação e também de Meio Ambiente, com o senador Fabiano Contarato, do PT do Espírito Santo, considerada estratégica pelo PT, por tratar de ser o ano da COP30, vai ter a senadora Tereza Leitão, de Pernambuco, na Comissão de Educação.
Constituição e Justiça
Já o PSD de Rodrigo Pacheco ficará com a Comissão mais importante da casa, que é a Comissão de Constituição e Justiça. Essa Comissão de Constituição e Justiça, por onde passam todas as propostas de emenda à Constituição. Ela terá a presidência do senador Otto Alencar, do PSD da Bahia.
Volta do PL
O PL volta a ter comissões importantes depois de não ter participado do acordo para a eleição do presidente Rodrigo Pacheco. O PL vai ter duas comissões bastante estratégicas como a Comissão de Segurança Pública com a presidência de Flávio Bolsonaro (PL/RJ) e também a Comissão de Infraestrutura com a presença do senador Marcos Rogério que é do PT, de Rondônia. Feitas as composições das comissões, elas já devem ser instaladas na terça-feira (04).
PSDB ressurge
O senador Plinio Valerio, do PSDB, do Amazonas, que comemorou que o PSDB voltou a ter dois senadores. Hoje teve a filiação do senador Oriol Visto Guimarães e o senador Stevenson Valentim. “Para quem achava que o PSDB ia acabar, a gente ressurgiu, com todos os direitos que uma bancada tem, três senadores têm o mesmo direito que dez, que quinze. Então, se o PSDB, que atravessa, um momento até de fraqueza, é uma boa notícia. Isso vai mudar na composição, não na presidência, mas na composição das comissões. Se a gente não se agrupar, se a gente não for para nenhum grupo, se juntar com os partidos, a gente tem direito a CCJ e a CCAI, que são as duas comissões mais importantes. Então nós adquirimos o direito de ter um titular na CCJ, um titular na CCAI (Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência) e dois suplentes.
Portal Repórter Brasília, Edgar Lisboa
