Alexandre Lindenmeyer (Crédito: Will Schutter, Câmara dos Deputados)
“Apesar de dificuldades enfrentadas em 2024, o Brasil celebra avanços importantes, como a redução da fome, o menor índice de desemprego desde 2014, e o aumento do PIB”, comemora o deputado Alexandre Lindenmeyer (PT/RS).
O parlamentar lamenta, no entanto, “que o mercado financeiro tente sabotar as iniciativas do governo que visam promover o ajuste de contas, cobrando dos mais ricos e isentando quem ganha menos”.
Expectativa da economia para 2025
O deputado Ubiratan Sanderson (PL/RS) disse ao Repórter Brasília que, “a Câmara dos Deputados está atrasada, com uma série de votações que ainda não foram feitas”. Ele critica o pacote de gastos do governo federal, “que tem que ser analisado, discutido, após dois anos de gastança, dois anos torrando o dinheiro”.
Água no pescoço
Segundo o parlamentar, “vem o governo agora, com a água batendo no pescoço, querer fazer cortes. Nós vamos verificar se esses cortes são oportunos, se são convenientes, se há justa causa para fazer os cortes, aí nós votamos a favor. Se não dá para votar a favor quando o governo fale em austeridade, com 40 ministérios, aumentou bastante, significativamente os gastos com bolsas família, bolsas sociais, que tem que ter, claro, mas sem exagero”, reclama.
Afasta investidores
Na opinião de Ubiratan Sanderson, “o dólar passando de seis, infelizmente, vai a sete, oito. Por que isso? Porque um governo que se apresenta com 40 ministérios, com ações irresponsáveis; isso traz uma péssima impressão para a economia interna e externa, e com isso, os investidores que poderiam vir não vêm mais”.
Calcanhar de Aquiles
“A receita caiu, e isso faz com que nós, infelizmente, fechemos o ano com um déficit de mais de 100 bilhões só em 24. Em 23 foram 230 bilhões, então a economia é o calcanhar de aquiles do governo Lula, e nós aqui no Congresso precisamos ter a responsabilidade que o governo central hoje, infelizmente, não está tendo”.
Reforma tributária
Se não com a perfeição desejada, a regulamentação da reforma tributária sobre consumo foi aprovada pelo Congresso, pelo menos, é um avanço, rumo a um sistema de impostos mais simples e transparente, fugindo do manicômio tributário que existia.
A força dos lobbies
Nesse contexto, a força dos lobbies, concordam alguns parlamentares, “se impôs ao interesse público”. A alíquota padrão do futuro Imposto sobre Valor Agregado (IVA), por exemplo, que poderia ser de 26,5% se o texto inicial enviado pelo Ministério da Fazenda fosse mantido, será de cerca de 28%.
Impulsionar investimentos
Enfim, foi aprovada a reforma tributária possível, um grande avanço após 40 anos vivenciando um manicômio tributário. A expectativa é que possa impulsionar os investimentos e promover um crescimento econômico.
Direitos da população
Na visão do deputado Osmar Terra (MDB/RS), a criação de regras para encolher o Benefício de Prestação Continuada (BPC), retirando direitos da população pobre, deve ser considerada “uma tragédia”. Ele desafia o governo federal a cortar despesas próprias, sugerindo o fim de gastos supérfluos e a diminuição no número de ministérios.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa