Nos ambientes corporativos atuais, o sucesso não considera mais os processos lineares. O pensamento divergente e a gestão holística emergem como abordagens promissoras, desafiando a estrutura tradicional de “soluções lineares” aos oferecer um caminho mais flexível para a inovação. Integrar múltiplos fatores e perspectivas simultaneamente, têm sido defendidas por escolas de pensamento norte-americanas como a Teoria da Complexidade e a Criatividade Construtivista.
Amplamente discutidas em círculos acadêmicos e corporativos, essas teorias colocam a ênfase na diversidade de pensamento e na capacidade de resolver problemas por meio de vários caminhos ao mesmo tempo. Sugerem que, ao invés de seguir uma única rota rígida, a exploração simultânea de diferentes ideias permite que soluções inovadoras surjam com maior frequência. A gestão holística, por sua vez, amplia essa visão para a liderança e a operação da empresa, promovendo uma análise integrada que considera não apenas os processos internos, mas o ambiente externo e a interação entre todos os envolvidos.
Nesse universo, a comunicação corporativa desempenha um papel fundamental. É a espinha dorsal de qualquer organização que busca promover o pensamento divergente. Sem uma estratégia clara e aberta, é impossível incentivar a troca de ideias e garantir que diferentes perspectivas sejam ouvidas.
Empresas que adotam uma abordagem holística na comunicação conseguem integrar diferentes visões. Ao criar um ambiente onde os funcionários se sintam à vontade para apresentar soluções não convencionais, essas empresas aumentam suas chances de desenvolver inovações que saem do molde tradicional.
Além disso, a comunicação, voltada para clientes e stakeholders, pode ser uma plataforma poderosa para mostrar como a diversidade de pensamento e a flexibilidade no processo decisório são aplicados em sua gestão. Isso ajuda a construir uma imagem de marca mais moderna e inovadora, atraindo não apenas consumidores, mas também talentos que buscam um ambiente de trabalho desafiador e criativo.
Um exemplo clássico de empresa que adota o pensamento divergente é a 3M, que há décadas cultiva uma cultura de inovação e criatividade. A empresa incentiva seus funcionários a dedicar 15% de seu tempo a projetos que não estão diretamente relacionados às suas responsabilidades formais. Essa liberdade criativa, aliada a uma comunicação interna que incentiva a troca de ideias entre diferentes setores, resultou em inovações icônicas como o Post-it.
A abordagem da 3M vai além da simples gestão linear de projetos. Ela foca no conceito de que a inovação surge de mentes livres para experimentar e errar. A comunicação clara entre diferentes divisões da empresa também permite que ideias geradas em uma área sejam aprimoradas e implementadas em outra.
No mundo corporativo moderno, o sucesso de uma empresa depende tanto de sua capacidade de adotar práticas de gestão cujo foco é a pessoa quanto de promover o pensamento divergente. Integrados, esses conceitos permitem que as corporações rompam com estruturas tradicionais, estimulando a inovação de forma contínua. A comunicação corporativa, como catalisadora desse processo, se torna uma ferramenta essencial para conectar mentes, ideias e processos em uma abordagem holística e não linear.
Creio que empresas que desejam se destacar no cenário atual precisam cultivar um ambiente onde a criatividade seja incentivada e a comunicação seja uma via de mão dupla, abrangendo todos os níveis da organização. O pensamento divergente e a gestão holística não são apenas estratégias de gestão, mas filosofias que podem transformar o modo como as empresas operam e inovam, oferecendo vantagens competitivas duradouras.
Portal Repórter Brasília, Edgar Lisboa/ Por Gilberto Severo (artigo publicado no Linkedin).