Volta do DPVAT 

Carlos Zarattini , relator (Crédito: Mário Agra, Câmara dos Deputados)

O Plenário da Câmara deve votar, na próxima semana, após o feriadão de Páscoa, o projeto do governo que retoma o pagamento do seguro obrigatório de automóveis e garante recursos para vítimas de acidentes de trânsito. Na prática, significa a volta do pagamento do seguro obrigatório, DPVAT, suspenso desde 2021, com um novo nome.

Novas Regras

O projeto foi apresentado pelo governo com o argumento de que é preciso garantir os pagamentos para vítimas de acidentes de trânsito. Para isso, a proposta estabelece novas regras para o seguro, que agora vai se chamar SPVAT, Seguro Obrigatório de Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito.

Direto ao plenário

O projeto que muda a estrutura do seguro obrigatório, e garante a continuidade do pagamento das indenizações ganhou regime de urgência, ou seja, pode ser votado diretamente no Plenário, sem passar pelas comissões permanentes da Câmara.

Oposição é contra

Mas a oposição já se manifestou contra a medida. O deputado Marcel Van Hattem (Novo/RS), é contrário à volta do seguro. Ele criticou, “ameaças feitas por ‘supostos advogados’, pois para mim são criminosos que fazem ameaças porque ganham dinheiro com o DPVAT”.

Muita “maracutaia”

Marcel Van Hattem (Crédito: Zeca Ribeiro, Câmara dos Deputados)

O parlamentar denunciou que, “muitos já ganharam dinheiro fraudando o sistema. Eu sei que tem muita gente séria, eu sei que, apesar do valor ser baixo, tem muitas pessoas que quando sofrem acidentes tem à sua disposição um valor para ressarcimento. Tudo isso a gente sabe. Eu sei também que já aconteceu muita maracutaia com o DPVAT, e precisa ter uma regulamentação decente”. O deputado defendeu que o projeto deveria ser discutido nas comissões, antes de ir a plenário.

Vítimas sem cobertura

O relator do projeto, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), justificou a necessidade de retomada do seguro obrigatório com dados sobre acidentes de trânsito no país. Segundo ele, “as vítimas acabam sem cobertura, todos os meses, em média, 40 mil pessoas, homens e mulheres, são acidentados no Brasil. É uma verdadeira guerra civil! E esses acidentados não encontram nenhuma cobertura de nenhum seguro. Em grande maioria, são pessoas que dirigem motocicletas, são pessoas que são atropeladas que não têm nenhum respaldo”.

Novas obras públicas

Ronaldo Nogueira (Crédito: Mário Agra/Câmara dos Deputados)

O deputado Ronaldo Nogueira (Republicanos/RS), apresentou projeto de lei impedindo o início de novas obras públicas enquanto as que estiverem com parte concluída, não sejam retomadas. O deputado acentua o alto custo envolvido nas construções, e as perdas causadas pelo abandono; e pede responsabilidade gerencial dos gestores na aplicação dos recursos e na finalização de obras destinadas à população.

Obras paralisadas

Ronaldo Nogueira apresentou dados do Tribunal de Contas da União, segundo os quais, de um total de 21 mil obras existentes, quase 9 mil empreendimentos estavam paralisados no final de 2023. Para o congressista, “quando ocorrem trocas de governos, as obras são paralisadas, ainda que parte delas tenha sido concluída”.

Em defesa das igrejas

O deputado Pompeo de Mattos (PDT/RS), ressalta a importância da liberdade religiosa, e o papel das igrejas, sobretudo as evangélicas, no serviço social ao País. Na visão do parlamentar, “é um erro promover críticas generalizadas, especialmente quando atingem a fé e a religião da população”.

Edgar Lisboa