Benedita da Silva (Crédito: Bruno Spada, Câmara dos Deputados)
A deputada Benedita da Silva (PT/RJ) subiu à tribuna da Câmara dos Deputados, esta semana, para fazer um pronunciamento emocionado e contundente sobre o nível dos debates no plenário. “Senhor presidente, senhoras e senhores deputados, eu venho a esta tribuna para, mais uma vez, lamentar o que tenho ouvido neste plenário. Estou há quase 40 anos na vida pública e nunca, nesta Casa, tivemos momentos tão difíceis como temos agora”, iniciou a parlamentar, visivelmente indignada com os excessos verbais e a falta de respeito entre colegas.
Democracia com respeito e conteúdo
Benedita reconheceu o papel legítimo da oposição, mas pediu que o debate político recupere o foco nas ideias e propostas para o país. “Eu sei que é da democracia, que é legítimo a oposição vir à tribuna e falar o que bem entende, só que a nossa Casa merece uma oposição que possa fazer um debate sobre o Brasil, sobre o que queremos para a nossa nação. Mas quando vão para o debate, é xingamento. Vieram pra cá sem proposta, sem projeto”, lamentou.
Quando o ataque substitui o argumento
A deputada denunciou o clima hostil que tomou conta do plenário, onde, segundo ela, muitos preferem o insulto à construção política. “Nós temos que ficar ouvindo e não temos como dialogar, porque o nível que colocam em seus discursos não permite um debate sobre o Brasil. Eles se alegram quando votam contra o povo e fazem festa. É uma coisa inacreditável”, criticou Benedita, pedindo serenidade e espírito público aos parlamentares.
Respeito às famílias e às mulheres
Em outro momento, Benedita fez um desabafo sobre as ofensas pessoais que têm sido proferidas, inclusive contra familiares de parlamentares. “Eu nunca vi desrespeitarem tanto a família dos outros. Nós temos família, somos de família, e não podemos ficar aqui xingando a mulher dos outros, a filha dos outros. E o pior: não apresentam um projeto sequer para melhorar a vida dessas mulheres que estão sendo assassinadas, sem emprego, abandonadas”, afirmou.
Um chamado à reflexão
Encerrando seu pronunciamento, a deputada fez um apelo à reflexão e à recuperação da decência política. “Eu não aceito que esta Casa fique furiosa porque alguém diz que ela está pior. Eu digo: está pior sim, está pior na linguagem, no comportamento e, sobretudo, espiritualmente. A gente vai a um culto maravilhoso e depois sobe à tribuna e vence o respeito. Isso precisa mudar”, concluiu Benedita da Silva, em tom de advertência e esperança por um Parlamento mais humano e civilizado.
Descaso e corrupção

O deputado Marcel van Hattem (Novo/RS) denunciou o fechamento de 500 agências dos Correios desde o início do governo Lula, muitas por falta de pagamento de aluguel, citando o caso de Ivoti (RS). Criticou o “descaso e a corrupção” nos Correios e no INSS e defendeu a criação de uma CPMI para investigar o setor público.
Voto impresso

Mauricio Marcon (Podemos/RS) critica o STF por, segundo ele, condenar pessoas que defenderam o voto impresso ou questionaram as urnas eletrônicas. Para o deputado, a ação significa um cerceamento da liberdade de expressão.
Dois pesos e duas medidas
O parlamentar aponta contradições nas decisões do STF e acusa a Corte de adotar dois pesos e duas medidas. Maurício Marcon cita o ministro Flávio Dino, que, segundo ele, já questionou o sistema eleitoral, mas não foi responsabilizado da mesma forma que outros cidadãos.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa