Se as chuvas torrenciais de abril p.p. no Sul, não significaram um aviso para você, não sei não.
São evidentes os avisos e mais sinais que a natureza tem dado nestes últimos anos, através de efeitos climáticos severos, e que nos levam a temer pelo futuro.
Sim, temos que examinar e nos posicionar no que está acontecendo com o Planeta.
Em todos os continentes temos visto efeitos gravosos e devastadores, sem qualquer aviso ou sinal anterior.
Existem relatos de chuvas torrenciais, pequenos terremotos e secas severas.
E as mudanças climáticas agudas não fazem distinção de lugar ou país,acontecem em todos os lugares da Terra.
Pouco ou nada se tem feito para minorar estas situações, uma vez que apanhados pela surpreendente natureza, ela agora cobra os desarranjos feitos pelo homem.
Seja pela devastação desenfreada das florestas e mananciais, seja pela necessidade esquizofrênica de termos mais pastagem e mais áreas agricultáveis.
Tudo isso tem um preço, e a cobrança veio a cavalo, num linguajar mais direto.
Em nome de um progresso distópico e de um desenvolvimento a todo custo, olvidando-nos de que é preciso reciclar,reusar e dar lugar a um desenvolvimento sustentável.
Agora, entra em cena um novo personagem -o fogo- e deixa o mundo de cabeça para baixo.
Busca-se desesperadamente, uma resposta para este problema que não será apenas apagar o fogo.
É preciso saber as origens de todos este imbróglio, pois para que o fogo comece é necessário ter uma faísca, ou um elemento da natureza que desencadeia este incêndio.
Tudo isso mudou a fisionomia da Terra,mais calor e mais combustível significam mais lenha na fogueira.
Até então, a área de queimadas nas florestas tinham diminuído graças às novas estratégias, melhorias no treinamento e também ao aumento nos gastos nesse setor.
Tudo indica que estamos diante de um ponto de virada, pois o fogo
é o protagonista da história.
A perda do controle dele está nos levando a uma época em que as chamas são a principal forma de mudança das paisagens.
No momento,o que se tem é o número fantástico de incêndios provocados ou não pela mão humana, em vários países, e alguns fora de controle.
As teorias se sucedem,e com elas a nossa incredulidade a estas também se multiplicam.
Se prestarmos atenção no que dizem os cientistas e os profissionais da área,veremos que entramos num período chamado PIROCENO.
Fenômeno este que se agudiza e estabelece novos paradigmas para a questão do clima.
Aos mais supersticiosos dirão que se trata do fim do mundo, Armagedon e , quem sabe, o Apocalipse.
Veremos que se trata de temas complexos, que não se resolvem apenas com tratados, ou como o Acordo de Paris,de 2015, onde todas as nações se obrigam a diminuir os efeitos dos gases de efeito estufa.
Creio ser um bom momento para baixar as armas e discutir o futuro da humanidade.
Pois, é disso que se trata.
Ter como prioridade instrumentos legais e de governo, para prevenir calamidades e incêndios descontrolados, bem como manter vigilância sobre os prejuízos causados.
Os governos não podem,sozinhos,serem os únicos responsáveis pelos prejuízos,estes devem ser repartidos por todos os atores envolvidos.
Ter prioridade nos investimentos em defesa civil, leis que coíbam o desmatamento e educação ambiental na prática.
Criar brigadas de incêndio, recrutando os jovens para esta tarefa, ao invés do ultrapassado serviço militar obrigatório,por exemplo.
Tais soluções, urgentes, deverão fazer parte da pauta das Nações, para que se tenha um norte nestas questões cruciais para a humanidade.
Décio Guimarães, Escritor e Poeta