Semana esvaziada em Brasília

(Crédito: Ricardo Stuckert/PR)

Mais uma vez, a “Brasília Federal”, da Esplanada dos Ministérios, vive uma semana esvaziada, em que os compromissos políticos e as pautas do país ficam em segundo plano. Já a chamada por alguns, de Brasília local, está “turbinando” com a comemoração dos seus 65 anos, que ocorre dia 21 de abril. Grandes eventos com shows e espetáculos diversos, empolgam a população e o Governo do Distrito Federal apresentando suas obras, com destaque para o Túnel Rei Pelé, em Taguatinga.

Pré-candidaturas lançadas

Em cinco anos, mostra a Secretaria de Obras do Distrito Federal, 6.200 obras foram entregues à população, para comemoração do governador Ibaneis Rocha (MDB) que, na onda favorável aproveitou para lançar oficialmente sua pré-candidatura ao Senado para 2026 e de sua vice, Celina Leão (PP), ao Governo do Distrito Federal, num evento em Ceilândia, uma das maiores regiões administrativas de Brasília.

Agenda parou

Aproveitando o feriado da Páscoa, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos/PB), estendeu ainda mais o “feriadão” com uma viagem pessoal em família, e, só deve retornar na próxima semana. Com isso, a agenda legislativa da Câmara praticamente parou.

Em ritmo lento

Mesmo com apenas três dias úteis nesta semana — de segunda a quarta —, as atividades são simbólicas, os parlamentares puderam registrar presença pelo sistema Infoleg, sem precisar pisar no plenário. Tudo online, tudo remoto. Em tese, o trabalho continuou, mas na prática, o ritmo é mínimo.

Só depois da Páscoa

Enquanto isso, projetos importantes, como o PL da anistia, que muito tem sido discutido, mas só deve ir à pauta na semana que vem, na reunião de líderes do dia 24. Isso sem contar a PEC da Segurança Pública, que já foi apresentada aos líderes, mas que só deve ser protocolada também na próxima semana; e outros projetos importantes como o Plano Nacional de Educação, Imposto de Renda, a regulamentação das Redes Sociais e até mesmo da Inteligência Artificial. Além disso, tem a Reforma da Previdência dos Militares, projeto tratado como prioridade pelo governo para que ele já comece a valer a partir do ano que vem.

Recesso disfarçado

A questão vai além do calendário. É sobre compromisso, responsabilidade e ética pública. A máquina do Legislativo não pode parar porque um feriado apareceu no caminho. Num país com tantos desafios sociais e econômicos, essa cultura do “recesso disfarçado”. Lembrando que logo chegam as festas “juninas” no Nordeste, em junho e julho quando, mais uma vez, tudo trava no Parlamento. O Brasil não pode parar porque alguns decidiram descansar mais do que trabalhar.

No Senado nem sessão tem

O Senado, por exemplo, nem sessão prevista havia ao longo dessa semana. Portanto, o Congresso Nacional esteve bastante esvaziado. Enquanto isso, vários projetos vão ficando para depois, até mesmo governistas já admitem que algumas prioridades adotadas pelo governo, devem ficar mesmo para votação no segundo semestre.

A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.

Edgar Lisboa

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