Remédio une em uma única dosagem dois antirretrovirais necessários para o tratamento. Entrega beneficiará 350 pacientes durante ciclo de três meses
O Ministério da Saúde concluiu o repasse de 5,6 milhões de comprimidos de um novo medicamento para o tratamento de pacientes com aids e HIV. No Distrito Federal, foram recebidos cerca de 30 mil comprimidos, o que permitirá o tratamento de aproximadamente 350 pessoas por três meses. O fármaco reúne dois antirretrovirais utilizados no tratamento (dolutegravir e lamivudina) em apenas um único comprimido. O medicamento começará a ser entregue até o final deste mês.
De acordo com o ministério, a terapia de dois comprimidos para um será feita de forma gradual e contínua para pacientes com idade igual ou acima de 50 anos, adesão regular, carga viral menor que 50 cópias/ml no último exame e que iniciou a terapia dupla (dois comprimidos) até o dia 30 de novembro de 2023.
“A Secretaria de Saúde do DF [SES-DF] recebeu esse medicamento nos primeiros dias de janeiro e nós estamos na fase de logística interna para, logo em breve, ser distribuído para as unidades”, afirmou a gerente substituta de Assistência Farmacêutica Especializada (Gafae) da SES-DF, Julia Dantas.
“O remédio é um avanço para a população porque traz maior comodidade. Ao invés de o paciente tomar dois comprimidos, ele toma um só. Isso ajuda na adesão e facilita no tratamento de controle da carga viral”, detalhou Júlia.
Assim que começar a ser distribuído, o processo para retirada do remédio é o mesmo. Basta estar dentro dos requisitos estipulados pelo Ministério da Saúde e ir até à unidade de referência.
Christiano Ramos, de 56 anos, é advogado, soropositivo para a aids e ativista na luta contra a doença. Ele teve a oportunidade de tomar o medicamento em outra unidade da federação e, de acordo com ele, trata-se de um avanço no tratamento do HIV/aids. “Além de ser um medicamento de ponta, que não tem grandes efeitos colaterais, ele facilita o aumento na adesão ao tratamento. É uma dose única e isso facilita muito na rotina de quem vive a doença”, compartilhou.
Juntos na prevenção
Segundo o Boletim Epidemiológico divulgado pela SES-DF, entre 2018 e 2022 foram notificados 3.684 casos de infecção pelo HIV e 1.333 casos de adoecimento por aids. O coeficiente de mortalidade por aids no Distrito Federal diminuiu 21,6% em cinco anos – caiu de 3,3 para 2,7 no período. O boletim mostra também redução nos casos de infecção pelo HIV e de aids: uma queda de 9,8 para 7,3 por 100 mil habitantes.
Em todas as UBSs é possível ter acesso aos preservativos internos e externos – métodos mais conhecidos para evitar a infecção durante o ato sexual –, além de testagem rápida e profilaxia pós-exposição (PEP), utilizada de duas até 72 horas após uma relação sexual desprotegida.
Repórter Brasília/Agência Brasília