“Eu respeito toda decisão judicial, não importa a quem for. Pode ser um pipoqueiro ou um general, mas quero que tenham provas capazes para fazer isso”, disse ao Repórter Brasília, o deputado federal Bibo Nunes (PL/RS), criticando à última operação da Polícia Federal, que prendeu generais militares de alta patente e um agente da PF. O parlamentar questionou a onda de denúncias, comentando as tentativas de assassinato do presidente Lula, Alckmin e, Alexandre de Moraes. “Deixo bem claro que sou contra qualquer tipo de ato de violência, nenhum ato de violência, de querer matar alguém tem o meu apoio. Não é com violência, matando pessoas que se vence na política”.
Errou tem que ser punido
Na opinião de Bibo Nunes, “dois anos se passaram, é uma certa incompetência da inteligência. E quando eu vejo dizerem que 8 de janeiro foi um golpe de estado, – aí eu me vejo com permissão para questionar. Porque um golpe de estado sem ao menos um tanque na rua, é bastante difícil. Agora comigo, errou, conspirou, quis matar, tem que ser punido”, discursou.
Relatório da Polícia Federal
A Polícia Federal deve enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF), o relatório final dos atos golpistas de 8 de janeiro, até a próxima semana. Um ano e 10 meses após o episódio, a PF está na reta final para concluir o inquérito aberto para investigar os atentados que abalaram Brasília, o País e, chocaram o mundo.
Principais envolvidos indiciados
O foco são organizadores, incentivadores e autoridades públicas, inclusive, políticos e militares. No documento, serão indiciados os principais envolvidos com os ataques que culminaram na depredação das sedes dos Três Poderes.
Parecer vai para Alexandre de Moraes
Com mais de 700 páginas, o parecer será enviado ao gabinete do relator, ministro Alexandre de Moraes. A operação deflagrada na terça-feira (19), que revelou um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e Moraes, estará incluso no documento, mas, eventuais novos desdobramentos não impedem que informações extras sejam encaminhadas posteriormente.
Grupo extremista do Exército
A Polícia Federal identificou dez generais na trama golpista do grupo de Jair Bolsonaro. Além do núcleo extremista do Exército preso na operação, a investigação identificou 35 militares – além dos generais, 16 coronéis e um almirante -, todos supostamente empenhados, informados ou ao menos citados.
Desafios do ministro
O ministro da Defesa, José Múcio, ex-deputado federal, nunca imaginou que enfrentaria desafios tão grandes ao assumir o Ministério. O Exército não se manifestou sobre a trama golpista envolvendo militares de alto escalão.
Não representam as Forças Armadas
O ministro da Defesa, afirmou que “os envolvidos na tentativa de golpe de Estado, que seria executada em 2022 para impedir a posse do presidente Lula, não representam as Forças Armadas. Quem mancha o nome da instituição, se verdadeiro culpado, que seja punido. Não são pessoas que representam as Forças Armadas. Não estavam representando os militares. Estavam com os CPFs deles, isso foi iniciativa de cada um”, destacou José Múcio.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa