Esplanada dos Ministérios (crédito: Agência Brasil, arquivo)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após a viagem ao Japão acompanhado dos presidentes da Câmara e do Senado, volta com bastante disposição de acelerar a reforma ministerial. O presidente faz o cálculo político das trocas que ele pretende fazer na Esplanada dos Ministérios. A reforma prometida a aliados vai depender do apoio que, principalmente, partidos do Centrão vão dar nas eleições do ano que vem.
Mais espaço aos partidos
Para não entrar num tsunami político eleitoral antes das eleições de 2026, Lula deve chamar os presidentes de algumas legendas para ajustar os ponteiros antes da distribuição dos ministérios. Partidos como o PP e PSD cobram mais espaço, ou mesmo, ministérios mais robustos.
Ministérios com mais orçamento
O União Brasil já deu o recado ao presidente. Não vai aceitar perder nenhuma das três pastas que tem. Alguns ministérios estão na mira de Lula, como o Desenvolvimento Agrário, e até mesmo a Secretaria-geral da Presidência. Já o Centrão reivindica pastas com mais orçamento.
Poder aos adversários
O presidente avalia até que ponto será bom para o governo ceder um ministério forte a um partido, e que no ano que vem pode sair do governo e apoiar um eventual adversário de Lula nas eleições. O certo é que as mudanças vão acontecer. Estão sendo discutidas e avaliadas no Palácio do Planalto. Outro ponto que vem sendo analisado após as conversas do presidente Lula com Davi Alcolumbre e Hugo Motta, na viagem ao Japão, é o apoio do Congresso ao governo e a própria governabilidade.
Aval do Parlamento
Lula depende do aval da Câmara e do Senado para vários projetos que poderão ser decisivos para as eleições de 2026. A prioridade do governo atualmente é a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Críticas ao governo
A verdade é que, agora, na mudança de cadeiras na Esplanada, presidentes de alguns partidos do Centrão já fazem duras críticas ao governo. Isso também tem pesado na decisão de Lula. Ciro Nogueira do Progressistas, por exemplo, um dos líderes da oposição no Congresso, tem defendido que a legenda desembarque do governo.
Desincompatibilização em abril
Só tem um detalhe que deverá ser bem avaliado pelo comando progressista. O PP comanda, com André Fufuca, o Ministério do Esporte. Outro ponto a ser examinado com prudência é que quem quiser se candidatar a algum cargo político, vai ter que deixar o ministério em abril do ano que vem, por conta do período de desincompatibilização. Isso pode pesar na decisão. O quadro está na mesa, e o jogo de xadrez já está adiantado. Enquanto isso, Ronaldo Caiado (União Brasil) sai na frente e lança sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto na sexta-feira, na Bahia.
Contra a anistia
A deputada Fernanda Melchionna (Psol/RS) apoia a decisão do Supremo de tornar réus os envolvidos na tentativa de golpe. A parlamentar reforça a importância de seguir lutando contra a anistia para impedir que ameaças autoritárias se repitam na história do Brasil.
Reforma tributária no arroz
A Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) manifesta apoio à antecipação dos efeitos da reforma tributária do Governo Federal que visa à redução dos impostos sobre produtos da cesta básica, com alíquota zero para alimentos essenciais, como o arroz. A entidade defende que a alteração do sistema tributário, prevista para ser implementada em 2026 e concluída em 2033, seja antecipada.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa