Fernanda Melchionna (Crédito: Renato Araújo/ Câmara dos Deputados)
A deputada Fernanda Melchionna (PSOL/RS) fez uma das críticas mais duras ao novo modelo de licenciamento ambiental. Para ela, a Câmara e o Senado retomam a lógica do “ataque pesado” ao meio ambiente, repetindo a derrota da semana passada, quando os vetos ao chamado “PL da Devastação” foram derrubados.
Danos recorrentes
Fernanda denuncia que o texto “teve seis versões em 24 horas”, abrindo brechas para auto-licenciamento de atividades classificadas como de baixo impacto, mas que, segundo ela, já acumulam irregularidades mesmo sob as regras atuais, como a extração de areia no Rio Grande do Sul, marcada por invasões de áreas de preservação e danos recorrentes.
Riscos para a Amazônia
A deputada alerta que o novo regime poderá liberar, sem controle adequado, obras de grande impacto, como a ligação entre Manaus e Porto Velho, “uma transamazônica de 2025”, com potencial de acelerar o desmatamento rumo ao ponto de não retorno. Ela cita ainda o risco de mineração em terras raras em trâmite acelerado, flexibilização extrema dos prazos e fragilidade no controle ambiental.
Lógica do leilão ambiental
Fernanda lembra casos como Belo Monte: “Se já tivemos problemas com o licenciamento atual, imaginem com esse”. Critica também a perspectiva de “privatização dos rios”, como no Tapajós, onde povos indígenas exigem a revogação do decreto que libera o uso privado do leito dos rios. Para ela, o país vive “a lógica do leilão ambiental”.
Nem tanto o céu, nem tanto a terra

O deputado Pompeo de Mattos (PDT/RS) adota posição distinta. Ele recorda que o Congresso aprovou há poucos meses o novo marco ambiental, sancionado em 85% pelo presidente Lula. “Votei a favor dos vetos para arrumar o projeto”, afirma. Pompeo defende a nova medida provisória do licenciamento especial, argumentando que ela corrige gargalos, desburocratiza e melhora a tramitação, favorecendo o desenvolvimento econômico sem abandonar a preservação. “É preciso avançar, com cuidado ambiental, mas avançar”, sustenta.
PT define rumos para 2026

O presidente nacional do PT, Edinho Silva, afirmou que o partido terá candidato ao governo de São Paulo e que a escolha será anunciada até março. Em suas palavras, “o ministro Fernando Haddad e o vice Geraldo Alckmin serão candidatos ao que quiserem”. Sobre a disputa presidencial, Edinho contrariou parte da militância e avaliou que “Tarcísio de Freitas não será candidato à Presidência da República”, ressaltando que o governador “vai pensar três vezes antes de renunciar ao governo paulista” diante de um cenário nacional “muito difícil”.
Segurança pública no centro do debate
No seminário realizado no Rio, Edinho destacou por que o PT colocou a segurança pública no topo da agenda para 2026. Ele lembrou que, em 2022, o tema teve menor peso, mas agora, após a Operação Conexão, “que deixou 122 mortos”, ganha centralidade absoluta. Como disse o dirigente: “O combate à criminalidade emerge com muito mais força”. Ao comentar novamente Haddad e Alckmin, reforçou que ambos têm “estatura e musculatura” para disputar São Paulo, definindo Haddad como “um dos maiores quadros da República Brasileira”.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa