Ministérios da Educação e da Saúde lançaram campanha contra a doença nas escolas de todo o país . “Essas ações precisam começar nas escolas”, defende o ministro da Educação
Combater a dengue é prioridade emergencial para o governo Lula, que iniciou uma campanha em todas as escolas brasileiras após a retomada das aulas. Os ministérios da Saúde (MS) e da Educação (MEC) então empenhados em mobilizar toda a rede de ensino no combate à doença, que já chega a quase 700 mil casos no Brasil.
A proposta da mobilização nacional é ampliar o combate ao mosquito Aedes aegypti e conscientizar a população sobre o aumento dos casos de dengue no país. A expectativa do governo Lula é de que 25 milhões de estudantes sejam orientados sobre o combate a arboviroses em mais de 102 mil instituições públicas de ensino.
Programa Saúde na Escola
A ação faz parte do Programa Saúde na Escola, reestruturado no ano passado. Ao todo, serão 20 semanas de atividades em meio à comunidade escolar.
Ao longo dos próximos meses, as escolas vão realizar atividades lúdicas sobre o tema, com gincanas, teatros educativos, oficinas criativas, palestras, murais da prevenção e concursos para engajar crianças, adolescentes e jovens no combate à dengue. O programa vai divulgar ainda guias educativos, podcasts, vídeos e lives com especialistas.
“Para que a gente possa, juntos, enfrentar algo que é grave e que afeta a vida das pessoas que é o problema da dengue. Essas ações precisam começar nas escolas”, afirmou o ministro da Educação, Camilo Santana, em coletiva sobre a campanha. Para o ministro, “a força de mobilização dessa turma é muito forte”.
União da sociedade
Na mesma coletiva, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressaltou que o enfrentamento à dengue é um problema histórico e que precisa de união de toda a sociedade brasileira para controlar a proliferação dos mosquitos.
“A dengue preocupa muito. É uma doença que nos afeta há mais de 40 anos. É um problema histórico no Brasil e em toda a América Latina”, disse a ministra da Saúde.
Ela afirma que em 2024, o Brasil contará com vários sorotipos da dengue circulando, o que aumenta o número de casos, além do aumento do mosquito com as mudanças climáticas, calor excessivo e mudança nas chuvas.
“As causas são conhecidas. O que precisamos fazer é mostrar que somos capazes de enfrentar esse desafio e vencer, com essa grande mobilização nacional”, reforçou Nísia.
Segundo a ministra, o Ministério da Saúde reuniu na segunda-feira (20) mais de 4 mil agentes de endemias e agentes comunitários de saúde para discutir ações emergenciais para combate à doença. “Falo que os agentes são mensageiros da saúde, mas eles são, sobretudo, agentes. Levam a mensagem, mas estão atuando junto conosco.”
Concentração nas residências
Dados do 3º Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) e do Levantamento de Índice Amostral (LIA) apontam que 75% dos criadouros do mosquito estão nas residências das pessoas, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeiras, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção.
Vacinação para crianças de 10 e 11 anos
O governo já iniciou a vacinação contra a dengue em crianças de 10 e 11 anos em todo o país.
Ao todo, 521 municípios foram selecionados pelo Ministério da Saúde para receber as doses e distribuí-las entre crianças e adolescentes com idade entre 10 e 14 anos ao longo de todo o ano de 2024.
“Para as crianças que estão sendo vacinadas neste momento contra a dengue, estamos falando com os responsáveis e com toda a sociedade para que nós atualizemos a caderneta de vacinação das nossas crianças. Não é só a dengue”, observou a ministra.
Repórter Brasília/PT no Senado